tag:blogger.com,1999:blog-84139067975300716572024-03-05T16:12:35.847-08:00INTERPRETATIO"Escrever é construir, através do texto, um modelo específico de leitor" (Humberto Eco) Alonso S. Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/07740830168120351568noreply@blogger.comBlogger290125tag:blogger.com,1999:blog-8413906797530071657.post-14341050080855610152023-10-10T18:59:00.002-07:002023-10-10T20:01:01.047-07:00LIMINAR AFASTA PASTOR BATISTA DA LIDERANÇA DA IGREJA <p><span style="font-family: trebuchet;"><i><span style="font-size: 12pt;"></span></i></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><i><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhN4GxmHgtvJ-qBMvbO49jY_M32odCt7cQqxc8mBIHpu9cLUwAq9v-hhNUkv9WQh5eae70FP0iSuuBiXMxPvipX560TSKrvHSjMi3Qcw0U-upau-U-hB7yMjf5-e_jH0DxxUiimfs9n8mrot9XIS1DiearxNU-L5uDmMZ0CY-Ncy6xba0kqGctDSC7zk-iQ/s600/Sem%20t%C3%ADtulo.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="399" data-original-width="600" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhN4GxmHgtvJ-qBMvbO49jY_M32odCt7cQqxc8mBIHpu9cLUwAq9v-hhNUkv9WQh5eae70FP0iSuuBiXMxPvipX560TSKrvHSjMi3Qcw0U-upau-U-hB7yMjf5-e_jH0DxxUiimfs9n8mrot9XIS1DiearxNU-L5uDmMZ0CY-Ncy6xba0kqGctDSC7zk-iQ/w400-h266/Sem%20t%C3%ADtulo.jpg" width="400" /></a></i></div><span style="font-family: trebuchet;"> </span><span style="font-family: trebuchet;"><i><span style="font-size: 12pt;">“A
Convenção Batista Brasileira (CBB) é o órgão máximo da denominação batista no
Brasil. É ela quem define o padrão doutrinário e unifica o esforço cooperativo
dos Batistas do Brasil”</span></i><span style="font-size: 12pt;">.</span></span><p></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">Esse
enunciado está no documento da CBB que tratou de um Concílio Decisório envolvendo
a Igreja Batista da Praia do Canto (Vitória/ES) e um pequeno grupo de pessoas
(25) que foram até a justiça para retirar da liderança da igreja o pastor Usiel
Carneiro, que tem o apoio da maioria dos membros da igreja [<a href="https://www.agazeta.com.br/es/cotidiano/entenda-a-crise-que-afastou-pastor-da-igreja-batista-da-praia-do-canto-1023" target="_blank">para saber mais</a>].</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">A
partir de uma concepção equivocada quanto aos limites da liderança da CBB e dos
conciliáveis que emitiram o documento “Decisão do Concílio Decisório”, o juiz da
área cível expediu uma liminar determinando o afastamento do pastor da
liderança da igreja tendo como base este documento. Isto porque ele entendeu que a CBB
tem a legitimidade da última palavra para determinar se uma igreja é ou não é Batista.
O juiz, desconhecendo o funcionamento de uma Igreja Batista (o magistrado deveria
consultar alguém que entendesse sobre a denominação Batista antes de proferir a
liminar), julgou que a CBB é uma espécie de instituição-sede das “igrejas Batistas”
que funciona a partir de um sistema episcopal ou hierárquico. Isso se deu porque
no preâmbulo do documento diz textualmente que a CBB “é quem define o padrão
doutrinário”. Uma vez que é ela, a CBB, quem define a doutrina, e ela acolheu as alegações
do grupo litigioso, o juiz entendeu que a CBB está certa em relação aos
requerentes.</span></p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">Quem
foi que deu essa prerrogativa para a CBB? Quando foi que a CBB passou a ser
aquela entidade que “define o padrão doutrinário” dos batistas no Brasil? </span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">Não
é de hoje que boa parte da liderança da CBB quer seguir os mesmos passos da
Convenção Batista do Sul dos EUA: ser um órgão escrutinador para dizer quem é e
quem não é “batista”. Uma instituição paraeclesiástica quer arrogar para si a
palavra final quanto a temas doutrinários de uma igreja local. Alguns alegam
que isso é possível porque a CBB tem uma “Declaração Doutrinária”. Será que é isso mesmo? <br /></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">É importante lembrar a CBB dos seus limites:</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">1.
Como já dizia o saudoso pastor <b>Isaltino Gomes Coelho Filho</b>, “a Declaração
Doutrinária da CBB não é normativa, mas indicativa do que a maioria dos
batistas creem”. Caso fosse normativa, nenhuma igreja poderia ter pastores “calvinistas”,
uma vez que a Declaração Doutrinária não é “reformada”.</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">2.
A Declaração Doutrinária da CBB não funciona, precisamente, como um mecanismo
de uniformidade doutrinária. São os <b>Princípios Batistas</b> cotados como
fundamentais para o modo de ser batista e não o sistema doutrinário, uma vez
que os batistas não têm, na sua história, nenhum credo ou confissão que possa
ser considerado como definitivo para a maioria dos batistas. Não será a CBB
quem irá mudar isso. </span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">3.
O Estatuto da CBB, em cláusula pétrea, registra: “A Convenção reconhece como <b>princípio
doutrinário a autonomia das igrejas filiadas</b>, sendo as recomendações que
lhes são feitas decorrentes do compromisso de mútua cooperação por elas
assumido”. Onde está escrito que é a CBB “quem define o padrão doutrinário”? Consta
aí que é a igreja local e jamais a CBB. E não poderia ser diferente, uma vez
que a tradição Batista tem na igreja local o seu início e o seu fim e não um órgão
cooperativo como é a CBB. </span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">4.
A Convenção Batista Brasileira não tem como função ser a “guardiã da doutrina”
entre os batistas. A CBB não tem competência burocrática e muito menos legitimidade
bíblica por uma razão muito simples: a CBB não é uma igreja. Por esse fato, não
pode usurpar a autoridade da igreja local e decidir por ela. Já dizia </span><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">𝐀</span><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">.
</span><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">𝐁</span><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">. </span><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">𝐋𝐚𝐧𝐠𝐬𝐭𝐨𝐧</span><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">, um dos autores que
mais compreendia a denominação em 1933: “A Convenção Batista Brasileira não é
uma super-Igreja ou espécie de Igreja-mãe, mas simplesmente uma organização
auxiliadora das Igrejas locaes”. </span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">5.
O critério de verificação quanto a temas bíblicos e sua aplicação hermenêutica
se dá, exclusivamente, pela igreja! </span><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">𝐉𝐨𝐡𝐧</span><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;"> </span><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">𝐋𝐚𝐧𝐝𝐞𝐫𝐬</span><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">, influente professor
no Seminário Batista do Sul do Brasil (Rio de Janeiro) quando pesquisou os
Princípios Batistas e escreveu um livro com o título “Teologia dos Princípios
Batistas”, assegurou: “Em caso de diferença de interpretação bíblica, cada
igreja batista tem que ler e interpretar a Bíblia para si mesma. De acordo com
este princípio, cada igreja define sua própria maneira de proceder em questões
duvidosas”.</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">Com
isso, fica difícil entender como que uma liderança assume o “órgão máximo da
denominação batista no Brasil” e não compreende os seus limites, atribuições,
espírito cooperativo e não belicoso e desconhece o básico da tradição Batista
quanto ao alcance da Declaração Doutrinária da CBB. </span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">Estamos
diante de um fato curioso e, no mínimo, desonroso para os batistas brasileiros:
um juiz entendeu que a CBB é um órgão julgador por excelência em disputas entre
membros de uma Igreja Batista e, uma vez tomada uma decisão em um Concílio
Decisório que não seguiu todos os ritos previstos, o juiz entendeu que a CBB tem
autoridade para desconsiderar a vontade de quase 400 membros que caminha
apoiando o seu pastor e não desistirão de recorrer de uma decisão que foi induzida ao erro [<a href="https://www.youtube.com/watch?v=IEsJfSCDy-k" target="_blank">resposta do pastor da IBPC</a>].</span><span style="font-family: helvetica; font-size: 12pt;"><span style="font-family: trebuchet;"><br /></span> </span></p>
Alonso S. Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/07740830168120351568noreply@blogger.com13tag:blogger.com,1999:blog-8413906797530071657.post-38093193483597761872023-06-08T11:52:00.005-07:002023-06-08T12:08:40.357-07:00UMA CARTA ABERTA A TODOS OS BATISTAS DO SUL DOS EUA<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">Por
<b>Rick Warren</b> | pastor da Igreja Saddleback (Califórnia, EUA) | 02/06/2023</span></p><p>
</p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">Como
pastor batista do Sul com várias gerações de pastores em minha família, minha
vida foi moldada e nutrida pela SBC [sigla em inglês da Convenção Batista do
Sul dos EUA]. <br /></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">Estou
escrevendo esta carta aberta por dois motivos:</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">Primeiro,
estou profundamente preocupado com os 17 anos de declínio de nossa denominação
e a perda de meio milhão de membros no ano passado. Nenhuma denominação pode
suportar esse tipo de perda. <br /></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">Em
segundo lugar, muitos me pediram para explicar por que a Igreja Saddleback está
apelando de uma decisão do Comitê Executivo em nossa reunião anual em Nova
Orleans em duas semanas.</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">A
Convenção Batista do Sul é um mosaico de muitos tipos de “tribos” batistas que
se uniram para cooperar na Grande Comissão. Somos batistas gerais (os batistas
fundadores originais de 1609), batistas de avivamento, batistas
fundamentalistas, batistas calvinistas e muitas outras variedades de batistas.</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">Desde
o início, nossa unidade sempre se baseou em uma <b>missão comum</b>, não em uma
<b>confissão comum</b>. Nos primeiros 80 anos da SBC, nem sequer tínhamos uma confissão
porque os fundadores se opunham veementemente a ter uma. Eles sabiam que nunca
conseguiríamos que 100% dos batistas concordassem 100% em 100% de todas as
interpretações das Escrituras. <br /></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">É
por isso que cada versão da <b>Fé e Mensagem Batista</b> se autodenomina um
“consenso de opinião” e repetidamente nos adverte que não é um credo a ser
usado para reforçar a uniformidade doutrinária ou excluir membros de nossa
família denominacional. Os membros de sua própria família costumam ter opiniões
opostas, mas você não os repudia por isso. Você ainda os ama, apesar das
divergências.</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">“Consenso”
significa “geralmente acordado”.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Não
significa "universalmente ou unanimemente acordado". </span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">Por
exemplo, nenhum dos mensageiros de nossas igrejas que votaram contra as
mudanças feitas na revista <i>Baptist Faith and Message</i> em 2000 foi
expulso, embora discordassem de algumas das declarações. Essa é a maneira
batista. Nunca exigimos que todos os batistas concordem com todas as
interpretações.</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">Na
verdade, por 178 anos, os batistas do Sul concordaram em discordar em dezenas e
dezenas de diferenças doutrinárias para que pudéssemos cooperar para o Evangelho.</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">A
decisão atual do Comitê Executivo abrirá uma caixa de Pandora de consequências
não intencionais, a menos que a rejeitemos. Isso destruirá fundamentalmente
quatro distintivos históricos dos batistas do Sul sobre os quais a Convenção
foi organizada por nossos fundadores.</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">Ela
vai:</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">1.
Mudar a base da nossa cooperação;</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">2.
Mudar a base da nossa identidade;</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">3.
Centralizar o poder no Comitê Executivo e tirar autonomia das igrejas;</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">4.
Transformar nossa confissão em um credo, ao qual os batistas sempre se
opuseram. Todos nós crescemos com o slogan “Não temos livro senão a Bíblia, e
não temos credo senão Cristo!”.</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">Nosso
apelo para reverter a decisão do Comitê Executivo não é pedir a nenhum batista
que mude sua teologia.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>De jeito nenhum.
A esmagadora maioria dos batistas do Sul é complementarista. Mas rejeitamos a
ideia de que os batistas do Sul que discordam são uma ameaça existencial à
nossa Convenção e não verdadeiros Batistas.</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">Queremos
cooperar na Grande Comissão. Tudo o que pedimos é que os batistas do Sul ajam
como Batistas do Sul, como temos feito por 178 anos, e continuem a ser uma
comunhão de igrejas independentes que concordam em discordar em muitas coisas
para concordar em cumprir nossa missão juntos.</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">Este
pode ser o melhor momento dos Batistas do Sul. Deve ser o momento em que
dizemos “não” para nos tornarmos uma denominação de credo (como alguns
presbiterianos que têm 11 credos e confissões) e, em vez disso, reafirmamos que
é a Grande Comissão que nos une, não a uniformidade doutrinária em cada jota e
til.</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">Este
deveria ser o momento em que mais de 47.000 igrejas autônomas, independentes e
amantes da liberdade dizem não para transformar o Comitê Executivo em um
magistério teológico que controla uma inquisição perpétua das igrejas e faz do
Comitê Executivo uma hierarquia centralizada que diz às nossas congregações
quem contratar e como chamá-los.</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">Este
é um voto para afirmar a liberdade dada por Deus a todo batista de interpretar
as Escrituras como batista – dizendo não àqueles que negam essa liberdade. Este
é um voto para afirmar o evangelismo dizendo não ao partidarismo.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Este é um voto para reorientar a Grande
Comissão e dizer não a uma Grande Inquisição, que desperdiçará muito tempo,
dinheiro e energia que deveríamos estar investindo na revitalização de nossas
igrejas.</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">Este
é um voto para continuar sendo a denominação de Lottie Moon e Annie Armstrong –
duas mulheres fortes e piedosas que destemidamente falaram aos homens e os desafiaram
em todos os lugares sobre a prioridade das missões, e para dizer não àqueles que
teriam silenciado essas mulheres batistas do Sul.</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">Este
é um voto para afirmar nossos documentos fundadores que insistem que nossa
unidade deve ser baseada em dar total submissão a Cristo em nossas ações e não
em submissão mental a credos feitos pelo homem.</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">Dê-me
uma Bíblia e eu a assinarei como minha autoridade. A Bíblia é a única
autoridade Batista.</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">Este
é um voto para priorizar os batistas que trabalham juntos para curar as feridas
do mundo em nome de Jesus, em vez de criticar uns aos outros por causa de
nossas muitas diferenças.</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">Para
os batistas do Sul, a independência e liberdade de nossas igrejas tem sido uma
grande força. Nossa rejeição de uma hierarquia centralizada tem sido uma força.
E nossa rejeição de um credo executável tem sido uma força. Foi apenas nos
últimos 17 anos, quando nos afastamos dessas forças históricas, que nossa
denominação começou a declinar rapidamente.</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">A
SBC cresceu por 80 anos – 80 anos! — sem qualquer declaração de fé porque a
nossa unidade nunca foi baseada numa confissão.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>Então crescemos por mais 90 anos – com uma confissão consensual que
nunca foi usada para excluir pessoas com base na interpretação.</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgV1QJPq2mjmPx4B_AqiKfUtHBFFcf8ypnYPdjoWD1jgsCTKuhPxLK5u_VZHWhF5945qoVxTVv69ndAnxbMhuLeEYcXO-U2RnkcReZkYsbIv1cMoVsLgYie8dGYhWUGoaZ6tNwTeiipZBuA7xp_gPxdQDOnsOzobj5WM8BjM3X-Qg8kKgbaYBUuFOvE-A/s984/Sem%20t%C3%ADtulo.jpg" style="clear: left; float: left; font-family: trebuchet; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="656" data-original-width="984" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgV1QJPq2mjmPx4B_AqiKfUtHBFFcf8ypnYPdjoWD1jgsCTKuhPxLK5u_VZHWhF5945qoVxTVv69ndAnxbMhuLeEYcXO-U2RnkcReZkYsbIv1cMoVsLgYie8dGYhWUGoaZ6tNwTeiipZBuA7xp_gPxdQDOnsOzobj5WM8BjM3X-Qg8kKgbaYBUuFOvE-A/s320/Sem%20t%C3%ADtulo.jpg" width="320" /></a></div><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">Em
nossa história de 178 anos, foi apenas nos últimos oito anos que a <b>Fé e a
Mensagem Batista</b> foram armadas e transformadas em um credo de exclusão.
Isso aconteceu por meio de uma emenda equivocada à Constituição da SBC aprovada
em 2015. Hoje, nossos fundadores estão rolando em seus túmulos.</span><p></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">Na
história dos Estados Unidos, quando as pessoas perceberam que uma emenda
constitucional estava errada, os cidadãos tiveram o direito e a
responsabilidade de revogá-la. Da mesma forma, os batistas do Sul precisam retomar
sua denominação revogando a emenda não batista de 2015, para que possamos ser
verdadeiros Batistas novamente.</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">Os
batistas do Sul sabem como corrigir humildemente os erros. Recentemente,
começamos a fazer isso com vítimas de abuso sexual em nossas igrejas. Em 1995,
na 150ª reunião anual em Atlanta, houve outro momento histórico de honra a
Cristo, quando os batistas do Sul corrigiram um grave mal histórico ao adotar a
“Resolução sobre a Reconciliação Racial”.</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">Nessa
humilde resolução, os batistas do Sul lamentaram e se arrependeram do pecado da
escravidão, repudiaram o racismo, pediram desculpas aos nossos irmãos e irmãs
afro-americanos e humildemente pediram o início do processo de reconciliação.
Lembro-me de Kay e eu sentados ao lado de um pastor negro e sua esposa que
choraram quando a resolução foi aprovada. Desde então, milhares de igrejas
não-brancas encontraram um lar em nossa Convenção.</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">Esse
crescimento resultou de uma correção!<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>Podemos fazer isso de novo.</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">Se
não corrigirmos a direção que estamos seguindo há oito anos, dizendo não à
decisão equivocada do Comitê Executivo e, em seguida, revogando a emenda não
batista de 2015, nossa Convenção continuará a ficar mais fraca e menor. </span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">Continuaremos
tendo brigas e atritos entre tribos e facções; xingamentos nada cristãos;
desperdiçando tempo, dinheiro e energia da Convenção; perda de confiança e
credibilidade; declínio contínuo de membros; e a morte da base de cooperação
sobre a qual este corpo foi fundado. Essa base – uma missão comum, não uma
confissão – foi o gênio fundador que tornou a SBC grande.</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">É
por isso que nossa igreja está contestando a decisão: não por nós mesmos, mas
pelo futuro e pela natureza da SBC, que está em jogo.</span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt; line-height: 107%;">As implicações desse precedente não podem ser exageradas.
