No dia 18 de Dezembro foi ao ar o “Festival
Promessas” da Rede Globo. Para alguns foi o ápice do “evangelho” no Brasil;
para outros não houve “evangelho”; alguns entenderam como “providencia divina”
o fato da “poderosa” Rede Globo mostrar pela primeira vez um show tido como “evangélico”, logo ela
(Globo) que sempre marginalizou qualquer notícia veiculada pelos “evangélicos”.
Foi de Deus, exclamariam alguns. É Deus usando ímpios para levar adiante o evangelho,
diriam outros.
É fato que a religiosidade tida como “evangélica” tende a espiritualizar tudo, não poderia ser diferente com isso, daí a explicação mais razoável: o que aconteceu foi a “mão de Deus” agindo. Não quero fazer aqui está leitura, não sou tão otimista assim.
A globalização é isso. Ninguém detém um monopólio
por muito tempo. A globalização não está interessada em dogmas, doutrinas,
denominações, isso não gera lucro. O interesse é de mercado mesmo. Acontece que
a Rede Globo está atenta aos últimos dados do IBGE e viu que na sociedade
brasileira um segmento cristão não católico está tendo um crescimento expressivo
nas últimas décadas. Assim como refrigerante, cerveja e celular, religião
também vende, dá lucro, e como dá. E não vale aqui o espantado com isso porque
os neopentecostais ensinaram muito bem como funciona o marketing desse produto chamado indevidamente de “evangelho”.
Ocorre que é sempre um problema quando
uma linguagem tida como secreta – as dos evangélicos não midiáticos, ou seja, os
que não detêm uma rede de televisão ou programas de TV – veem seu discurso ser transformado
em linguagem coloquial como “entra na minha casa, entra na minha vida”. Antes com
um discurso hermético que somente os iniciados na religião aprendiam como “Deus
de vitória” e coisas assim, vê-se agora transformado em algo comum, onde todos
podem ter acesso sem precisar frequentar alguma igreja! Esfumaçou a distancia
do sacro santo ambiente igrejeiro do profano e perdido mundo “jaz no maligno”. Isso
deve ser um incomodo e tanto. Antes a emissora do BBB e das novelas que faz
campanha abertamente a favor da cidadania homossexual é a agora a TV “usada por
Deus para propagar o evangelho”. Antes o televiso Silas Malafaia “descia o cassete”
– no seu próprio linguajar – na Rede Globo. Agora, ambos, estão de olho no
crescente “mercado gospel”. Como as
coisas mudam. Incrível.
Não estou nem um pouco interessado se é o homem dos R$ 900,00 e da “unção financeira” ou a Rede Globo que querem abocanhar a porcentagem de “evangélicos” no Brasil. Isso é simplesmente negócio, apenas isso. É venda. É lucro. É mercado. E quem faz com que isso seja assim são as pessoas que pensam que comprando o CD, o DVD ou o livro do fulano estarão mais próximas de Deus!
Não é Deus que “abriu” as portas para o “louvor
e adoração” na Rede Globo. É apenas dinheiro.
Não sei, mas acho que se Jesus estivesse
aqui ele faria o mesmo com tudo isso como fez no templo de Jerusalém quando
expulsou os cambistas que exploravam o povo com a venda de oferendas. Infelizmente
isso não será possível. Enquanto isso viva a globalização gospel.