Então, eu peço a vocês, amigos, que votem não na reunião anual em Nova Orleans.</span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt; line-height: 107%;">***</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">A
carta escrita pelo pastor Rick Warren da Igreja Saddleback, na Califórnia, uma
das maiores igrejas da Convenção Batista do Sul dos EUA, com 26 mil membros, é
uma reação ao pedido de "desligamento” feito pelo Comitê Executivo da Convenção porque em 2021 a igreja decidiu
ordenar três mulheres para o ministério pastoral. </span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">A
Convenção irá se reunir em sua Assembleia Anual nos dias 11 a 14 de junho na cidade
de New Orleans, onde será votado em plenário pelos mensageiros a permanência
ou não da Igreja Saddleback na Convenção Batista do Sul dos EUA. </span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: trebuchet; font-size: 12pt;">Fonte:
<a href="https://baptistnews.com/article/an-open-letter-to-all-southern-baptists">https://baptistnews.com/article/an-open-letter-to-all-southern-baptists</a></span></p><p></p>Alonso S. Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/07740830168120351568noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8413906797530071657.post-62280706510169907282023-01-10T17:18:00.004-08:002023-01-10T17:18:58.328-08:00AS “IGREJAS” DOS TERRORISTAS<p></p><span style="font-family: Candara;">Colhemos o que plantamos. </span><p></p><p><span style="font-family: Candara;">Há tempos que pastores, teólogos e
sociólogos da religião vinham afirmando que o movimento autointitulado de “gospel” era
danoso para as igrejas.</span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: Candara;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: Candara;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: Candara;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpPpCEjR3GW3BKwJBAJ816HfPWOTfsWcA7t1cT_6xamsegNBeokLVC1KRdrtw7qs8bisffGOxPgHsBOww6Y9Dhr-Vd2Dw_isM6Js_QcOZSLSSlcKQAMqWGihY-1D3JZFPk6YtGZLOo6w-jWQIyn7d0_xSo3wtbtSNLgSEucsDGTIzT7DgNjXgulsj8gQ/s1280/FgW5ySwXgAEnuNR.jpeg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="852" data-original-width="1280" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpPpCEjR3GW3BKwJBAJ816HfPWOTfsWcA7t1cT_6xamsegNBeokLVC1KRdrtw7qs8bisffGOxPgHsBOww6Y9Dhr-Vd2Dw_isM6Js_QcOZSLSSlcKQAMqWGihY-1D3JZFPk6YtGZLOo6w-jWQIyn7d0_xSo3wtbtSNLgSEucsDGTIzT7DgNjXgulsj8gQ/w320-h213/FgW5ySwXgAEnuNR.jpeg" width="320" /></a></span></div><span style="font-family: Candara;">Denunciávamos a igreja eletrônica, midiática, suntuosa,
pomposa, onde o número dos espectadores do “show da fé” era o que validava as
práticas, algumas delas feitas na Lagoinha. <o:p></o:p></span><p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: Candara;">A máxima do “se enche de gente é válido”, tese iniciada com
o <i>Church Growth Movement</i>, a partir do <i>Fuller Theological Seminary</i>,
plantou na seara das igrejas as muitas sementes do joio. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: Candara;">A comunhão, essencial para o culto cristão, cedeu espaço
para a empolgação. Os compromissos cristãos com a santificação, amor ao
próximo, edificação alicerçada no ensino sério e profundo, cederam espaços para
os holofotes, palcos, luzes estroboscópicas, equipe musical, cantores
performáticos, pregações motivacionais, conhecimento de obviedades bíblicas
como se fosse o suprassumo da teologia.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: Candara;">“Pastores” brotaram como se fossem tiriricas no meio do
gramado. A educação teológica em seminários foi substituída por decoreba de
versículos. Buscou-se animadores de auditório e não pastores. Tocadores de
violão, guitarra ou bateria viraram “pastores”. Animadores de auditório
substituíram educadores teológicos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: Candara;">Locais de reunião pintados de preto por dentro e por fora,
nomes sempre incluindo a palavra “church”. Aglomerações sem estrutura
jurídica, sem estatuto e membresia, se presta(va)m aos interesses pessoais dos
líderes destes ajuntamentos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: Candara;">A tese fundamentalista de que a Palavra é a verdade,
produziu um contingente que acredita que sua interpretação particular das
Escrituras é verdade infalível. A Bíblia, em uma atitude mágica, foi levantada,
carregada e usada como escudo nesta batalha, como se a Bíblia, por si só,
garantisse a imunidade e impunidade. Diante dos crimes, as interpretações
bíblicas não serão aceitas diante do Código Penal.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: Candara;">Hinos com poesia rica e teologia sólida foram trocados por
refrões infantis e de conteúdo próximo ao zero, com repetição <i>ad nauseam</i>
de frases motivacionais. Doidos e histriônicos, falaram e usaram da proximidade
com o poder de plantão para fazer suas (Silas) Maracutaias. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: Candara;">“Tias profetisas” inundaram as redes com suas profetadas
preditivas, garantindo o que as urnas não confirmaram. A “empreja”, que é
partido político, usou e abusou das benesses do ser acólita do governo
defenestrado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: Candara;">Sempre acreditei no "remanescente fiel”, presente na
história da religião de Israel e na história da Igreja. Entre eles os
reformadores radicais, que deram suas vidas para estabelecer a separação entre
a Igreja e o Estado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: Candara;">(Marcos Inhauser)</span><o:p></o:p></p>Alonso S. Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/07740830168120351568noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8413906797530071657.post-76964360754324507562022-11-25T13:20:00.008-08:002022-11-25T14:03:50.200-08:00A NATUREZA E O PRINCÍPIO PLURALISTA<p><i><span style="font-family: georgia;">Alonso Gonçalves</span></i></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 6pt;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgx9bHdyeKoUgkwtg6TJ2CwC3sWuQAJb5k5oYerFM6NTZLqox35bp3YNYDcqIYxSVpNjwhSZR0uqcf1BUX7PepI7lH_eAcySWv0rG416I0h6EZ5o02uzF4dV-FL5C6sgldhzOJ7GssrqnSddGVOyv9nhx62f-VYq2tvpFEX2NCyMO68FaBgTfwM64ILJg/s835/Imagem%20-%20texto%20do%20Claudio%20(princ%C3%ADpio%20pluralista).jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia;"><img border="0" data-original-height="835" data-original-width="720" height="382" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgx9bHdyeKoUgkwtg6TJ2CwC3sWuQAJb5k5oYerFM6NTZLqox35bp3YNYDcqIYxSVpNjwhSZR0uqcf1BUX7PepI7lH_eAcySWv0rG416I0h6EZ5o02uzF4dV-FL5C6sgldhzOJ7GssrqnSddGVOyv9nhx62f-VYq2tvpFEX2NCyMO68FaBgTfwM64ILJg/w329-h382/Imagem%20-%20texto%20do%20Claudio%20(princ%C3%ADpio%20pluralista).jpg" width="329" /></span></a></div><span style="font-family: georgia;">Há um consenso, nas ciências sociais, de
que a pluralidade é um fator incontestável da realidade. Dito de outro modo, a
pluralidade não é apenas um discurso narrativo, antes é uma maneira de ver e
praticar a vida em sua diversidade e concepções. Daí uma das funções da
pluralidade é favorecer a aceitação da existência do outro e de sua absoluta
alteridade. Essa constatação se dá a partir do entendimento de que as relações
de poder precisam ser diminuídas para que o plural seja valorizado enquanto
constituinte de leitura da realidade. Desafio sempre atual na conjuntura do
mundo. <o:p></o:p></span><p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 6pt;"><span style="font-family: georgia;">Assim, estamos de
acordo com Claudio de Oliveira Ribeiro (2020, p. 25) quando define o “princípio
pluralista”, objeto de alguns anos de trabalho com o tema, como “um instrumento hermenêutico de mediação teológica e analítica da
realidade sociocultural e religiosa que procura dar visibilidade a
experiências, grupos e posicionamentos gerados nos ‘entrelugares’”. O
“entrelugares” se constitui como um dos pilares do “princípio pluralista”, uma
vez que permite ultrapassar fronteiras e estabelecer pontes entre os temas da
vida. Por essa razão, que o “princípio pluralista” é uma ferramenta
hermenêutica porque “possibilita divergências e
convergências novas, outros pontos de vista, perspectivas críticas e
autocríticas para diálogo, empoderamento de grupos e de visões subalternas e
formas de alteridade e de inclusão, considerados e explicitados os diferenciais
de poder presentes na sociedade” (RIBEIRO, 2020, p. 25-26). <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 6pt;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhq5kZe5s4IarZif0T1Sh_UZtsj792m-qDQdr3NHFvR3gZjFwSQVpBycwDPXAvKtOE7_f4Cmfjm9znBOgMiKXvzWKpFNe8pEqluXhsptjkhmNBxoGNgUUYhFfKgZAIa03HLHWuWxtNbthmsvUGfuSl9ZMdXex-ED-irixqb3iz2vqGiraSRTBfVgXRwXw/s468/Socialismo.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><span style="font-family: georgia;"><img border="0" data-original-height="311" data-original-width="468" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhq5kZe5s4IarZif0T1Sh_UZtsj792m-qDQdr3NHFvR3gZjFwSQVpBycwDPXAvKtOE7_f4Cmfjm9znBOgMiKXvzWKpFNe8pEqluXhsptjkhmNBxoGNgUUYhFfKgZAIa03HLHWuWxtNbthmsvUGfuSl9ZMdXex-ED-irixqb3iz2vqGiraSRTBfVgXRwXw/w361-h240/Socialismo.jpg" width="361" /></span></a></div><span style="font-family: georgia;">Nesse sentido, o
<i>princípio pluralista </i>contribui para ampliar o debate que segue na agenda
da ONU e dos países ricos: desenvolvimento e meio ambiente. A partir do <i>princípio
pluralista</i>, entendemos que não seja possível olhar esse tema a partir das
questões colocadas pelos países ricos e seus representantes e muito menos pelo
“mercado” que visa sempre o lucro e o acúmulo, em detrimento dos recursos
naturais. É urgente o olhar místico-teológico sobre o tema para assim ajudar a
ver a realidade na sua pluralidade. <o:p></o:p></span><p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 6pt;"><span style="font-family: georgia;">Os estudos feitos
por J. E. Lovelock demonstrou a complexidade e a interligação de tudo que
acontece no planeta. Essa complexidade de <i>Gaia </i>precisa ser respeitada na
sua inteligência. Não é nada por acaso. Nada está fora de lugar por acaso.
Nesse sentido, é preciso reconhecer que estamos imersos dentro de uma “Inteligência
que excede em muito a nossa” e agindo assim “significa render-se humildemente a
uma Inteligência mais sábia e soberana do que a nossa” (BOFF, 2009, p. 56). A
relação que precisa ter com <i>Gaia</i>, uma vez admitindo a sua complexidade e
inteligência, precisa ser espiritual, místico-teológico. Tendo como princípio a
pluralidade na leitura da realidade. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 6pt;"><span style="font-family: georgia;">Não é mais
concebível que a discussão em torno do clima, das matas, rios e florestas deixe
de fora o olhar místico-teológico. Por isso, dentre todos os olhares para este
dado da realidade, o místico-teológico se encaixa dentro do <i>princípio
pluralista </i>porque procura possibilitar “divergências e
convergências novas, outros pontos de vista, perspectivas críticas e
autocríticas para diálogo, empoderamento de grupos e de visões subalternas e
formas de alteridade e de inclusão”. A visão místico-teológica é uma dessas
perspectiva crítica que favorece o diálogo, além de empoderar grupos como os
povos originários com sua cosmo-convivência que foi subalternizada por longos
anos, tratando-os como povos inferiores e desprovidos de conhecimento sobre a
vida. Está se provando que isso é uma falácia e não poucos estudiosos e pesquisadores
estão se dando conta disso e buscando na sabedoria dos povos originários
alternativas para lidar com o enorme problema que a ciência/modernidade colocou
o planeta.<o:p></o:p></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_MrowMCrUAg8rp59JMe3F7hqg-UaqHIXAWMY_W7IcKg-Oy-frl-SBo5Xl3u5oWCOTTuYreRESDoe26wLtrb5aAkUcimr-SL6YEen-llzVQMhmSmRL7zLfep51IUorUcq8duE1Z3o13zGo-s_a5nwWs8_lSp_Vk0dT7oapeSxaNzJi2522R2aj169cEw/s1024/istockphoto-1124466490-1024x1024.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><span style="font-family: georgia;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="925" height="338" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_MrowMCrUAg8rp59JMe3F7hqg-UaqHIXAWMY_W7IcKg-Oy-frl-SBo5Xl3u5oWCOTTuYreRESDoe26wLtrb5aAkUcimr-SL6YEen-llzVQMhmSmRL7zLfep51IUorUcq8duE1Z3o13zGo-s_a5nwWs8_lSp_Vk0dT7oapeSxaNzJi2522R2aj169cEw/w305-h338/istockphoto-1124466490-1024x1024.jpg" width="305" /></span></a></div><p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 6pt;"><span style="font-family: georgia;">Ailton Krenak (2020, p. 28), com um olhar
plural, lembra que “a vida atravessa tudo, atravessa uma pedra, a camada de
ozônio, geleiras. A vida vai dos oceanos para a terra firme, atravessa norte e
sul, como uma brisa, em todas as direções. A vida é esse atravessamento do
organismo vivo do planeta”. Como raízes de uma árvore que, aparentemente não se
vê, mas está ali com suas inúmeras ramificações com beleza e resistência, o <i>princípio
pluralista </i>ajuda a fazer uma leitura que seja mais próxima das reais
demandas da vida.</span></p><span style="font-family: georgia;"><br /><b>Referências </b><br />BOFF, Leonardo. <i>A opção-Terra</i>: a solução para a Terra não cai do céu. Rio de Janeiro: Record, 2009.<br />KRENAK, Ailton. <i>A vida não é útil</i>. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.<br />RIBEIRO, Claudio de Oliveira. <i>O princípio pluralista</i>. São Paulo: Loyola, 2020.</span><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><i><span style="font-family: georgia;">*Texto produzido para o Minicurso "O que é o Princípio Pluralista" oferecido pelo Claudio de Oliveira Ribeiro*</span></i></div>Alonso S. Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/07740830168120351568noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8413906797530071657.post-49517617238495443852022-10-31T07:56:00.003-07:002023-01-10T17:20:29.006-08:00O dEUS DERROTADO NAS URNAS<p><a href="https://www.facebook.com/alonso3134/posts/6308941355787284?notif_id=1667057005279107&notif_t=feedback_reaction_generic&ref=notif" target="_blank"><i>Texto postado no Facebook no dia 29.10.2022</i></a><br /></p><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin: 0.5em 0px 0px; orphans: 2; overflow-wrap: break-word; text-align: left; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: pre-wrap; widows: 2; word-spacing: 0px;"><div dir="auto" style="font-family: inherit; text-align: start;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirh5O9Vvcxlw03V0VZ4ocnjaAD1CZjEjYNg4LVNJ7n6z8s5zuwrGy3LdEHrkVpPGFvTtkZj39_MiQ6oOd8eTmoMX_VgKEZjQbxMLmB0cWuYMXV_B-TJC0-k2jvzYxMkkeJjhyfpDmfN3La8V_zyGqG-dw8hjz-qLYrZWsYmBMY6s3SQKreLHuNxzGvXw/s768/48247f03-3c4b-44ea-b095-27da837c5042.jpeg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="510" data-original-width="768" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirh5O9Vvcxlw03V0VZ4ocnjaAD1CZjEjYNg4LVNJ7n6z8s5zuwrGy3LdEHrkVpPGFvTtkZj39_MiQ6oOd8eTmoMX_VgKEZjQbxMLmB0cWuYMXV_B-TJC0-k2jvzYxMkkeJjhyfpDmfN3La8V_zyGqG-dw8hjz-qLYrZWsYmBMY6s3SQKreLHuNxzGvXw/w400-h266/48247f03-3c4b-44ea-b095-27da837c5042.jpeg" width="400" /></a></div>Ele não queria se meter nisso, até porque nem mesmo “título de eleitor celestial” ele tem. Mas mesmo assim quiseram colocá-lo no rolo. Usaram e abusaram do seu “Nome” de uma maneira vergonhosa, logo, produziram um ídolo, por isso trata-se de “deus”. </div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin: 0.5em 0px 0px; orphans: 2; overflow-wrap: break-word; text-align: left; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: pre-wrap; widows: 2; word-spacing: 0px;"><div dir="auto" style="font-family: inherit; text-align: start;">Teve quem disse que depois de dois períodos de jejum de 40 dias, “ouviu a voz” de deus dizendo claramente que o 22 levaria essa. Outro disse que “orou muito” e deus disse que a “vitória” viria em outubro, para envergonhar o "diabo". Houve quem disse que orou para deus travar as urnas, no caso de fraude, e assim ter outra “eleição”. Isso sem falar em pastores e líderes que pregaram, fizeram vigília, convocaram membros para a campanha de jejum e oração pelo 22; expulsou irmãos que votaram no 13 e monitorou grupos de 𝑊ℎ𝑎𝑡𝑠𝐴𝑝𝑝 e redes sociais dos irmãos que externaram seu voto no 13, contrariando a "orientação divina” que só o pastor tem. E claro, o que não faltou foram pastores pedindo para que esse deus desse a vitória sobre o “inimigo”, no caso, o 13.</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin: 0.5em 0px 0px; orphans: 2; overflow-wrap: break-word; text-align: left; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: pre-wrap; widows: 2; word-spacing: 0px;"><div dir="auto" style="font-family: inherit; text-align: start;">Edir Macedo, chegou a dizer que nessas eleições o povo viria qual deus era o mais forte, da direita ou da esquerda. E não faltou dinheiro para produzir milhares de jornais da IURD a fim de afirmar que os fiéis não deveriam votar no 13, assim como foi em 1989.</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin: 0.5em 0px 0px; orphans: 2; overflow-wrap: break-word; text-align: left; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: pre-wrap; widows: 2; word-spacing: 0px;"><div dir="auto" style="font-family: inherit; text-align: start;">Com o 22 perdendo nas urnas, os profetas desse deus precisarão “revisar” a sua atuação e elaborar uma outra “teologia do voto”. </div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin: 0.5em 0px 0px; orphans: 2; overflow-wrap: break-word; text-align: left; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: pre-wrap; widows: 2; word-spacing: 0px;"><div dir="auto" style="font-family: inherit; text-align: start;">Esse deus não ouviu as orações dos vários pastores que falaram em nome dele; esse deus não travou as urnas; esse deus não mudou os dedos dos eleitores na hora do voto, forçando-os a apertarem o número 2 duas vezes; esse deus não honrou o jejum de quase 80 dias do pastor que disse ter ouvido a “voz” de “deus”; esse deus é fraco porque não consegue nem mesmo mudar a história de um País; esse deus é ruim porque não evitou a derrota do seu suposto escolhido, o ungido, o “messias”. Um deus sem poder. Um deus sem força. Um deus sem profetas. </div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin: 0.5em 0px 0px; orphans: 2; overflow-wrap: break-word; text-align: left; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: pre-wrap; widows: 2; word-spacing: 0px;"><div dir="auto" style="font-family: inherit; text-align: start;">Pastores do 22 terão que explicar para os seus irmãos convertidos ao Bolsonarismo, porque não só um candidato perdeu as eleições, mas também um certo deus perdeu o seu domínio. Terão que explicar o que aconteceu com o deus derrotado nas urnas. </div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin: 0.5em 0px 0px; orphans: 2; overflow-wrap: break-word; text-align: left; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: pre-wrap; widows: 2; word-spacing: 0px;"><div dir="auto" style="font-family: inherit; text-align: start;">Ficará um pouco mais fácil no caso deles admitirem que no fundo mesmo sempre se tratou de um ídolo. Assim, a explicação poderá ficar, ao menos, pior. Mas acho difícil.</div></div>Alonso S. Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/07740830168120351568noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8413906797530071657.post-74346631128746767412022-10-24T09:55:00.001-07:002022-10-24T19:24:12.779-07:00QUAL É A QUESTÃO NESSA DISPUTA ELEITORAL? <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSdXOpKpBTm6DLkXso25u4vyvM_UKnBEUpYAMpxCyFEIcEx3h-xhSe5EdS5KKoyvVGY1krtGLSl95Wa88XAOPYrYj2-sCUXsx8RNyymtSEoRgdPmDxM8kKD-5hiwWLo-wGpGtq63JcblTt8XQNqkLVUA2G-hAY2IMcOYeMUZhbJMLMQ6AF7dbaPyaMKg/s1280/brasil-coloniza%C3%A7%C3%A3o-1280x1024.png" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="1280" height="256" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSdXOpKpBTm6DLkXso25u4vyvM_UKnBEUpYAMpxCyFEIcEx3h-xhSe5EdS5KKoyvVGY1krtGLSl95Wa88XAOPYrYj2-sCUXsx8RNyymtSEoRgdPmDxM8kKD-5hiwWLo-wGpGtq63JcblTt8XQNqkLVUA2G-hAY2IMcOYeMUZhbJMLMQ6AF7dbaPyaMKg/s320/brasil-coloniza%C3%A7%C3%A3o-1280x1024.png" width="320" /></a></div><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: trebuchet;">A<span> questão não é a
corrupção. Essa já convivemos desde que Portugal chegou por aqui e muitos faziam
contrabando de ouro em “santos do pau oco”. Caso o motivo fosse mesmo a corrupção,
“Cabo Daciolo” era o presidente do Brasil em 2018. </span>
</span></span><p></p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: trebuchet;"><span>A questão não é a família.
Sem os dados do IBGE, nem mesmo sabemos ao certo quantas mães e avós cuidam de
seus filhos e netos sozinhas. A família brasileira é uma ficção e seus valores
são superdimensionados em campanha eleitoral.</span></span></span></p><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: trebuchet;">
</span></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: trebuchet;"><span></span></span></span></p><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: trebuchet;">
</span></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: trebuchet;"><span>A questão não é Deus. Ele não
tem “título de eleitor” e não precisa ser defendido por ninguém. O Senhor do
universo não se deixa usar por políticos oportunistas. </span></span></span></p><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: trebuchet;">
</span></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: trebuchet;"><span>A questão não é pátria.
Caso fosse, parte dos militares não estavam se lambuzando com picanha, cerveja e
Viagra. </span></span></span></p><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: trebuchet;">
</span></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: trebuchet;"><span>A questão não é o
comunismo. Este acabou em 1989 quando o Muro de Berlim caiu. O que se tem hoje
são ditaduras, tanto na América Latina como no Leste Europeu.</span></span></span></p><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: trebuchet;">
</span></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: trebuchet;"><span></span></span></span></p><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: trebuchet;">
</span></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: trebuchet;"><span>Qual é a questão?</span></span></span></p><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: trebuchet;">
</span></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: trebuchet;"><span></span></span></span></p><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: trebuchet;">
</span></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: trebuchet;"><span>A questão está entre a
democracia e o fascismo. Porque este último, não se enquadra em nenhuma
ideologia política pelo fato de não reconhecer nenhum ordenamento jurídico e político-social
cabível.</span></span></span></p><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: trebuchet;">
</span></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: trebuchet;"><span></span></span></span></p><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: trebuchet;">
</span></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: trebuchet;"><span>A questão está entre a
civilidade e a barbárie. Quem deseja a barbárie participa de manifestações para
fechar o Congresso Nacional e o STF, e quando recebe a polícia joga granada e atira nos policiais.</span></span></span></p><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: trebuchet;">
</span></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: trebuchet;"><span></span></span></span></p><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: trebuchet;">
</span></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: trebuchet;"><span>A questão está no modelo
de governo que segue querendo avançar ainda mais na sua sanha autoritária. Querendo
mudar a composição do Judiciário e continuar cooptando as FFAA para o seu projeto fascistoide de
poder. </span></span></span></p><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: trebuchet;">
</span></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: trebuchet;"><span>A questão está entre
celebrar a vida ou enaltecer a morte. Quem cultua a morte tem como livro de
cabeceira um torturador, não a Bíblia; quem cultua a morte desdenha de quem
está morrendo com falta de ar; quem cultua a morte não tem nenhum pudor em
dizer que não é coveiro.</span></span></span></p><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: trebuchet;">
</span></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: trebuchet;"><span>A questão está entre
favorecer os ricos e tirar ainda mais dos pobres. Quem não gosta dos pobres, já
sinalizou que pode reduzir os salários de aposentados e congelar o mínimo e
assim continuar tirando direitos trabalhistas via Congresso Nacional que já demonstrou
não ter nenhuma vergonha do “Orçamento Secreto”.</span></span></span></p><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: trebuchet;">
</span></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: trebuchet;"><span>A questão não é a polarização.
Essa, o país já viveu em outras eleições. Polarização tem como pressuposto dois
projetos antagônicos ou levemente diferentes entre si. O que o país vive hoje
deixou a polarização na saudade. O que temos para hoje está bem definido:
guerra ou um vislumbre de paz. E entre essas duas, o país não poderá
contar com parte da Igreja Evangélica, porque já escolheu as armas, literalmente. <br /></span></span></span></p><p></p>Alonso S. Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/07740830168120351568noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8413906797530071657.post-28462439998606938062022-10-22T09:02:00.000-07:002022-10-22T09:02:03.465-07:00CARTA PASTORAL À NAÇÃO BRASILEIRA<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSXF2OFPE3jowMAFHF5yUbN9y7MBq7LVukkpt7waO0VF11sRq4tr9sWet9AwIvX239lnjHf01bDSSrQZcfcdf4QzovQpSCD0LBngtfweqQPkMRXUoesc3TWYPXgTyEoXlJLHw64PCx39DgxVQYiUO2xKkW5Hcas0PKSFfyqLitOv-BzbTBsI8tr4SDIA/s775/Prancheta-1-4.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="433" data-original-width="775" height="204" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSXF2OFPE3jowMAFHF5yUbN9y7MBq7LVukkpt7waO0VF11sRq4tr9sWet9AwIvX239lnjHf01bDSSrQZcfcdf4QzovQpSCD0LBngtfweqQPkMRXUoesc3TWYPXgTyEoXlJLHw64PCx39DgxVQYiUO2xKkW5Hcas0PKSFfyqLitOv-BzbTBsI8tr4SDIA/w365-h204/Prancheta-1-4.png" width="365" /></a></div><span style="background-color: white; color: #1f1723; font-family: "Open Sans", sans-serif; font-size: 15px;">Nós – pastores e pastoras, e líderes evangélicos das mais diferentes tradições cristãs – vimos à nação brasileira, neste conturbado contexto eleitoral, marcado por polarizações, extremismos e violência, afirmar:</span><p></p><p align="left" style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #1f1723; font-family: "Open Sans", sans-serif; font-size: 15px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 10px; padding: 7px 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700;">1. </span>Nosso compromisso com o Evangelho do Cristo, personificado na figura de Jesus de Nazaré, que, suportando todo tipo de contradição, injustiça, humilhação e violência, legou-nos o caminho do amor, da paz e da convivência; e promoveu a dignidade humana. Sim, em Cristo, não há direita, nem esquerda, nem homem, nem mulher, nem estrangeiro, nem rico, nem pobre. Também não há distinção de classe, de cor, de nacionalidade ou de condição física, pois, nele, todos somos iguais (Fp 2.1,5-11; Jo 4; Mt 19.14; Is 53.4-7; Rm 10.12; Gl 3.23-29; Cl 3.11; Fp 2.5-8);</p><p align="left" style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #1f1723; font-family: "Open Sans", sans-serif; font-size: 15px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 10px; padding: 7px 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700;">2. </span>Nosso renovado compromisso de orar não só pelo futuro mas, sobretudo, pelo presente do país, incluindo seus governantes, neste momento em que o povo brasileiro é convidado a fazer suas escolhas, de tal modo que elas sejam exercidas em paz e pela paz (1Tm 2.2; Rm 13.1-7; Pv 28.9; Mt 7.7-8; Rm 8.26-27; Ef 6.18; 1Ts 5.17; 1Tm 2.1-2; Tg 5.16);</p><p align="left" style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #1f1723; font-family: "Open Sans", sans-serif; font-size: 15px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 10px; padding: 7px 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700;">3. </span>Nosso convite para que todos os brasileiros e brasileiras exerçam sua cidadania, escolhendo seus candidatos pelo alinhamento deles com os valores do Reino de Deus, evidenciados na defesa dos mais pobres e dos menos favorecidos, na crítica a toda forma de injustiça e violência, na denúncia das desigualdades econômicas e sociais, no acolhimento aos vulneráveis, na tolerância com o diferente, no cuidado com os encarcerados, na responsabilidade com a criação de Deus, e na promoção de ações de justiça e de paz (Dt 16.19; Sl 82.2-5; Pv 29.2; 31.,9; Is 10.1-2; Jr 22.15-17; Am 8.3-7; Gn 2.15; Rm 8.18-25; Mt 5.6; 25.34-35; Lc 6.27-31; Tg 1.27; 2.6-7);</p><p align="left" style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #1f1723; font-family: "Open Sans", sans-serif; font-size: 15px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 10px; padding: 7px 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700;">4. </span>Nossa indignação contra toda pretensão de haver um governo exercido em nome de Deus, bem como contra toda aspiração autoritária e antidemocrática. Afirmamos nossa firme convicção de que o nome de Deus não pode ser usado em vão, ainda mais para fins políticos. Por isso, recomendamos, enfaticamente, que se desconfie de qualquer tentativa de manipulação do nome de Deus (Ex 20.7);</p><p align="left" style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #1f1723; font-family: "Open Sans", sans-serif; font-size: 15px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 10px; padding: 7px 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700;">5. </span>Nosso repúdio a toda e qualquer forma de instrumentalização da religião e dos espaços sagrados para promoção de candidatos e partidarismos. Cremos num Deus grande o suficiente para não se deixar usar por formas anticristãs de pensamento e de ação;</p><p align="left" style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #1f1723; font-family: "Open Sans", sans-serif; font-size: 15px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 10px; padding: 7px 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700;">6. </span>Nossa denúncia da instrumentalização da piedade e da posição pastoral com objetivo de exercer uma condução do voto. Reafirmamos a liberdade que o cidadão tem de optar por seus candidatos, sem se sentir levado por sentimentos de medo e culpa, frequentemente promovidos por profissionais da religião visando a manipulação política de fiéis (Mt 7.15-20; Rm 16.17-18; 2 Pe 2.1-3; Jo 10.10a);</p><p align="left" style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #1f1723; font-family: "Open Sans", sans-serif; font-size: 15px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 10px; padding: 7px 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700;">7.</span> Nossa denúncia de toda e qualquer forma de corrupção, desde aquelas que lesam os cofres públicos às demais travestidas ora de opressão social, ora de conluios e conveniências com a injustiça, com a impunidade e com os poderes estabelecidos (Dt 25.13-16; Pv 11.1; 20.10; 31.9; Is 10.1-2; Jr 22.15-17; Mq 6.11; 7.2-3; Lc 3.12-13);</p><p align="left" style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #1f1723; font-family: "Open Sans", sans-serif; font-size: 15px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 10px; padding: 7px 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700;">8.</span> Nossa certeza de que o Reino não está circunscrito à Igreja e de que não pode ser capitaneado por ninguém, seja qual for o cargo que exerça ou credencial que possua (Lc 17.20-21; At 10.34-35);</p><p align="left" style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #1f1723; font-family: "Open Sans", sans-serif; font-size: 15px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 10px; padding: 7px 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700;">9.</span> Nossa inconformidade com o clima violento que tomou conta do país, o qual foi, também, muito alimentado por lideranças religiosas que, ao invés de pacificarem o povo e abrandarem os discursos, inflamam ainda mais o contexto polarizado em que vivemos (Mt 5.9; 11.29; Lc 6.27-31; Rm 12.19-21; Cl 3.12);</p><p align="left" style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #1f1723; font-family: "Open Sans", sans-serif; font-size: 15px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 10px; padding: 7px 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700;">10.</span> Nossa defesa do Estado laico, da liberdade de consciência e de expressão, do direito à vida, à maturidade individual e à integridade, e do pleno direito de exercermos a liberdade religiosa (Jo 8.31-32,36; 2Co 3.17; Gl 5.1.13; Rm 6.22; Cl 1.13);</p><p align="left" style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #1f1723; font-family: "Open Sans", sans-serif; font-size: 15px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 10px; outline-offset: 0px !important; outline: 0px !important; padding: 7px 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700;">11.</span> Nosso renovado compromisso de semear perdão onde houver ofensa, amor onde houver ódio, esperança onde houver desespero, luz onde houver trevas, verdade onde houver mentira e união onde houver discórdia, manifestos no respeito e na contínua intercessão a Deus pelo processo democrático brasileiro (Mt 5.9; 18.21-22; Lc 6.27-31; Jo 13.3-5; Rm 12.19-21; Gl 5.13);</p><p align="left" style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #1f1723; font-family: "Open Sans", sans-serif; font-size: 15px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 10px; padding: 7px 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700;">12.</span> Nossa união em defesa da vida digna, em sua plenitude, para todas as pessoas, cujo exemplo e potencial maior está em Jesus de Nazaré; e do amor, da paz e da justiça estabelecidos por ele como valores para sua efetivação (Mt 11.29; Jo 10.10; 13.3-5,15; Rm 12.1-2; Fp 2.5-8).</p><p align="left" style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #1f1723; font-family: "Open Sans", sans-serif; font-size: 15px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 10px; padding: 7px 0px;">“A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós.” (2 Co 13.13)</p><p align="left" style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #1f1723; font-family: "Open Sans", sans-serif; font-size: 15px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 10px; padding: 7px 0px; text-align: right;">Brasil, setembro de 2018.</p>Alonso S. Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/07740830168120351568noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8413906797530071657.post-80055142730054592822022-10-02T08:19:00.001-07:002022-10-02T08:19:14.857-07:00O USO INDEVIDO DE SALMOS 33,12<p><span style="background-color: white; color: #050505;"></span>
</p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: georgia;">Nesses dias o que mais se vê é gente usando o texto
bíblico de Salmos 33,12 na sua primeira parte que diz “feliz é a nação cujo
Deus é o Senhor”. A segunda parte do versículo esquece, propositadamente ou
não. Com isso, querem dizer que uma “nação” que tem “Deus” como o Senhor é
feliz, logo, o versículo vira “cabo eleitoral”. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: georgia;">Que nação é essa do versículo? É a brasileira? Deus quer
uma nação para ele? Para todas as perguntas é um não auditável! <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: georgia;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; font-family: "inherit", serif; font-size: 11.5pt; text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_mCbcD6byI4ASsjja4ss02SfJ1vylMvbNvTLjEF0eYFNsLnFDD2mPSnbH0WAiddcibdoTOpT9peh2RfFSJPXtNLVfAL0q1cX26VgvFh2CLCl_0dRL3ALHSNlrGBQfTpXxWVBAvG0xEOJ6fPs47nS7065FDTNd8RFVpnS-T-qwLU_tzU4gWG79w9T6SQ/s512/Brasil.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="372" data-original-width="512" height="233" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_mCbcD6byI4ASsjja4ss02SfJ1vylMvbNvTLjEF0eYFNsLnFDD2mPSnbH0WAiddcibdoTOpT9peh2RfFSJPXtNLVfAL0q1cX26VgvFh2CLCl_0dRL3ALHSNlrGBQfTpXxWVBAvG0xEOJ6fPs47nS7065FDTNd8RFVpnS-T-qwLU_tzU4gWG79w9T6SQ/s320/Brasil.png" width="320" /></a></span></div><span style="font-family: georgia;">O texto de Salmos 33,12 está falando da nação de Israel e
não de qualquer outra nação, muito menos a brasileira. A segunda parte do
versículo diz: “cujo povo ele escolheu para lhe pertencer!”. Que povo ele
escolheu para lhe pertencer? Israel! Não outro povo. Isso porque esse povo,
Israel, não era lá essas coisas (Dt 7,7-8). Assim, Salmos 33,12 está se
referindo, exclusivamente, ao povo de Israel dentro da aliança que Yahweh fez
com ele. Não é de longe outra nação que o texto está se referindo, muito menos
o Brasil. <o:p></o:p></span><p></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: georgia;">Alguém pode dizer: “Mas isso é no sentido de ser abençoado
por Deus uma nação que tem ele como Senhor”. Pois é, outro equívoco. Nada que
uma boa teologia bíblica da igreja não resolva.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: georgia;">A igreja tem uma função que está acima de qualquer
governo ou autoridade política. Isso ela tem por que foi o próprio Cristo que
assim o fez. Em Efésios 1,21-23 é dito: “Agora ele está muito acima de qualquer
governante, autoridade, poder, líder ou qualquer outro nome não apenas neste
mundo, mas também no futuro. Deus submeteu todas as coisas à autoridade de
Cristo e o fez cabeça de tudo, para o bem da igreja. E a igreja é seu corpo;
ela é preenchida e completada por Cristo, que enche consigo mesmo todas as
coisas em toda parte” (NVT). Logo, é a igreja, por meio de Cristo, que assume a
função de continuar o ministério de Cristo. Ele é o Senhor de tudo. E como
Senhor de tudo, ele escolhe a igreja para preencher todas as partes. Isso
significa que a igreja não pode ser de uma nação! Isso significa que a igreja
não pode participar do poder, porque ela tem no Cristo alguém que está acima de
qualquer ordem política nesse mundo! Entendeu?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: georgia;">Para deixar mais claro ainda. As funções do Israel
bíblico, o Novo Testamento entende que cabe à igreja ser a continuidade. Não
mais por meio de um único povo, uma única nação, mas todos os povos. 1Pe 2,9 é
muito claro: “Vocês, porém, são povo escolhido, reino de sacerdotes, nação
santa, propriedade exclusiva de Deus. Assim, vocês podem mostrar às pessoas
como é admirável aquele que os chamou das trevas para sua maravilhosa luz”
(NVT). A igreja é multiétnica. Ela não tem nacionalidade. Antes é o ajuntamento
de todas as cores, de todas as pessoas. O povo escolhido é a igreja. O
sacerdócio de Deus é o povo dele, a igreja. Esse povo é propriedade exclusiva
de Deus, não um país, não uma nação!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: georgia;">Não é por acaso, que a igreja quando diante do Cordeiro
será assim: “Depois disso, vi uma imensa multidão, grande demais para ser
contada, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e
diante do Cordeiro. Usavam vestes brancas e seguravam ramos de palmeiras (Ap
7,9 – NVT).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: georgia;">O Brasil não será uma “nação” cristã! E ainda bem que
não. Porque Deus já tem a sua nação, a igreja, composta de todas as pessoas que
proclamam o Evangelho de Jesus Cristo! </span></p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: georgia;">Quem fica por aí citando
Salmos 33,12 como se fosse para o Brasil de hoje, usando o texto como cabo
eleitoral, está cometendo um duplo erro: o texto é para o povo/nação de Israel;
e cabe à igreja (nova aliança) ser o ajuntamento de muitas nações.</span></p><span style="background-color: white; color: #050505;"></span><p></p>Alonso S. Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/07740830168120351568noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8413906797530071657.post-24489741278332296902022-09-08T18:03:00.025-07:002022-09-09T04:44:02.846-07:00TEXTO PARA LER NO DIA TRINTA E UM DE OUTUBRO<p><!--[if gte mso 9]><xml>
<o:OfficeDocumentSettings>
<o:AllowPNG/>
</o:OfficeDocumentSettings>
</xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml>
<w:WordDocument>
<w:View>Normal</w:View>
<w:Zoom>0</w:Zoom>
<w:TrackMoves/>
<w:TrackFormatting/>
<w:HyphenationZone>21</w:HyphenationZone>
<w:PunctuationKerning/>
<w:ValidateAgainstSchemas/>
<w:SaveIfXMLInvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid>
<w:IgnoreMixedContent>false</w:IgnoreMixedContent>
<w:AlwaysShowPlaceholderText>false</w:AlwaysShowPlaceholderText>
<w:DoNotPromoteQF/>
<w:LidThemeOther>PT-BR</w:LidThemeOther>
<w:LidThemeAsian>X-NONE</w:LidThemeAsian>
<w:LidThemeComplexScript>X-NONE</w:LidThemeComplexScript>
<w:Compatibility>
<w:BreakWrappedTables/>
<w:SnapToGridInCell/>
<w:WrapTextWithPunct/>
<w:UseAsianBreakRules/>
<w:DontGrowAutofit/>
<w:SplitPgBreakAndParaMark/>
<w:EnableOpenTypeKerning/>
<w:DontFlipMirrorIndents/>
<w:OverrideTableStyleHps/>
</w:Compatibility>
<m:mathPr>
<m:mathFont m:val="Cambria Math"/>
<m:brkBin m:val="before"/>
<m:brkBinSub m:val="--"/>
<m:smallFrac m:val="off"/>
<m:dispDef/>
<m:lMargin m:val="0"/>
<m:rMargin m:val="0"/>
<m:defJc m:val="centerGroup"/>
<m:wrapIndent m:val="1440"/>
<m:intLim m:val="subSup"/>
<m:naryLim m:val="undOvr"/>
</m:mathPr></w:WordDocument>
</xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml>
<w:LatentStyles DefLockedState="false" DefUnhideWhenUsed="false"
DefSemiHidden="false" DefQFormat="false" DefPriority="99"
LatentStyleCount="376">
<w:LsdException Locked="false" Priority="0" QFormat="true" Name="Normal"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" QFormat="true" Name="heading 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" QFormat="true" Name="heading 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" QFormat="true" Name="heading 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" QFormat="true" Name="heading 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" QFormat="true" Name="heading 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" QFormat="true" Name="heading 7"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" QFormat="true" Name="heading 8"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" QFormat="true" Name="heading 9"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="index 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="index 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="index 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="index 4"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="index 5"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="index 6"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="index 7"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="index 8"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="index 9"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" Name="toc 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" Name="toc 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" Name="toc 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" Name="toc 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" Name="toc 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" Name="toc 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" Name="toc 7"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" Name="toc 8"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" Name="toc 9"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Normal Indent"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="footnote text"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="annotation text"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="header"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="footer"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="index heading"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="35" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" QFormat="true" Name="caption"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="table of figures"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="envelope address"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="envelope return"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="footnote reference"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="annotation reference"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="line number"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="page number"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="endnote reference"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="endnote text"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="table of authorities"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="macro"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="toa heading"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Bullet"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Number"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List 4"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List 5"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Bullet 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Bullet 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Bullet 4"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Bullet 5"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Number 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Number 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Number 4"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Number 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="10" QFormat="true" Name="Title"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Closing"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Signature"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="1" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" Name="Default Paragraph Font"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Body Text"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Body Text Indent"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Continue"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Continue 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Continue 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Continue 4"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Continue 5"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Message Header"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="11" QFormat="true" Name="Subtitle"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Salutation"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Date"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Body Text First Indent"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Body Text First Indent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Note Heading"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Body Text 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Body Text 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Body Text Indent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Body Text Indent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Block Text"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Hyperlink"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="FollowedHyperlink"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="22" QFormat="true" Name="Strong"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="20" QFormat="true" Name="Emphasis"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Document Map"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Plain Text"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="E-mail Signature"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Top of Form"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Bottom of Form"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Normal (Web)"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Acronym"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Address"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Cite"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Code"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Definition"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Keyboard"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Preformatted"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Sample"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Typewriter"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Variable"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Normal Table"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="annotation subject"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="No List"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Outline List 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Outline List 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Outline List 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Simple 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Simple 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Simple 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Classic 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Classic 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Classic 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Classic 4"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Colorful 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Colorful 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Colorful 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Columns 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Columns 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Columns 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Columns 4"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Columns 5"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Grid 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Grid 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Grid 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Grid 4"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Grid 5"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Grid 6"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Grid 7"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Grid 8"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table List 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table List 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table List 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table List 4"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table List 5"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table List 6"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table List 7"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table List 8"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table 3D effects 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table 3D effects 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table 3D effects 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Contemporary"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Elegant"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Professional"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Subtle 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Subtle 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Web 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Web 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Web 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Balloon Text"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="Table Grid"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Theme"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" Name="Placeholder Text"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="1" QFormat="true" Name="No Spacing"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" Name="Light Shading"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" Name="Light List"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" Name="Light Grid"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" Name="Medium Shading 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" Name="Medium Shading 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" Name="Medium List 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" Name="Medium List 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" Name="Medium Grid 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" Name="Medium Grid 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" Name="Medium Grid 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" Name="Dark List"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" Name="Colorful Shading"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" Name="Colorful List"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" Name="Colorful Grid"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" Name="Light Shading Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" Name="Light List Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" Name="Light Grid Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" Name="Medium Shading 1 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" Name="Medium Shading 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" Name="Medium List 1 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" Name="Revision"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="34" QFormat="true"
Name="List Paragraph"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="29" QFormat="true" Name="Quote"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="30" QFormat="true"
Name="Intense Quote"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" Name="Medium List 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" Name="Medium Grid 1 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" Name="Medium Grid 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" Name="Medium Grid 3 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" Name="Dark List Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" Name="Colorful Shading Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" Name="Colorful List Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" Name="Colorful Grid Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" Name="Light Shading Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" Name="Light List Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" Name="Light Grid Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" Name="Medium Shading 1 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" Name="Medium Shading 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" Name="Medium List 1 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" Name="Medium List 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" Name="Medium Grid 1 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" Name="Medium Grid 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" Name="Medium Grid 3 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" Name="Dark List Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" Name="Colorful Shading Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" Name="Colorful List Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" Name="Colorful Grid Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" Name="Light Shading Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" Name="Light List Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" Name="Light Grid Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" Name="Medium Shading 1 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" Name="Medium Shading 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" Name="Medium List 1 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" Name="Medium List 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" Name="Medium Grid 1 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" Name="Medium Grid 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" Name="Medium Grid 3 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" Name="Dark List Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" Name="Colorful Shading Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" Name="Colorful List Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" Name="Colorful Grid Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" Name="Light Shading Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" Name="Light List Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" Name="Light Grid Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" Name="Medium Shading 1 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" Name="Medium Shading 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" Name="Medium List 1 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" Name="Medium List 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" Name="Medium Grid 1 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" Name="Medium Grid 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" Name="Medium Grid 3 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" Name="Dark List Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" Name="Colorful Shading Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" Name="Colorful List Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" Name="Colorful Grid Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" Name="Light Shading Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" Name="Light List Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" Name="Light Grid Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" Name="Medium Shading 1 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" Name="Medium Shading 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" Name="Medium List 1 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" Name="Medium List 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" Name="Medium Grid 1 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" Name="Medium Grid 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" Name="Medium Grid 3 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" Name="Dark List Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" Name="Colorful Shading Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" Name="Colorful List Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" Name="Colorful Grid Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" Name="Light Shading Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" Name="Light List Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" Name="Light Grid Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" Name="Medium Shading 1 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" Name="Medium Shading 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" Name="Medium List 1 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" Name="Medium List 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" Name="Medium Grid 1 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" Name="Medium Grid 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" Name="Medium Grid 3 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" Name="Dark List Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" Name="Colorful Shading Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" Name="Colorful List Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" Name="Colorful Grid Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="19" QFormat="true"
Name="Subtle Emphasis"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="21" QFormat="true"
Name="Intense Emphasis"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="31" QFormat="true"
Name="Subtle Reference"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="32" QFormat="true"
Name="Intense Reference"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="33" QFormat="true" Name="Book Title"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="37" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" Name="Bibliography"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" QFormat="true" Name="TOC Heading"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="41" Name="Plain Table 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="42" Name="Plain Table 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="43" Name="Plain Table 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="44" Name="Plain Table 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="45" Name="Plain Table 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="40" Name="Grid Table Light"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46" Name="Grid Table 1 Light"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="Grid Table 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="Grid Table 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="Grid Table 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="Grid Table 5 Dark"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51" Name="Grid Table 6 Colorful"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52" Name="Grid Table 7 Colorful"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="Grid Table 1 Light Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="Grid Table 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="Grid Table 3 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="Grid Table 4 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="Grid Table 5 Dark Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="Grid Table 6 Colorful Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="Grid Table 7 Colorful Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="Grid Table 1 Light Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="Grid Table 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="Grid Table 3 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="Grid Table 4 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="Grid Table 5 Dark Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="Grid Table 6 Colorful Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="Grid Table 7 Colorful Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="Grid Table 1 Light Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="Grid Table 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="Grid Table 3 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="Grid Table 4 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="Grid Table 5 Dark Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="Grid Table 6 Colorful Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="Grid Table 7 Colorful Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="Grid Table 1 Light Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="Grid Table 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="Grid Table 3 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="Grid Table 4 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="Grid Table 5 Dark Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="Grid Table 6 Colorful Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="Grid Table 7 Colorful Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="Grid Table 1 Light Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="Grid Table 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="Grid Table 3 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="Grid Table 4 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="Grid Table 5 Dark Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="Grid Table 6 Colorful Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="Grid Table 7 Colorful Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="Grid Table 1 Light Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="Grid Table 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="Grid Table 3 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="Grid Table 4 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="Grid Table 5 Dark Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="Grid Table 6 Colorful Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="Grid Table 7 Colorful Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46" Name="List Table 1 Light"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="List Table 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="List Table 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="List Table 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="List Table 5 Dark"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51" Name="List Table 6 Colorful"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52" Name="List Table 7 Colorful"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="List Table 1 Light Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="List Table 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="List Table 3 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="List Table 4 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="List Table 5 Dark Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="List Table 6 Colorful Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="List Table 7 Colorful Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="List Table 1 Light Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="List Table 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="List Table 3 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="List Table 4 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="List Table 5 Dark Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="List Table 6 Colorful Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="List Table 7 Colorful Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="List Table 1 Light Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="List Table 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="List Table 3 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="List Table 4 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="List Table 5 Dark Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="List Table 6 Colorful Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="List Table 7 Colorful Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="List Table 1 Light Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="List Table 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="List Table 3 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="List Table 4 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="List Table 5 Dark Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="List Table 6 Colorful Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="List Table 7 Colorful Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="List Table 1 Light Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="List Table 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="List Table 3 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="List Table 4 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="List Table 5 Dark Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="List Table 6 Colorful Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="List Table 7 Colorful Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="List Table 1 Light Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="List Table 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="List Table 3 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="List Table 4 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="List Table 5 Dark Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="List Table 6 Colorful Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="List Table 7 Colorful Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Mention"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Smart Hyperlink"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Hashtag"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Unresolved Mention"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Smart Link"/>
</w:LatentStyles>
</xml><![endif]--><!--[if gte mso 10]>
<style>
/* Style Definitions */
table.MsoNormalTable
{mso-style-name:"Tabela normal";
mso-tstyle-rowband-size:0;
mso-tstyle-colband-size:0;
mso-style-noshow:yes;
mso-style-priority:99;
mso-style-parent:"";
mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt;
mso-para-margin-top:0cm;
mso-para-margin-right:0cm;
mso-para-margin-bottom:8.0pt;
mso-para-margin-left:0cm;
line-height:107%;
mso-pagination:widow-orphan;
font-size:11.0pt;
font-family:"Calibri",sans-serif;
mso-ascii-font-family:Calibri;
mso-ascii-theme-font:minor-latin;
mso-hansi-font-family:Calibri;
mso-hansi-theme-font:minor-latin;
mso-bidi-font-family:"Times New Roman";
mso-bidi-theme-font:minor-bidi;
mso-fareast-language:EN-US;}
</style>
<![endif]-->Os pastores-midiáticos estão confiantes de que podem
influenciar os seus milhares de seguidores virtuais a votarem no atual
presidente que concorre à reeleição. Não fazem isso como meros cidadãos que tem
o direito constitucional de votarem, antes querem que todos saibam da sua
“divina” opinião quando declaram o seu voto no atual presidente. Bom, até aí
não haveria o menor problema. Esses pastores-midiáticos têm a estrutura
da <i>internet </i>e podem fazer isso, como um <i>youtuber </i>ou
influenciador digital.
</p><p class="MsoNoSpacing">Mas o ponto não é esse...</p>
<p class="MsoNoSpacing">Não querem apenas dizer em que seus seguidores devem
votar, mas também chamar a “vontade” de “Deus” para dizer que foi ele, “Deus”,
quem disse em quem seus seguidores devem votar. O “Deus” deles foi até o TSE
celestial e tirou o seu Título de Eleitor divino para votar exclusivamente no
pleito desse ano no Brasil, não por acaso que esse “Deus” deve ser brasileiro
mesmo. </p>
<p class="MsoNoSpacing">A criatividade desses pastores-midiáticos é incrível,
isso é preciso admitir.</p>
<p class="MsoNoSpacing"></p>Um diz que jejuou quarenta dias, assim como Jesus no
deserto e depois foi tentado pelo diabo, mas ele acredita piamente que ouviu
mesmo foi a “voz” de “Deus”. O jejum (diferente daquele que Deus cobrou em
Isaías 58 dos líderes religiosos, qual seria, “partilhar a comida com o
faminto, abrigar o pobre desamparado, vestir o nu e não recusar ajudar o
próximo”) serviu para dar a ele a clareza absoluta de que “Deus” estava
decidido a dar mais quatro anos para o atual presidente. Ele tem certeza!<p></p>
<p class="MsoNoSpacing"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrc2GW08iTa0mtAi3YpcPFujLFxBYsF38z2kNhfLPRtPH6HrwVcSj3jgOj650wxjTrl1tjMu8aYSSA1tQG-Gx7gK4ITYqqVCw0yu4K9JziTmQxpQl0VhjsSqrZ_qj1f9xgGp-UCgCSXhO0mIvy95oRp4WamxHI-QjttqROW-EJC3tnNBbROUht-Iq8UQ/s804/f804x452-83480_135413_15.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="452" data-original-width="804" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrc2GW08iTa0mtAi3YpcPFujLFxBYsF38z2kNhfLPRtPH6HrwVcSj3jgOj650wxjTrl1tjMu8aYSSA1tQG-Gx7gK4ITYqqVCw0yu4K9JziTmQxpQl0VhjsSqrZ_qj1f9xgGp-UCgCSXhO0mIvy95oRp4WamxHI-QjttqROW-EJC3tnNBbROUht-Iq8UQ/w400-h225/f804x452-83480_135413_15.jpg" width="400" /></a></div>Outro disse que orou muito e “Deus” falou com ele de que
o atual presidente teria a “vitória” em outubro, pelo fato de “Deus” está
conduzindo a Nação para a prosperidade com o atual governo. Além de argumentos
já batidos de que o País pode se tornar “socialista” e “comunista” (como se as
duas coisas fossem a mesma coisa), o pastor-midiático elencou a sua agenda
moral para dizer que os seus seguidores deveriam seguir a sua história e
discernimento “espiritual” para votar a partir de princípios que ele considera
que o atual governo tem. “Deus” quem o orientou.<p></p>
<p class="MsoNoSpacing">O mais conhecido dos pastores-midiáticos conseguiu a
proeza de dizer que está “orando” para que as urnas eletrônicas travem por oito
horas no dia da eleição e assim o pleito seja cancelado e o resultado não
declarado, comprovando, assim, de que houve frade eleitoral. O “Deus” desse
pastor-midiático tiraria um tempinho para interferir no processo eleitoral
brasileiro a fim de favorecer o seu “Messias”, uma vez que ele é o “ungido” de
“Deus” para governar o País. Imagina o “dedo” dele nas urnas...</p>
<p class="MsoNoSpacing">Esse texto foi escrito no dia oito de setembro de 2022 e
poderá ser lido no dia trinta e um de outubro de 2022, caso haja segundo turno.</p>
<p class="MsoNoSpacing">Sendo o primeiro colocado nas pesquisas de intenção de
voto a ganhar a eleição, o “Deus” desses pastores-midiáticos estará em maus
lençóis.</p>
<p class="MsoNoSpacing">Primeiro ele terá que explicar por que falou tão
claramente para o pastor que jejuou quarenta dias e falhou na sua “decretação”
de quem deveria ganhar a eleição.</p>
<p class="MsoNoSpacing">Depois ele terá que dizer por que desacreditou a oração
do pastor que acredita que o País estava caminhando para ser uma “Venezuela” e
“Deus” não impediu. O pastor “jura” de pé junto que foi “Deus” quem mostrou a
“vitória”. Isso pegará mal!</p>
<p class="MsoNoSpacing">Por fim, caso as urnas não travem e o pleito ocorra sem
maiores intercorrências, o “Deus” do pastor gritador terá que dizer por que ele
não interferiu nas urnas para favorecer o candidato à reeleição. E não
interferindo, fica a pergunta: estaria ele, “Deus”, “torcendo” para o outro
candidato? De qualquer forma, esse “Deus” estaria “encrencado” caso as coisas
não saiam do modo como o pastor está dizendo.</p>
<p class="MsoNoSpacing">No mais, vamos nos preparar para ver uma virada da
“teologia do domínio” de muitos pastores nesse Brasil de bolsonaristas.</p>
<p class="MsoNoSpacing">A partir do dia trinta e um de outubro, Rm 13 não servirá
mais, serviu até agora para “calar” a boca de críticos. E aquele “irmão” que
dizia que quem criticava o atual governo deveria na verdade é orar, irá passar
a criticar o que assumirá em janeiro de 2023. E aquela conversa de que o
Palácio do Planalto foi ungido por “Deus” terá um novo capítulo, isso porque a
“unção” de “Deus” terá ido embora do Palácio.</p>
<p class="MsoNoSpacing">É esperar para ver.</p>
<p class="MsoNoSpacing">Como esse texto não é para ser lido agora, é aguardar o
dia trinta e um de outubro para ler e se certificar se realmente esse “Deus”
falou com esses pastores-midiáticos.</p>
<p class="MsoNoSpacing"><b>Obs.</b>: As aspas são para preservar o Nome daquele que não
se deixa usar como cabo eleitoral.</p>
<p></p><p></p>Alonso S. Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/07740830168120351568noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8413906797530071657.post-31924028651072749172022-05-24T11:29:00.001-07:002022-05-24T11:37:34.540-07:00“SÓ DEUS ME TIRA DAQUI” (na possibilidade de “Deus” ter título de eleitor) <p><span style="clear: left; float: left; font-family: Candara; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="320" data-original-width="500" height="205" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNqllhKqf0kui2a_EU0lB9kmUk9yGSNobgyhA6DKEwlkRuX4wdvvCWsaizzDQH-e9LLhYnYVc8naBZQeCraAQXASypqbSMa3qJzzZOJO-Lw7-mP85eS4hzmF1g5xYR-cXl7895MtQBJSwCz4g8qptY67qcVMkDufd_mxDxcZzKcMhatx-uctDUhgO3LA/w320-h205/Silueta.jpg" width="320" /></span><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Candara;">Essa é uma velha e conhecida tática: usar e
abusar do “nome” de Deus para fazê-lo parecer partidário. Alguns políticos tem
feito isso e tornado o Nome um “nome” apenas, fazendo com que a inefável nomeação
do “divino” se torne palatável em uma pessoa. Idolatria, é o nome bíblico para
isso.</span></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 6pt;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Candara;">Deus passou a ser identificado, para alguns,
com um determinado político, o atual presidente. Ele usa e abusa desse “nome”
tornando-o obsoleto dentro de uma conjuntura religiosa. A frase mais ouvida agora
é: “Só Deus me tira daqui”. Uma referência à presidência da República e as eleições
deste ano.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 6pt;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Candara;">Para a classe política, e para muitas
igrejas, parece ser difícil entender que Deus não tem “título de eleitor”. Mas
como o atual presidente entende que “Deus” parece ter uma espécie de “título de
eleitor” celestial, vamos entrar na onda dele e ver se o Deus que conhecemos, e
se dependesse dele, deixaria o que está aí continuar.</span></span></p><p class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 6pt;"><span style="font-family: Candara; font-size: 12pt;">Vejamos...</span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 6pt;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Candara;">O Deus dos profetas tiraria o que está aí
porque não suporta ver o povo passando fome. Sim, enquanto muitos estão muito
bem, há milhares passando necessidade. As famílias estão com fome e isso parece
não incomodar quem faz uso desse termo, “família”, o tempo todo. O Deus de Amós
diria assim: “Ouçam esta palavra, vocês, políticos que estão em Brasília, vocês,
que oprimem os pobres e esmagam os necessitados” (4,1 <i>parafraseado</i>). Deus
não compactua com ninguém que deixa o seu povo na fila do osso; Deus não está
do lado de ninguém que na maior pandemia da história ofertou R$ 200,00 e o
Congresso Nacional aumentou para R$ 600,00 com muita briga, enquanto o Fundo
Partidário está na casa dos 5 bilhões. Deus não pode querer alguém que trama
para tirar os poucos direitos que ainda restam a grande maioria da população como
saúde, educação gratuita e segurança alimentar.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 6pt;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Candara;">Sendo apenas “Deus” a tirar o que está aí,
ele anda pensando muito nessa possibilidade, até porque ele não fica nenhum
pouco satisfeito com a devastação que esse governo vem fazendo na Amazônia.
Sim, foi ele quem fez com que as árvores dessem o seu fruto e a floresta de pé
é coisa dele (Gn 1,11-12). Com certeza ele não gostaria de ver as árvores no
chão, com uma política predatória conduzida por um ignóbil que acha que tudo
aquilo deveria ser pasto e virar cratera de garimpeiros.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 6pt;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Candara;">Ainda que haja situações de violência
envolvendo o “nome” de Deus na Bíblia, sabemos que ele procurou ensinar o seu
povo a buscar a paz e não a violência. É Provérbios 16,29 que diz: “O violento
recruta o seu próximo e o leva por um caminho ruim”. Deus observando um ser que
apenas usa e abusa do seu Nome e não tem nenhum compromisso com seus princípios,
conspirando contra o próprio povo a ponto de vê-los se gladiando nas ruas com
tamanha violência, se dependesse dele, tiraria mesmo. E foi Jesus quem ensinou:
“Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus” (Mt 5,9).<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 6pt;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Candara;">Já que é somente “Deus” que poderia tirar
alguém do poder, como vem sugerindo o atual presidente, ele deve estar inclinado
a isso, caso tivesse o “título de eleitor” celestial. Isso porque ele não
suporta a dor e o sofrimento do outro ao ponto de ficar impassível, muito menos
fazendo chacota. Quando ele viu a aflição do povo no Egito (Êx 3,7), ele teve
compaixão, porque era um povo sofrendo as dores dos seus mortos e feridos pelo trabalho
escravo. Sim, ele viu, sentiu e ouviu o choro do povo. Assim, Deus não
compactuaria com alguém que, diante da dor do outro, dissesse: “Eu não sou coveiro”.
<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 6pt;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Candara;">Mas como Deus não tem “título de eleitor”
celestial, tiraremos o que está aí por meio das mesmas urnas que o colocaram lá
há quase quatro anos atrás.</span><br /> <span face="Candara, sans-serif"><o:p></o:p></span></span></p>Alonso S. Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/07740830168120351568noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8413906797530071657.post-49457389749918415572022-04-14T10:20:00.001-07:002022-04-14T10:35:19.066-07:00 MAIS UMA VEZ, MARXISMO E RELIGIÃO<p><span style="background-color: white; color: #050505; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: verdana;">Chega nessa época de eleições gerais no país e mais uma vez ouvimos e vemos vídeos em que a desonestidade intelectual e, não poucas vezes, o mau-caratismo de alguns quando tratam do tema “marxismo e religião” (leia-se cristianismo). Dizem: “Não é possível ser cristão e marxista”. E as frases de efeito e chavões prontos são reproduzidos sem critério algum. </span></span></p><div class="cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql o9v6fnle ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto"><span style="font-family: verdana;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmEIJPJsNKJfLAqR94fv93gsxz-Z2T_DkWEJ95Kg0Fa8Hi8ZKYavq1jHS9mBk60QieFRZ0eJAcKjhRuvPWOmKcwqPHNGv1k6NcMty44Ad_a-LAlC-aEOiEEkeOXrnIISeSNRNUffrF4FFGIyLqfMsM4tDqTaAYc0_wmo2M51vmdmtzHijKJOvah2WW-g/s796/icon-2029297_960_720.png" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="796" height="289" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmEIJPJsNKJfLAqR94fv93gsxz-Z2T_DkWEJ95Kg0Fa8Hi8ZKYavq1jHS9mBk60QieFRZ0eJAcKjhRuvPWOmKcwqPHNGv1k6NcMty44Ad_a-LAlC-aEOiEEkeOXrnIISeSNRNUffrF4FFGIyLqfMsM4tDqTaAYc0_wmo2M51vmdmtzHijKJOvah2WW-g/s320/icon-2029297_960_720.png" width="320" /></a></div>Aqui vai uma breve contribuição sobre esse tema, "marxismo e religião".</span></div></div><div class="cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql o9v6fnle ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto"><span style="font-family: verdana;">Uma das frases mais ouvidas é que Marx tenha dito: “A religião é o ópio do povo”. Essa frase é usada tanto por críticos ao marxismo, no sentido de acentuar um certo “ateísmo” da corrente filosófica, como também por marxistas contrários à religião no sentido de ignorá-la por ser alienadora. Quanto à frase, Michael Löwy faz um alerta: “Devemos enfatizar que essa afirmação não é, de modo algum, especificamente marxista. A mesma frase pode ser encontrada, em vários contextos, nos escritos de Kant, de Herder, de Feuerbach, de Bruno Bauer, de Moses Hess e de Heinrich Heine”. Marx não nega sua aversão à religião em seus escritos, mas quanto ao seu suposto ateísmo, foi desenvolvido muito antes do filósofo formular suas concepções econômico-filosóficas conhecidas hoje como marxismo. Chama a atenção que no mesmo texto do “ópio”, aparecem as expressões “protesto” e “suspiro”. Assim, para Marx, a religião antes de ser “ópio” é “a expressão da verdadeira angústia e um protesto contra a verdadeira angústia. A religião é o suspiro da criatura oprimida”. Depois dessa sentença, o marxismo vem somando intérpretes e releituras a partir do contexto que se coloca. Certo de que a religião não deixou de conduzir as massas, o marxismo precisou se atualizar para enxergar na religião, principalmente no cristianismo de tendência revolucionária, uma força utópica relevante e necessária para a sociedade e seus dilemas sociais.</span></div></div><div class="cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql o9v6fnle ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto"><span style="font-family: verdana;">Mesmo havendo entre os intérpretes marxistas uma certa apologia ao ateísmo, direcionando tão somente a leitura alienadora da religião presente em Marx, é consenso também entre os autores do pensamento marxiano que a questão da religião não é um ponto claro e definido em Marx. Desse modo, os intérpretes de Marx, atentos a isso, concordam que a frase de que “a religião é o ópio do povo”, ainda que aparenta ter um caráter meramente unilateral, significa que a sentença não se confirmou na sua crítica integralmente.</span></div></div><div class="cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql o9v6fnle ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto"><span style="font-family: verdana;">Entre os intérpretes de Marx, que estiveram atentos a essa potencialidade revolucionária da religião, em específico, um ramo do cristianismo, está Rosa Luxemburgo que fez uma distinção entre Igreja e cristianismo, como também Max Adler que distinguiu, no interior do cristianismo, o catolicismo do movimento protestante, sendo este último mais revolucionário que o primeiro em diversos aspectos por razões históricas.</span></div></div><div class="cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql o9v6fnle ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto"><span style="font-family: verdana;">Com isso, é possível concluir com a sentença de Tommaso La Rocca: “É notório que o marxismo teve, repetidas vezes e com maior ou menor oportunidade, de rever ou pelo menos precisar as suas ideias e afinar os seus métodos, forçado pela tomada de consciência da complexidade das realidades históricas e culturais com as quais entrava sucessivamente em contato. Não há dúvida de que uma dessas realidades que induziu o marxismo a repensar a si mesmo foi a religião”. Não por acaso que marxianos têm vem recorrendo à religião como força propulsora para a leitura da realidade política e social. Dentre eles destaca-se Slavoj Žižek.</span></div></div>Alonso S. Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/07740830168120351568noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8413906797530071657.post-21468415548967889932021-09-21T13:12:00.005-07:002021-09-21T13:26:14.654-07:00A IGREJA QUER BRIGA! (SOBRE A TAL “GUERRA CULTURAL”)<span face=""Candara",sans-serif" style="font-size: 12pt;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdZhPGBpbnChQXbOmoOVruUi4fr5HeExbIfgw1W5ifn6qcRjdpifqYJhfIOMgTYG_Jr1v12dzyjAX91DJPY7hPgtglt17lqFN6SwzJgEvtf29sWuz5c6qBLO8f4QkfIjuuUa8fU4IQ6bYo/s800/guerras-culturais-e1572376793267.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="648" data-original-width="800" height="259" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdZhPGBpbnChQXbOmoOVruUi4fr5HeExbIfgw1W5ifn6qcRjdpifqYJhfIOMgTYG_Jr1v12dzyjAX91DJPY7hPgtglt17lqFN6SwzJgEvtf29sWuz5c6qBLO8f4QkfIjuuUa8fU4IQ6bYo/s320/guerras-culturais-e1572376793267.jpg" width="320" /></a></div><span style="font-family: Candara;"><span style="font-size: medium;">Uma
rápida busca na <i>internet</i> é possível ver a quantidade de pregadores
falando sobre “guerra cultural” (um tema importado dos EUA para o Brasil e que ganhou
força, especialmente, a partir de 2018). A maioria dos pastores, bispos e apóstolos,
estão preparando a igreja para a briga. Isso porque entendem que a igreja está
em uma guerra moral com essa sociedade e seus costumes e comportamentos, uma vez
que tais posturas “culturais” não têm compatibilidade com a “Bíblia”. Por isso,
é preciso que a igreja dê um “xeque-mate” nessa sanha imoral, brigando e
fazendo valer sua moralidade através de leis e visibilidade na arena pública. Do
contrário, afirmam, a igreja perderá a sua liberdade e não terá mais
oportunidade de cultuar e falar abertamente a sua mensagem (desconhecem o tema
da secularização?). </span></span></span><span style="font-family: Candara;"><span style="font-size: medium;">
</span></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: Candara;"><span style="font-size: medium;"><span>Um
pastor de Brasília, falando sobre “guerra cultural”, disse que a igreja deve entrar
nessa briga com o “evangelho e a legislação”, ou seja, não basta o evangelho
pregado, é preciso brigar por uma legislação que seja compatível com o
ordenamento político-religioso da igreja. Agora imagine Paulo dizendo para os
irmãos de Corinto que apenas o Evangelho de Jesus Cristo não era
o suficiente, mas também que os irmãos precisavam brigar para ver aprovadas
leis que contemplassem o entendimento da igreja em determinados assuntos, um
deles, por exemplo, a de que a adoração à César era ilegítima, porque só havia apenas um
rei, Jesus Cristo. </span></span></span></p><span style="font-family: Candara;"><span style="font-size: medium;"></span></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: Candara;"><span style="font-size: medium;"><span>O
fato é que a igreja no Brasil, ou uma parte dela para não generalizar, não faz
uma leitura da Bíblia comprometida com o seu contexto imediato. Não por acaso
que há inúmeros pastores que domingo após domingo cometem erros grotescos
falando do texto bíblico (não desmerecendo a força espiritual da Bíblia para as
inúmeras comunidades que se reúnem em torno do texto Sagrado). A leitura da
Bíblia, mais especificamente o Novo Testamento, é feita de maneira simplista em
relação aos temas que perpassam o pensamento da igreja primitiva. O que ocorre
é uma leitura oportunista, de ocasião.</span></span></span><span style="font-family: Candara;"><span style="font-size: medium;"><span> Um
exemplo é que algum tempo atrás se falava muito em “pós-modernidade”. Muitos pastores
deram palestras sobre esse tema sem ter lido nenhuma vez um dos teóricos do tema,
o francês Jean-François Lyotard. Hoje, mudando apenas os nomes dos pregadores,
usa-se os mesmos textos bíblicos de quando se falava contra a “pós-modernidade”
para falar sobre a tal “guerra cultural”. Ou seja, é uma leitura ocasional. O mesmo
é possível dizer sobre os pregadores que fazem palestras nas igrejas sobre o
tal “marxismo cultural”, tratando-o como uma espécie de “teoria conspiratória”
para derrubar os pilares da civilização judaico-cristã no Ocidente. E não é surpresa
alguma que esses palestrantes nunca tenham lido as obras de Karl Marx. Mas o que
importa mesmo é usar o jargão. Isso atraí incautos. </span></span></span><span style="font-family: Candara;"><span style="font-size: medium;">
</span></span></p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: Candara;"><span style="font-size: medium;"><span>O
fato é que no Brasil a igreja sempre terá um “inimigo” para lutar e armar os “crentes”
para a briga. Já foi a vez da “teologia da prosperidade”, mas essa se
consolidou e quem já atacou um dia se aliou a ela, fazendo uso com outros nomes
para dar muito na vista. Agora é “teologia da aliança com Deus”, “da colheita”,
“da semente de fé” e por aí vai. A pauta hoje é uma guerra que algumas pessoas
entendem que a igreja precisa enfrentar com a “cultura”, esta reduzida em
alguns temas. Isso porque a igreja evangélica nunca foi dada a entender a
cultura brasileira. </span></span></span></p><span style="font-family: Candara;"><span style="font-size: medium;">
</span></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: Candara;"><span style="font-size: medium;"><span>Não
há dúvida de que a igreja foi cooptada pela Direita com esse tema. Uma parte da
igreja, por sua vez, segue fazendo o jogo político reverberando o tema como um
assunto de “vida ou morte”, fazendo disso um cavalo de batalha. <span> </span><span> </span></span></span></span></p><span style="font-family: Candara;"><span style="font-size: medium;">
</span></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: Candara;"><span style="font-size: medium;"><span>Diante
disso, uma pergunta sincera: será mesmo que a igreja do Novo Testamento ensinou
algo tão bélico assim? Ela foi para a guerra com o propósito de emparedar a
ordem vigente e modificar as leis para que a sociedade se adequasse ao que ela
entendia como o correto ordenamento político-social? A igreja aliou “evangelho
e legislação” para fazer valer a sua visão de mundo? Paulo ensinou que os
irmãos deveriam concorrer a cargos públicos para que, uma vez neles, aprovassem
leis que pudessem favorecer o crescimento do Reino de Deus?</span></span></span></p><span style="font-family: Candara;"><span style="font-size: medium;">
</span></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: Candara;"><span style="font-size: medium;"><span>Quando
Paulo chega em Tessalônica e apresenta o Evangelho, as estruturas da cidade são
abaladas. A acusação diante das autoridades foi: “</span><span>Estes que têm transtornado o mundo chegaram também aqui”. O verbo
grego para “transtornar” é “revolucionar”. O Evangelho pregado tem, naturalmente,
uma conotação política. Isso é inevitável. Os apóstolos foram presos e torturados
não apenas porque pregavam o Evangelho, mas porque havia nele uma força subversiva
que deixava qualquer autoridade local no mínimo atenta. Em Atos 17,7 a acusação foi de que os cristãos tinham “outro rei”, um rival de César. John Stott,
comentando sobre esse trecho no seu comentário de Atos dos Apóstolos, irá
dizer: “O senhorio de Jesus possui implicações políticas inevitáveis já que,
como servos leais, não podemos dar a nenhuma autoridade ou ideologia a honra
suprema e a obediência total que devemos apenas a ele”. Isso não era qualquer
coisa, era grave! Na mesma linha, o estudioso do Novo Testamento N. T. Wright,
irá dizer: “A obra missionária de Paulo deve ser concebida não simplesmente em
termos de um evangelista itinerante oferecendo ao povo uma nova experiência
religiosa, mas de um embaixador de um rei em exercício, estabelecendo coalizões
de pessoas leais a esse novo rei”. </span></span></span></p><span style="font-family: Candara;"><span style="font-size: medium;">
</span></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: Candara;"><span style="font-size: medium;"><span>Os cristãos causavam transtornos,
porque era um povo que não se importava se o imperador era bonito ou feio; se
ele tinha tanques de guerra ou não; se ele poderia dar terras para a igreja ou
não; se ele poderia oferecer cargos no seu governo ou não! Não havia nenhuma preocupação
em mudar o ordenamento político-jurídico do Império a partir de dentro. Isso porque
a igreja tinha uma mensagem que estava para além desse ordenamento. É por essa
razão que James K. A. Smith irá afirmar: “O evangelho, então, é profundamente <i>contra
imperial </i>– contra os impérios dos Césares de nosso mundo”. </span></span></span></p><span style="font-family: Candara;"><span style="font-size: medium;">
</span></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: Candara;"><span style="font-size: medium;"><span>Ao
que parece, a igreja, pelo menos uma parte dela no Brasil, desconhece o poder e
a força do Evangelho porque precisa se aliar aos políticos para vencer uma
guerra que ela, a igreja, nunca deveria travar. O interessante disso, é que
filósofos como </span><span style="background: white none repeat scroll 0% 0%;">Slavoj Žižek, que professa o ateísmo, entende muito bem qual deveria ser
o papel dos cristãos para este tempo enquanto muitos cristãos nem mesmo fazem
ideia do papel preponderante que exercem na sociedade. Diz o filósofo: “A
responsabilidade primeira dos cristãos não é assumir a sociedade e impor suas
convicções e seus valores a quem não tem sua fé, mas ‘ser a Igreja’.
Recusando-se a responder ao mal com o mal, vivendo em paz e dividindo bens, a Igreja
comprova que há uma alternativa à sociedade” (parece que aqui caberia muito bem
Lucas 19,40). </span><span style="background: white none repeat scroll 0% 0%;"></span></span></span></p><span style="font-family: Candara;"><span style="font-size: medium;">
</span></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: Candara;"><span style="font-size: medium;"><span>A igreja precisa pregar a Cristo!
Pregar a Cristo significava dizer para todo o mundo de que há um rei, e ele não
é o César; há uma esperança, e ela não está na força das armas; há uma subversão
da ordem, porque esta que aí está afronta o Deus de justiça e graça.</span></span></span></p><span style="font-family: Candara;"><span style="font-size: medium;">
</span></span><p class="MsoNoSpacing"><span face=""Candara",sans-serif" style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: Candara;"><span style="font-size: medium;">A igreja não deveria lutar “guerra
cultural” nenhuma. O teólogo Miroslav Volf, em entrevista para um jornal aqui,
disse que “as igrejas deveriam ficar de fora de guerras culturais”. O que,
então, a igreja deveria querer? Faço minhas palavras a de James K. A. Smith: “Não
estamos querendo ganhar uma guerra cultural; estamos apenas tentando ser testemunhas.
Não estamos querendo ‘transformar’ a cultura através de carteirada da máquina
do Estado; estamos tentando esculpir pequenos antegostos de um Reino vindouro”.
E há outra coisa que a igreja foi chamada para fazer de acordo com o Novo
Testamento?</span></span><br /></span></p>
Alonso S. Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/07740830168120351568noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8413906797530071657.post-8774363211835096302021-09-02T13:00:00.005-07:002021-09-02T18:14:44.214-07:00A IGREJA QUE ATRAPALHA A LÓGICA DO MUNDO<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: Candara;">Thomas
Hobbes é o filósofo conhecido por escrever a obra <i>Leviatã</i>. Nesse texto,
o filósofo inglês coloca a necessidade de haver uma sociedade forte com um
governo forte. Para isso, a sociedade deveria ter uma autoridade centrada ou
num monarca ou em uma assembleia e isso garantiria a paz e a defesa do bem
comum. Essa autoridade deveria ser um <i>Leviatã </i>(monstro marinho citado no
Antigo Testamento).<span> </span>O <i>Leviatã</i>, em
Hobbes, seria aquela autoridade inquestionável, onde todos devessem obediência e
servisse para o bem de todos.</span></span></p><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: Candara;">
</span></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: Candara;">Ocorre
que para Hobbes havia algo que atrapalhava a concretização dessa forma de
governo, do <i>Leviatã</i>. Tratava-se do cristianismo. </span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: Candara;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8eii1siXFXf5g9WPxikjv6bNngz_NS9WztI-btH7oyxdviQhWNo0VYuxWjjPNsPyvkQUSMLoR0zQltnzePFo1XGp8lWqW5Vk-wp14nsYV4I8_TC1E9S1VWLB09ahUN5ACxuee7DddyTWA/s400/People-of-God-prayer-journey-image-copy.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="400" data-original-width="400" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8eii1siXFXf5g9WPxikjv6bNngz_NS9WztI-btH7oyxdviQhWNo0VYuxWjjPNsPyvkQUSMLoR0zQltnzePFo1XGp8lWqW5Vk-wp14nsYV4I8_TC1E9S1VWLB09ahUN5ACxuee7DddyTWA/w200-h200/People-of-God-prayer-journey-image-copy.jpg" width="200" /></a></span></span></div><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: Candara;">Escandalizava
Hobbes o potencial subversivo do cristianismo. Isso porque ele envergava no
cristianismo, mais propriamente na igreja, uma capacidade de desagregar o poder
da autoridade. Esse poder, como deixa claro o filósofo inglês, deveria ser
único e absoluto nas mãos de um monarca ou assembleia, um <i>Leviatã</i>. Desse
modo, Hobbes compreendia que a igreja causava uma divisão no poder quando fazia
distinção entre secular e religioso. O que mais impressionava Hobbes, era a
submissão que as pessoas faziam, voluntariamente, a um único Deus vivo e isso
ameaçava toda e qualquer autoridade secular.
</span></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: Candara;">Comentando
sobre os romanos e como eles trataram o cristianismo assim que se tornou
conhecido no Império Romano, Hobbes salienta: “Os romanos, que conquistaram a
maior parte do mundo conhecido de então, não tinham escrúpulos ao tolerar a religião
que fosse, na própria cidade de Roma, a menos que houvesse nela algo incompatível
com o governo civil”. O cristianismo estava nessa religião “incompatível com o
governo civil”. Isso porque o cristianismo se constituía uma força autônoma,
heterodoxa, que não fazia questão alguma de estar vinculada ao poder estatal e
isso incomodava e atrapalhava os planos de qualquer autoridade. Não por acaso
que o imperador, não podendo vencer os cristãos, o cooptaram para o Império,
tornando o cristianismo religião aceita e, logo depois, oficial.</span></span></p><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: Candara;"></span><span style="font-family: Candara;"></span><span style="font-family: Candara;"></span><span style="font-family: Candara;"></span></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: Candara;">A
igreja, quando está imbuída da sua gênese, atrapalha qualquer tentativa de
poder e controle político-social. A razão é muito simples: a igreja tem a sua
origem no feito escatológico do Cristo, a sua permanência
nesse mundo não está condicionada a qualquer recompensa meritória, uma vez que
essa recompensa já foi concretizada de modo escatológico na cruz-ressurreição.
Assim, a igreja tem algo que está para além da própria igreja, algo que a
mantém, mas não a torna dona, o que seja, o seu horizonte escatológico. </span></span></p><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: Candara;">
</span></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: Candara;">Nessa constituição escatológica de ser igreja,
ela carrega algo que ousa celebrar, mas que não possui, e ousa representar o
que não é da sua propriedade, além de proclamar uma palavra que não é deste
mundo. É por essa razão, que a igreja pode estar envolvida politicamente com
este tempo porque o que este mundo e sua lógica poderia oferecer a ela, a igreja,
não é compatível com aquilo que ela já tem, o que seja, um horizonte escatológico
delineado pelo Cristo com a proclamação do Reino de Deus. E o Reino de Deus não
cabe na lógica do mundo.</span></span></p><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: Candara;">
</span></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: Candara;">É nesse sentido, portanto, que a igreja
atrapalha a lógica do mundo.</span></span></p><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: Candara;">
</span></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: Candara;">A lógica do mundo é conhecida: torna as
pessoas mercadorias; estabelece as relações pessoais a partir de uma lógica de
poder. A isso, acrescenta-se os pastores midiáticos que fazem uso dessa lógica
quando utilizam sua influência para barganhar com o poder estatal. A lógica do
mundo está atrelada ao “quem pode mais, chora menos”; a lógica do mundo faz
questão de acentuar as diferenças entre as pessoas, quer por gênero, condição econômica
ou <i>status </i>social.</span></span></p><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: Candara;">
Aí vem a igreja e empareda toda essa
lógica quando diz: judeus e gregos podem coexistir no mesmo lugar; mulheres, homens
e crianças não são diferentes; as distinções sociais não são critério de aceitação
por Deus; o <i>status </i>social de alguém não tem valor meritório na vivência
comunitária. Isso é realmente revolucionário. Primeiro para um Império
estratificado socialmente como era o romano e depois para o mundo em que o
valor das pessoas são medidos pela conta bancária.
</span></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: Candara;">E como a igreja rompe com essa lógica? Pegando
em armas e planejando a derrubada dos poderes constituídos? A igreja precisa ser
anárquica para subverter essa lógica? Não! Obviamente que não.</span></span></p><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: Candara;">
</span></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: Candara;">A igreja rompe e atrapalha a lógica do
mundo quando em culto celebra a existência dos enfuturados. Sim, a liturgia
(que significa serviço para o povo) é o espaço em que a igreja reunida diz em
claro e bom som que as estruturas desse mundo são pecaminosas e que somente pela
mensagem da cruz de Cristo e na esperança da ressurreição as coisas terão o seu
desfecho dentro da perspectiva divina. </span></span></p><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: Candara;">
</span></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: Candara;">Antes mesmo de James K. A. Smith publicar
a sua bela trilogia sobre “Liturgias Culturais”, o teólogo J.J. von Allmen, com
o seu livro <i>O culto cristão: teologia e prática</i>, já dizia que a igreja
em culto questiona a justiça dos homens e constitui uma “ameaça para o mundo”.
Allmen diz: “O culto é o desmentido mais eloquente das pretensões que o mundo
possa ter de prover aos homens”. É por essa razão, segundo von Allmen, que “o
culto cristão, pelo mero fato de ser celebrado, é um ato fundamentalmente
político”. Mais tarde James K. A. Smith, no seu texto <i>Aguardando o rei</i>,
irá afirmar: “A adoração da igreja não é apenas uma <i>polis</i> alternativa de
um enclave isolado; ela é sempre uma <i>intervenção </i>política no ‘mundo’”. A
força da igreja reside na sua celebração que ganha dimensão política quando, de
maneira profética, proclama a sua mensagem para um mundo que vive a partir de
uma lógica mundana. </span></span></p><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: Candara;">
</span></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: Candara;">Igreja, é aquela comunidade formada de pessoas
que fazem questão de atrapalhar a lógica do mundo com a sua postura contestatória
e audível quando, de maneira litúrgica, diz para todos que possam ouvir: entre
nós não temos um <i>kyrios</i>, não temos um <i>führer</i>, não temos um <i>messias</i>.
Temos somente um Senhor, Jesus Cristo, a quem anunciamos como loucura para este
mundo e sua lógica desagregadora. </span></span></p><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: Candara;">
</span></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: Candara;">Em um tempo em que parte da igreja foi
capturada pelo poder político-econômico no nosso país e tendo, infelizmente, a
parceria de pastores para fomentar ainda mais a ebulição social, lembremos, mais
uma vez, qual é o papel que a igreja de Jesus Cristo deve exercer nesse tempo. Este
é o momento de parte da igreja reconsiderar se realmente os seus caminhos são
de paz ou de mal (Jr 29,11). Isso é preciso, caso a igreja queira continuar a ameaçar, escandalosamente, o poder do <i>Leviatã</i>.<br /></span></span></p>Alonso S. Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/07740830168120351568noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8413906797530071657.post-85942181045983963542021-08-16T12:16:00.005-07:002021-08-16T15:05:04.642-07:00GOSPEL BEAUTIFUL <p class="MsoNoSpacing"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4YDBRcCkiNqXpmKF002xlyoKp56YElpvMezk8jBVdj62uS41zLMsAzYnM1DtJONYqHC3jZVVtjR4VLn97auQs01sAmt4sLfNqi0qyAHhEMy9iKxx5bg8dvRD1kZEANb4siCkxppge0PrP/s820/Top-music-gospel.png" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="350" data-original-width="820" height="171" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4YDBRcCkiNqXpmKF002xlyoKp56YElpvMezk8jBVdj62uS41zLMsAzYnM1DtJONYqHC3jZVVtjR4VLn97auQs01sAmt4sLfNqi0qyAHhEMy9iKxx5bg8dvRD1kZEANb4siCkxppge0PrP/w400-h171/Top-music-gospel.png" width="400" /></a></div><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><span></span></span><span style="font-size: small;"><span><span>O
<i>gospel beautiful </i>é altamente rentável. </span></span></span><span style="font-size: small;"><span>
</span></span></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><span><span>Segundo
Magali Cunha, uma referência nesse tema, o que temos é uma “cultura <i>gospel</i>”.
Isso foi possível porque houve uma ocupação cada vez maior do espaço público com
mídias, redes sociais, mas, principalmente, o mercado fonográfico. Isso mesmo.
Vender músicas alimenta o mercado <i>gospel </i>como também produz teologia
para quem consome o <i>gospel beautiful</i>. </span>
</span></span></span></p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><span><span>O
<i>gospel beautiful </i>é lindo, belo, cheiroso, gostoso, afável, apaixonante. O
<i>gospel beautiful </i>leva para as nuvens, tira os pés do chão da realidade e
transporta para um estado de espírito onde ocorre o encontro com o <i>self</i>.
Quem vive sua vida religiosa a partir do <i>gospel beautiful </i>só precisa ter
uma preocupação: deixar a casa para ele entrar e curtir o momento.</span>
</span></span></span></p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><span><span>Essas
bandas que seguiram nas pegadas do sucesso do grupo musical australiano <i>Hillsong</i>,
além da mesma postura de palco, luzes e estilo copiado, também procuraram
transportar as letras. Quando o repertório acabou, passaram a criar suas
próprias letras (óbvio que a qualidade não é a mesma nem aqui e nem na
Austrália). </span>
</span></span></span></p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><span><span>O
que temos hoje com essas bandas do <i>gospel beautiful</i> é uma espécie de <i>antropopatia
</i>versão 2.0. Fala-se de Deus e, principalmente de Jesus, como se fosse um “namorado”.
Por isso ele é lindo, lindo, lindo e mais lindo. E por essa razão é possível
estar “apaixonado” por ele perdidamente.</span>
</span></span></span></p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><span><span>Dentre
vários grupos do <i>gospel beautiful</i>, o destaque é a Casa Worship. Sim, essa
que tem uma letra em que diz que “deixou a casa” para Jesus, como se houvesse
uma para deixar. A letra cantada por Julliany Souza exemplifica muito bem esse <i>gospel
beautiful</i>. </span>
</span></span></span></p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><span><span>Diz
a letra:</span>
</span></span></span></p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><span><i><span>Te
chamam de Deus e de Senhor</span><span> </span></i></span></span></span></p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><span><i><span>Te
chamam de Rei e Salvador<br /></span>
</i></span></span></span></p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><span><i><span>Mas
eu me atrevo a te chamar de meu amor</span></i></span></span></span></p><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><span>
</span></span></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><span><span>Sim,
todas as outras qualificadoras teológicas para Jesus não seriam suficientes, mas agora há um “atrevimento” ao chamá-lo de “meu amor”. A situação muda e tudo fica mais
claro e, de maneira indescritível, lindo, porque se trata do <i>gospel beautiful</i>. </span>
</span></span></span></p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><span><span>E
não poderia faltar na letra da Casa Worship o refrão: “<a href="https://www.youtube.com/watch?v=IMOgRTxv3nw" target="_blank" title="Exibir vídeo original: Yeshua Espontâneo | Julliany Souza | Casa Worship | Momentos"><span style="background: white none repeat scroll 0% 0%; color: #111111; mso-bidi-font-family: "Segoe UI"; text-decoration: none; text-underline: none;"><span id="mmvdp_meta_title" style="touch-action: manipulation;">Yeshua </span></span></a>tu és tão lindo que eu nem
sei expressar” (Ainda bem que tenho todas as músicas do amigo Daniel Souza - “Fruto do Espírito”). </span>
</span></span></span></p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><span><span style="line-height: 107%;">E assim temos uma teologia forjada
a partir do <i>gospel beautiful</i>, que procura desvencilhar o Jesus de Nazaré
da sua missão e a consequente exigência para que os seus discípulos assumam o
compromisso de continuarem as suas pegadas. Enquanto isso, uma multidão segue
sendo anestesiada com o <i>gospel beautiful</i>. E vai dizer que Jesus não é
lindo para essa galera, é bem provável que chamem você de “comunista”. </span></span></span></span></p>Alonso S. Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/07740830168120351568noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8413906797530071657.post-32604821753588539082021-02-27T11:40:00.003-08:002021-03-01T05:47:04.607-08:00O TERCEIRO EXCLUÍDO E O VOTO DOS EVANGÉLICOS EM 2022<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">Dentre as contribuições de Aristóteles para a
Filosofia e o pensamento ocidental, está a sua sistematização lógica. A lógica aristotélica
possibilitou pensar a verdade a partir de proposições. Assim, os princípios da
lógica se tornaram conhecidos como sendo três, de maneira bem específica: o
princípio da identidade, da não contradição e do terceiro excluído.</span></span></p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"></span><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">Funciona assim: se um enunciado é verdadeiro,
logo ele é idêntico à realidade demonstrável. Esse é o princípio da identidade.
Em outras palavras, tudo que seja idêntico a si mesmo se dá no princípio da
identidade. Já no princípio da não contradição, a lógica entende que, no caso
de dois enunciados, não é possível haver verdade em ambos. Quando digo que “algumas
pessoas não são boas” e depois digo que “todas as pessoas são boas”, o princípio
da não contradição diz que ambas as afirmações não podem ser verdadeiras. </span></span>
</p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"></span><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">Quanto ao princípio do terceiro excluído, é
visto como uma forma de eliminar, excluir, aquilo que não cabe dentro do
princípio da identidade, ou seja, uma coisa é ou não é, não pode ser outra coisa. Diante de duas
possibilidades aparentemente contraditórias, não há a possibilidade de ter uma
terceira opção dentro da lógica, ficando, portanto, excluída. Dessa forma, a lógica
aristotélica não encontra um meio termo e advoga a exclusão de algo que possa
gerar um meio entre os opostos. Dito de outro modo, o princípio do terceiro excluído é
a não contradição das ideias, ou seja, é a lógica que diz que não pode haver
uma terceira via, apenas uma dentre duas, A ou B e C é praticamente descartável
porque, aparentemente, não está plenamente demonstrável.</span></span>
</p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">A lógica aristotélica do terceiro excluído, ajuda
a entender o mosaico dos evangélicos e a fala de alguns líderes midiáticos que se veem como os representantes dos evangélicos quando o tema é eleições e o voto dos evangélicos em 2022. </span></span></p><span style="font-family: georgia;">
</span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"></span><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">A jornalista Anna Virginia Balloussier (Folha
de S. Paulo), fez uma reportagem sobre os evangélicos e a política brasileira e
os propensos apoios ao atual presidente nas eleições de 2022 por parte dos evangélicos
e escutou os principais líderes midiáticos (1). Segundo a jornalista, um pastor
chegou a admitir que “o presidente atingiu imunidade de rebanho no eleitorado evangélico”.
Segundo esse pastor, ele (o presidente) “estaria protegido, assim, contra o ‘vírus
de esquerda’ por contar com a ampla maioria de uma fatia que representa cerca de
30% dos brasileiros”. Para esse pastor, partindo da lógica aristotélica, os
evangélicos têm um “princípio de identidade” com o atual presidente e isso deve
continuar na disputa de 2022. Para muitos pastores, os
evangélicos elegem Bolsonaro em 2022 porque há um princípio de identidade entre
ambos, ou seja, o presidente fala e faz aquilo que os evangélicos querem ouvir
e ver. Seguindo a lógica do princípio da não contradição, na outra ponta estaria o espectro político da esquerda
que não teria qualquer possibilidade de “conquistar” votos desse eleitorado,
uma vez que o discurso é contraditório entre ambos, Bolsonaro e esquerda. </span></span></p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">Dentro dessa lógica, como apurou a jornalista Anna, para os principais líderes
evangélicos midiáticos do país, e que juntos detém um monopólio de fiéis e
mídia, “a possibilidade de a esquerda voltar a abocanhar votos evangélicos em
massa é vista com descrença, o que se estende a outros atores do campo, como
Ciro Gomes (PDT) e Guilherme Boulos (PSOL)”. De acordo com a reportagem, esses
líderes entendem que “o fogo maior é contra o petismo”. Para esses líderes, a
ideia de que Bolsonaro atingiu imunidade de rebanho (uma clara alusão ao novo
coronavírus e as medidas contestáveis do presidente em relação à pandemia), leva
em consideração a agenda conservadora do presidente e os assuntos morais que
tocam a grande maioria dos evangélicos com temas já conhecidos e que sempre
voltam com maior intensidade nas eleições presidenciais. A pauta dos evangélicos se dá a partir dos costumes e abarca o campo da moralidade evangélica, envolvendo a defesa da família e rejeitando os temas identitários, geralmente encampados pela esquerda. </span></span><br /></p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">Ocorre que assim como Aristóteles não
conseguiu acoplar o terceiro excluído, ou seja, na lógica aristotélica não há
possibilidade de haver duas proposições verdadeiras, sendo que haverá uma terceira
que sempre estará fora, a lógica dos coronéis da fé não leva em conta o terceiro
excluído que representa a grande massa dos evangélicos que vivem nas periferias
das grandes cidades do país. </span></span>
</p><p class="MsoNoSpacing"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgskqJrTJmPzgYnlhnJC2uDG1FIKniHjxk0ywoEiWQR5IbJjgN6ylOUBhTstzMJtez8BGgASPp1-A3-ESc2hXx-agdnomAPzXy7g5LycLH92H1iBkUqbV5WcqlLf7fOxjusPyfxECYdmsfl/s1086/83287875_Brazils-President-Jair-Bolsonaro-attends-an-evangelical-march-to-c.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="652" data-original-width="1086" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgskqJrTJmPzgYnlhnJC2uDG1FIKniHjxk0ywoEiWQR5IbJjgN6ylOUBhTstzMJtez8BGgASPp1-A3-ESc2hXx-agdnomAPzXy7g5LycLH92H1iBkUqbV5WcqlLf7fOxjusPyfxECYdmsfl/w400-h240/83287875_Brazils-President-Jair-Bolsonaro-attends-an-evangelical-march-to-c.jpg" width="400" /></a></div><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"></span><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">Pastores entrevistados pela jornalista Anna Balloussier
como Silas Malafaia e César Augusto (Igreja Fonte da Vida), são reconhecidos
pela sua teologia da prosperidade e o <i>lobby </i>evangélico que praticam no
espaço público. São pastores que movimentam quantias exorbitantes de dinheiro e
possuem seus jatinhos particulares. A força midiática ajuda na disseminação de
suas ideias e reforçam a percepção de que “falam por todos os evangélicos”. Ocorre
que há um terceiro excluído que está fora desse universo evangélico midiático e
que não nutre, necessariamente, um princípio de identidade com o atual presidente,
mas também não enxerga na esquerda qualificada, que até recentemente ignorava
essa gente e, em alguns casos, tratava-os com uma certa deficiência cognitiva
na política, a melhor opção para resolver os problemas prementes e os anseios sociais da grande maioria
do eleitorado evangélico. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></span>
<p></p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"></span><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">O pesquisador Juliano Spyer, fazendo um
trabalho de campo entre os evangélicos, faz uma constatação que já sabíamos,
mas ele reforçou em sua pesquisa, qual seja: “A relação entre evangélicos e o
Brasil popular aparece no cenário de muitas e variadas igrejas presentes em
bairros periféricos, entre negros e pardos com menos escolaridade e salários
menores do que os da média da população” (2). Ainda que o discurso moral seja
um atrativo considerável entre os evangélicos, a grande maioria sofre com a
pobreza, com a falta de saneamento básico, com a renda pequena, com a violência,
com o racismo e, agora com a pandemia, viu agravar consideravelmente a
desigualdade social. A igreja evangélica na periferia, se constitui uma rede de
solidariedade, amizade e generosidade. A igreja que ajuda uma família a colocar
a comida na mesa, é a mesma que faz orações para que Deus proteja os filhos da violência
e pede para que Deus “abra uma porta de emprego”.</span></span>
</p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"></span><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">Essa gente é o terceiro excluído na lógica política
dos evangélicos midiáticos. Esses líderes não têm muito o que dizer para essa parcela
significativa dos evangélicos, porque encabeçaram um projeto de governo e de
poder que, pelo princípio da não contradição, não podem falar da fome, do
desemprego, da falta do auxílio emergencial. Caso falem sobre esses temas,
podem ser enquadrados dentro do espectro político à esquerda. Mas não falam sobre
isso por conta desse julgamento, não falam porque esses temas não estão, em definitivo,
dentro das suas aspirações como cristãos e cidadãos. Eles não têm como
contradizer a política neoliberal do governo; eles não podem falar sobre a falta
de investimento na saúde, na educação e cobrar uma política de distribuição de
renda. Essas pautas não constam nesse governo que deu, desde o início, sinais
claros de que a massa pobre do país não é e nunca será a prioridade. Antes, a
prioridade do ministério da Economia é alavancar sua agenda neoliberal e retirar,
se possível, todos os benefícios que foram conquistados. Assim, trabalham para
alterar leis trabalhistas, dificultar aposentadorias e achatar os salários que
já estão defasados em relação à inflação.</span></span>
</p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">Essa gente, o terceiro excluído, está fora dos
grandes eventos do mundo <i>gospel</i>. Essa gente tem em Deus a única fonte de
esperança, mas também já perceberam que a política é a oportunidade de debater e lutar
por melhorias. Por essa razão, muitos pastores e irmãos da periferia estão
dispostos a conversar sobre os problemas e dificuldades sociais do dia a dia
que afetam a todos, indiscriminadamente. </span></span>
</p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"></span><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">O terceiro excluído é composto por gente que
está acompanhando essa polarização Bolsonaro <i>versus</i> Esquerda, mas ainda não
tornaram essa polarização a razão maior para a definição de seus votos, pelo
contrário, o que definirá seus votos serão as demandas sociais e a vida que
fica cada dia mais difícil para quem pega o ônibus lotado e vai trabalhar às cinco
horas da manhã. </span></span></p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">Um projeto político-econômico que discuta as principais questões
e aponte melhorias, não apenas para os evangélicos e suas demandas sociais,
será oportunizado. Nesse sentido, o líder midiático, que voa de jatinho, pode
até falar e se fazer ouvir como se fosse a “voz dos evangélicos”, mas não terá
alcance satisfatório com essa gente que compõe o terceiro excluído que são, com
certeza, mais do que 30%. </span></span>
</p><span style="font-family: georgia;">
</span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: georgia;"><b><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">Notas</span></b><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">: (1) <a href="https://www1.folha.uol.com.br/poder/2021/02/apoio-evangelico-em-2022-indica-bolsonaro-na-ponta-e-entraves-a-doria-huck-e-pt.shtml">https://www1.folha.uol.com.br/poder/2021/02/apoio-evangelico-em-2022-indica-bolsonaro-na-ponta-e-entraves-a-doria-huck-e-pt.shtml</a></span><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"> (2) Juliano Spyer. <i>Povo de Deus</i>: quem
são os evangélicos e porque eles importam. São Paulo: Geração Editorial, 2020,
p. 85. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></span>
</p>Alonso S. Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/07740830168120351568noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8413906797530071657.post-46460941142654131182021-01-28T05:31:00.006-08:002021-01-28T08:30:49.532-08:00A NOVIDADE DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA, SER “APOLÍTICA”<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: inherit;"><span><span style="font-size: small;">A
mídia noticiou um Pedido de Impeachment assinado por mais de 380 lideranças
religiosas, incluindo católicos e protestantes, e foi entregue à Câmara dos
Deputados no dia 26 de janeiro 2021. O pedido está baseado nos “supostos”
crimes que o presidente da República cometeu em relação a sua má condução na
maior crise sanitária que o país já passou, a pandemia da COVID-19.</span></span></span></p><span style="font-family: inherit;"><span><span style="font-size: small;">
</span></span></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: inherit;"><span><span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinW7Zm6IcLWeQvR4r4tyIJywvFmV5QGjA9RkNEdbAxbLPITEK2Qo_6axf_auqYCQvjCI8Fao84rJmO9WAa0PTvqMslyrHdWxPBpiPtxJraiaeceDq8uSko4AcPwP3B3qNuRxiII-UtiLmA/s320/convencao_bat_bra.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="320" data-original-width="320" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinW7Zm6IcLWeQvR4r4tyIJywvFmV5QGjA9RkNEdbAxbLPITEK2Qo_6axf_auqYCQvjCI8Fao84rJmO9WAa0PTvqMslyrHdWxPBpiPtxJraiaeceDq8uSko4AcPwP3B3qNuRxiII-UtiLmA/w200-h200/convencao_bat_bra.jpg" width="200" /></a></span></span></span></div><span style="font-family: inherit;"><span><span style="font-size: small;">Bastou
a mídia divulgar que dentre as lideranças religiosas que assinaram o Pedido
estavam os batistas, que a Convenção Batista Brasileira (CBB) e a Ordem dos
Pastores Batistas do Brasil (OPBB) emitissem um Pronunciamento para deixar
claro (como se houvesse necessidade) de que essas instituições, representativas
das igrejas Batistas e dos pastores batistas, não tinham qualquer participação
no Pedido. Fazendo coro com a Igreja Presbiteriana do Brasil, que conta com
ministros e auxiliares no alto escalão do governo federal, portanto, não há nenhuma
dúvida de que a cúpula da IPB está envolvida até as vísceras com a gestão Bolsonaro, a
CBB não precisava vir à público para dizer que não se envolveu com o Pedido.
Até porque, o nome da CBB não aparece em nenhum lugar do documento. Quem assina
são pastores de igrejas Batistas vinculados à CBB como também à Aliança de
Batistas do Brasil, que é uma agremiação de pastores e igrejas Batistas de
tendência ecumênica. O Pronunciamento da CBB foi um equívoco e completamente desnecessário,
a partir desse ponto. Mas quando a CBB vem à público, por pressão da sua ala
mais conservadora que segue comprometida com a agenda do governo federal, ela está
tomando partido por omissão, uma vez que em diversas ocasiões foi solicitada a
sua manifestação e o silêncio foi ensurdecedor. Nesse sentido, o ditado é
verdadeiro: “Quem cala consente”. </span></span></span><span style="font-family: inherit;"><span><span style="font-size: small;">
</span></span></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: inherit;"><span><span style="font-size: small;">No
Pronunciamento do dia 27 de janeiro de 2021, a CBB frisa que em nome da sua
fidelidade aos seus princípios se considera na posição de “apolítica”. Em outras
palavras, a CBB está dizendo que não se envolve em política (no sentido
partidário, faltou deixar isso claro, uma vez que a condição de apolítico não é
possível em uma sociedade politizada). Quando recorre aos seus princípios, nos
vem à mente os Princípios Batistas e dentre eles a Separação entre Igreja e
Estado. Ocorre que já tem um tempo que pastores batistas e igrejas Batistas, no
cenário político nacional, ignoraram os Princípios Batistas para apoiar o governo
que entenderam ser o melhor de “Deus” para o país.</span></span></span></p><span style="font-family: inherit;"><span><span style="font-size: small;">
</span></span></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: inherit;"><span><span style="font-size: small;">Um
breve exercício de memória nos ajudaria a verificar que a CBB não se comportou
de maneira “apolítica” em diversas ocasiões. Vejamos alguns episódios. </span></span></span></p><span style="font-family: inherit;"><span><span style="font-size: small;">
</span></span></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: inherit;"><span><span style="font-size: small;">Os
batistas têm um inequívoco laço com o regime que se instalou no Brasil a partir
de 1964. Jorge Pinheiro é taxativo nesse sentido: “A partir do golpe militar de 1964, os batistas brasileiros construíram
um profícuo relacionamento com o bonapartismo militar”.
Depois de 1964, os batistas não são “apolíticos” de jeito nenhum. O Jornal
Batista nesse período funcionou como propaganda política para os governos
militares e depois disso foi um caminho sem volta, jogaram na lata do lixo o <i>ethos </i>histórico-político-teológico dos
batistas. Antes de 1964, os batistas conheceram o Manifesto dos Ministros
Batistas do Brasil, que denunciou situações gritantes na condução da política
social e econômica do país. Mas não fiquemos nesse período nefasto apenas. </span></span></span></p><span style="font-family: inherit;"><span><span style="font-size: small;">
</span></span></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: inherit;"><span><span style="font-size: small;">O corte decisivo se deu em <span style="background: white none repeat scroll 0% 0%;">2010
quando Paschoal Piragine Jr. exibiu um vídeo propaganda no púlpito da
igreja da qual é pastor titular desde 1988, a Primeira Igreja Batista em
Curitiba/PR, para assim emitir a sua opinião contrária à eleição da então
candidata Dilma Rousseff à presidência da República. Piragine Jr., pela
primeira vez em 30 anos, toma partido e diz em quem os seus membros não
deveriam votar nas eleições gerais de 2010. Assim, quando Piragine Jr. se
posicionou politicamente, o seu discurso político-religioso foi chancelado
quando se tornou presidente da CBB em 2011. Com essa votação, a CBB estava
dizendo que tinha partido, uma vez que foi pedido, inúmeras vezes, que viesse à
público e se posicionasse em relação à fala de Piragine Jr., mas ao invés disso
deu a ele a presidência da CBB. Aqui não houve “posição apolítica”.</span></span></span></span></p><span style="font-family: inherit;"><span><span style="font-size: small;">
</span></span></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: inherit;"><span><span style="font-size: small;"><span style="background: white none repeat scroll 0% 0%;">Quando Deltan Dellagnol estava à frente do Ministério Público Federal em
Curitiba conduzindo a “Operação Lava Jato”, o seu pastor, L. Roberto Silvado,
deu a ele todo o apoio, uma vez que o procurador era membro da Igreja Batista
do Bacacheri (Curitiba/PR). Quando Silvado se tornou o presidente da CBB em
2013, Dellagnol passou a frequentar seminários, igrejas e encontros de pastores
para falar de política e corrupção. A CBB estava de portas abertas para esse
tema. O ponto mais emblemático, se deu no caso da votação no STF sobre a prisão
ou não em segunda instância, e Deltan disse que “jejuaria pela prisão de Lula”.
O seu discurso político-religioso foi endossado por L. Roberto Silvado, então
presidente da CBB, que fez um pronunciamento aos batistas brasileiros em canal
oficial da CBB, pedindo oração e jejum para que o Supremo Tribunal Federal
julgasse de maneira correta quanto à prisão em segunda instância, pedindo
oração e jejum à todos os batistas brasileiros para que os ministros do STF fossem
iluminados pelo Espírito Santo quanto a permanência de um entendimento do
Supremo à favor da prisão em segunda instância mesmo que o processo não tenha
sido ainda transitado e julgado em todas as instâncias superiores. Houve reação
à fala do presidente da CBB para que a mesma se posicionasse em relação ao
ocorrido, mas o que se ouviu foi um silêncio e a tal “posição apolítica” não se
confirmou nesse caso. </span></span></span></span></p><span style="font-family: inherit;"><span><span style="font-size: small;">
</span></span></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: inherit;"><span><span style="font-size: small;"><span style="background: white none repeat scroll 0% 0%;">N</span>o dia 19 de agosto de 2018, na Igreja Batista
Atitude Central da Barra, no Rio de Janeiro/RJ, o pastor Josué Valandro Jr. chamou
à frente o então candidato do PSL à presidência da República, o deputado
federal Jair Messias Bolsonaro. Sua intenção era orar pelo candidato, uma
vez que a esposa do candidato fazia parte da membresia da igreja. Fazendo isso,
Valandro Jr. se comprometeu com o candidato e suas propostas. Na oração do pastor
da Atitude, ele deixa bem claro o que ele gostaria que acontecesse: “Se for a
vontade de Deus que você seja no dia 1º de janeiro presidente do Brasil”. Além da
oração, Valandro Jr. deixa o candidato falar, algo inimaginável em outros
tempos para os batistas. Mesmo com inúmeros protestos para que a CBB se pronunciasse
em relação ao ocorrido, o silêncio foi a sua melhor resposta.</span></span></span></p><span style="font-family: inherit;"><span><span style="font-size: small;">
</span></span></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: inherit;"><span><span style="font-size: small;">Um último e penoso fato, se deu em <span style="background: white none repeat scroll 0% 0%;">2019. A Juventude Batista Brasileira da CBB, no
seu congresso anual “Despertar”, organizou mesas de debates e falas sobre
diferentes assuntos. Dentre essas mesas estava uma em especial: “Descolonizando
o olhar: o racismo atinge a igreja?”. Os convidados foram Fabíola Oliveira e o
pastor batista Marco Davi Oliveira. Após o movimento contrário de um
determinado grupo ultraconservador que alegou “desvio doutrinário” na formação
da mesa, manifestando que eram desfavoráveis quanto a presença de Fabíola e
Marco no congresso da JBB, a direção da JBB decidiu desconvidá-los. Decisão que
contou com a participação da Diretoria da CBB. Nas Assembleias subsequentes ao
ocorrido, o que se viu foi o silêncio e as manobras da cúpula da CBB para abafar
o caso<span style="font-family: "Bell MT",serif;">.</span></span></span></span></span></p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: inherit;"><span style="background: white none repeat scroll 0% 0%; font-size: 12pt; mso-color-alt: windowtext;"><span><span style="font-size: small;">Esses episódios somados
deixam bem claro que a CBB não tem posição “apolítica” quanto aos temas da
política nacional. Quando se silencia, está tomando partido. E quando emite um
Pronunciamento para dizer que não tem qualquer relação com um Pedido de
Impeachment onde pastores batistas assinaram, está, mais uma vez, tomando
partido. Como parece que esse é o caso, bastava a CBB vir à público e dizer que
aprova o atual governo e a sua agenda que, no mínimo, contraria os anseios do
Evangelho. Mas isso a instituição não faz, porque se considera “apolítica” quando
lhe é conveniente.</span></span></span></span><br /></p><span style="font-family: inherit;"></span><p class="MsoNoSpacing"><span style="background: white none repeat scroll 0% 0%; color: black; font-family: "Bell MT",serif; font-size: 12pt; mso-color-alt: windowtext;"> </span></p>
Alonso S. Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/07740830168120351568noreply@blogger.com19tag:blogger.com,1999:blog-8413906797530071657.post-3969809415043526102020-10-31T20:02:00.013-07:002020-11-01T07:29:51.619-08:00INTERPRETAR A BÍBLIA: A HERMENÊUTICA DOS BATISTAS<p><span style="font-family: georgia; font-size: 12pt;">É senso comum dizer que os batistas têm
na Bíblia o seu principal princípio: “A Bíblia como regra de fé e prática”. Esse
famoso adágio é o lema de muitos que, diante de algumas situações,
afirma: “A Bíblia é a nossa única regra de fé e prática”. Mas este não é o
ponto aqui. O ponto do texto é: quem na Bíblia é critério para se aplicar a “regra de fé e prática”?</span></p><p><span style="font-family: georgia; font-size: 12pt;">Quando se estabelece que a “Bíblia é
regra de fé e prática”, abre-se uma discussão quanto à interpretação das
Escrituras. Reconhecendo que a interpretação não se dá de maneira unívoca, ou
seja, com mais de 2000 anos de história da Igreja, já conhecemos o suficiente
as disputas bíblico-teológicas e o consenso em termos de interpretação bíblica.
Mas os batistas, ao longo da sua trajetória, sempre colocaram em segundo plano
declarações de fé e doutrinas estabelecidas em Concílios. É aí que reside o
ponto fulcral para os batistas quando procuram delimitar o critério para a “regra de fé e
prática”, ou seja, colocar um ponto hermenêutico para que a interpretação
aconteça. Essa delimitação está na Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira
(CBB) e que alguns querem alterar, talvez porque cause um certo desconforto em
lidar com a pluralidade.</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: georgia; font-size: 12pt;">Vamos ao ponto.</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"></span><span style="font-family: georgia; font-size: 12pt;"><span style="clear: left; float: left; font-family: georgia; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="398" data-original-width="620" height="205" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQkCcTVM84djweyyjbtXgD8zyX0RmymcSR0CT_AA5PCGjwy9K6whfaZvsxWRN7R62aPZLnFyXvi13eqYKAa5WlW9py6u5Z_XLKF4zd8cW_slnyiwLKZQabh-_aqFH_9-8O3gDvLdIEioR9/w320-h205/548cd2701b762_859675_72125356.jpg" width="320" /></span>Por um lado, a Declaração Doutrinária
da CBB reafirma um princípio caro aos batistas: a liberdade de consciência. Com
isso, a Declaração Doutrinária da CBB quer ser instrumento de síntese para a
boa compreensão das Escrituras e o faz dando um parâmetro para isso. O
professor Jerry Stanley Key, que atuou por longos anos no Seminário Teológico
Batista do Sul do Brasil, entendia que a “Convenção não apenas tem o direito,
mas a responsabilidade de dar a orientação a respeito desta e de outras
doutrinas básicas e fundamentais às entidades que cooperam com ela e, por
extensão, às igrejas a ela afiliadas”. Dessa forma, para Key, é uma
prerrogativa da CBB dar orientações quanto a temas bíblico-teológicos, ainda
que essas orientações não sejam impositivas, mas indicativas. Dito isso, é bom
pontuar algumas orientações que a Declaração Doutrinária da CBB dá quanto à
hermenêutica batista das Escrituras.</span></p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: georgia; font-size: 12pt;">Para a Declaração Doutrinária da CBB,
as Escrituras Sagradas “é a Palavra de Deus em linguagem humana”. Ela não é a revelação,
mas sim “o registro da revelação que Deus fez de si mesmo aos homens”. Mesmo
que a Convenção por meio de sua Declaração Doutrinária advoga legitimidade na orientação
para as igrejas afiliadas, a Bíblia continuará sendo “a autoridade única em
matéria de religião, fiel padrão pelo qual devem ser aferidas a doutrina e a
conduta dos homens”. Uma igreja Batista não pode abrir mão das Escrituras, pois
ela é a bússola da comunidade e o critério de decisões e práticas da igreja.
Uma igreja local precisa ter uma interpretação coerente das Escrituras, somente
assim ela terá condições de viver a sua fé e prática. E qual seria o método hermenêutico
que auxiliaria a igreja nas suas questões de fé e prática? Não é complicado, ao contrário, muito simples. </span></p>
<p class="MsoNoSpacing"></p><span style="font-family: georgia; font-size: 12pt; mso-bidi-font-size: 14.0pt;">Para a Declaração Doutrinária da CBB há
um método para se fazer uma boa e saudável hermenêutica das Escrituras, qual
seja: “Ela deve ser interpretada sempre à luz da pessoa e dos ensinos de Jesus
Cristo”. Este é o único critério! Jesus, sua pessoa e ensinos, se constitui a chave
para uma boa hermenêutica das Escrituras. O principal método hermenêutico é uma
pessoa e seus ensinos e não declarações de fé, ainda que elas tenham o seu
lugar na história e na tradição da Igreja. Portanto, o centro de uma boa
interpretação das Escrituras para a Declaração Doutrinária da CBB está baseado
em uma pessoa como ponto inicial e final. Ao que tudo indica, essa questão é
crucial no entendimento da Declaração Doutrinária da CBB. Uma igreja Batista, a fim
de manter a sua coerência, precisa ater-se aos ensinos de Jesus e sua caminhada.
Ela precisa olhar para os evangelhos e enxergar as ações, gestos, palavras e
ensinos de Jesus, com o intuito de imprimir na comunidade de fé esses gestos,
ações, palavras e ensinos. A coerência da igreja local se dá, de acordo com a Declaração
Doutrinária da CBB, quando a mesma segue o Cristo e procura colocá-lo, o máximo
possível, em contato com seus membros.</span><p></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: georgia; font-size: 12pt; mso-bidi-font-size: 14.0pt;">Ainda que a Declaração Doutrinária da
CBB estabeleça um único critério de interpretação das Escrituras (Jesus
Cristo), é sabido da competência da igreja local em aferir suas questões a
partir de suas conclusões hermenêuticas, uma vez que a interpretação não se dá
em seu caráter unívoco. É nesse sentido que a advertência de Landers é
oportuna: “Em caso de diferença de interpretação bíblica, cada igreja batista
tem que ler e interpretar a Bíblia para si mesma. De acordo com este princípio,
cada igreja define sua própria maneira de proceder em questões duvidosas”. Uma
sentença como essa precisa ser desdobrada. John Landers, foi professor no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil e autor do livro <i>Teologia dos princípios batistas</i>, está afirmando que a interpretação
bíblica, tendo Jesus como guia hermenêutico, é de competência exclusiva da igreja
local, ou seja, a ela cabe a definição de como proceder em questões “duvidosas”.
É claramente dado à igreja local essa capacidade, do contrário estaria negando
a atuação do Espírito Santo sobre ela. Mesmo que a Declaração Doutrinária da
CBB coloque como critério Jesus Cristo, é sabido que há várias questões que o
próprio Jesus não definiu, por não ser alvo no seu tempo ou por ser questões morais
e culturais do Ocidente. Nesse sentido, a igreja interpretante e tendo Jesus
como hermeneuta, precisa ler o seu contexto a partir da orientação do Espírito
Santo, e assim proceder em questões que não há consenso, ou, como diria
Landers, temas “duvidosos”. Com isso, a igreja local se entende como continuadora
da vontade de Cristo quando decide suas questões sob a orientação do Espírito
Santo.</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: georgia; font-size: 12pt; mso-bidi-font-size: 14.0pt;">Existe a possibilidade de uma igreja local
não ter a atuação do Espírito Santo? Para John Landers isso é praticamente impossível.
Segundo ele, a igreja “é uma associação formada pela ação do Espírito Santo”.
Com isso, caso seja possível ignorar a ação do Espírito Santo na vida de uma igreja
local, seria o mesmo que admitir que tal comunidade não é igreja, o que soaria
muito estranho de acordo com o Novo Testamento. Uma igreja local, tanto na Declaração
Doutrinária da CBB quanto na compreensão de Landers, se dá por intermédio do
Espírito Santo. Isso é tão evidente na eclesiologia batista, que Landers chega
a se perguntar qual deveria ser a base para afirmar quando uma igreja deixa de
ser igreja. A resposta que ele encontra é essa: “É impossível responder a esta
pergunta com segurança. Basta cada igreja se esforçar para aproximar-se cada
vez mais dos ideais de Cristo”.</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: georgia; font-size: 12pt; mso-bidi-font-size: 14.0pt;">Ao que parece, há uma certa resistência
a esses critérios teológicos e alguns não veem com bons olhos uma eclesiologia com
embasamento teológico que faculta uma plena autonomia para a igreja local. Há
quem queira tutelar, dizer o que pode e o que não pode e, se possível, usar o
aparato político-teológico da CBB para monitorar e policiar possíveis desvios
que um determinado grupo julgue fora de um padrão ortodoxo. Mas antes disso, é
preciso lidar com um dado já consolidado: a igreja local tem legitimidade para
agir, pensar, refletir, julgar e orientar seus membros a partir da pessoa e ensinos
de Jesus, sendo ele o único critério hermenêutico, sob a orientação do Espírito
Santo. Sendo Jesus o único critério hermenêutico, a igreja, então, procura
balizar sua conduta e reflexão a partir das ações, gestos, palavras e ensinos
de Jesus Cristo. Agora fica a pergunta: o que Jesus falaria e faria hoje diante
de dilemas éticos, mazelas sociais e temas controversos?</span></p>Alonso S. Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/07740830168120351568noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8413906797530071657.post-8117530052184759552020-09-22T10:01:00.009-07:002020-11-03T04:32:37.119-08:00FUNDAMENTALISTAS E CONSERVADORES: HÁ DISTINÇÃO? <p><span style="font-family: "Book Antiqua", serif; font-size: 12pt;">Pode
até parecer redundância, mas não é. Embora fundamentalistas e conservadores
tenham a mesma percepção quanto à “defesa” da doutrina, há modos diferentes de entender
como essa postura apologética é conduzida. Com os primeiros (</span><i style="font-family: "Book Antiqua", serif; font-size: 12pt;">fundamentalistas</i><span style="font-family: "Book Antiqua", serif; font-size: 12pt;">),
o diálogo é quase nulo; com os segundos (</span><i style="font-family: "Book Antiqua", serif; font-size: 12pt;">conservadores</i><span style="font-family: "Book Antiqua", serif; font-size: 12pt;">), é possível
dialogar porque estes já se deram conta há algum tempo que as coisas mudaram e
o mundo não é mais como antigamente.</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Book Antiqua", serif; font-size: 12pt;">O
caro leitor/a deve saber que o conceito “fundamentalismo” é um termo que surgiu
no contexto religioso protestante nos EUA, mas que já ultrapassou o âmbito
protestante estadunidense há muito tempo, principalmente depois dos ataques de
11 de setembro de 2001. O termo ficou popularizado e hoje pode ser visto sendo
empregado não apenas no contexto religioso.</span></p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Book Antiqua", serif; font-size: 12pt;">Regra
geral, o movimento fundamentalista funcionou como uma reação, num primeiro
momento, à modernidade e as mudanças que esta provocou em diversas áreas do
comportamento humano, mas principalmente no campo teológico. No aspecto teológico,
o fundamentalismo foi uma reação ao que ficou conhecido como “liberalismo
teológico”, causando enormes conflitos em denominações, seminários teológicos e
universidades lideradas por respectivas alas, fundamentalista e/ou liberal. Mas
o ponto aqui não é essa história, mas sim como os </span><i style="font-family: "Book Antiqua", serif; font-size: 12pt;">conservadores </i><span style="font-family: "Book Antiqua", serif; font-size: 12pt;">passaram
a se desvincular dos </span><i style="font-family: "Book Antiqua", serif; font-size: 12pt;">fundamentalistas </i><span style="font-family: "Book Antiqua", serif; font-size: 12pt;">por entender que a reflexão
precisava acontecer e o recrudescimento a partir de posturas ferrenhamente antagônicas
não contribuía para o debate com os liberais e, como consequência, com a sociedade.
O que demonstra, que os conservadores procuraram o diálogo enquanto os
fundamentalistas continuaram a se verem como os “únicos” detentores de uma
verdade que não abria para questionamentos.</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Book Antiqua", serif; font-size: 12pt;">Os
fundamentalistas tem uma característica evidente: “A convicção de que possuem
o conhecimento absoluto da verdade, da qual se tornaram guardiões divinamente
ordenados” (Lloyd Geering). Por se entenderem como guardiões absolutos da verdade,
julgam que essa verdade está na Bíblia – não necessariamente em Deus, uma vez
que entendem ser a Bíblia a única forma que Deus falou, daí toda a discussão
quanto à inerrância do texto bíblico. Ainda que essa crença no texto bíblico
não tenha qualquer dificuldade, o problema reside na interpretação do texto
bíblico. O que significa dizer que, “as Escrituras Sagradas são a forma mais
tangível da verdade para os fundamentalistas, que não aceitam quaisquer
interpretações modernas dos textos sagrados, e nem mesmo que estes sejam, eles
mesmos, interpretações” (Sandra Duarte). É por essa razão, que teólogos conservadores
como Alister McGrath irá afirmar que o movimento fundamentalista prejudicou a
teologia acadêmica e o consequente debate com os liberais. Para ele, “o
surgimento do fundamentalismo causou impacto sobre o compromisso evangélico com
a erudição em geral”. Dito de outro modo, McGrath está afirmando que os
fundamentalistas, no seu afã de se identificarem como detentores da verdade e
paladinos da defesa do cristianismo, prejudicaram a integralização entre
evangélicos e universidades. Logo, a grosso modo, os fundamentalistas têm
dificuldades em lidar com o conhecimento acadêmico e, a partir dele, propor
debates coerentes.</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Book Antiqua", serif; font-size: 12pt;">Quando
os embates entre fundamentalistas e liberais estava no auge nos EUA, houve quem
visse nesse termo, </span><i style="font-family: "Book Antiqua", serif; font-size: 12pt;">fundamentalistas</i><span style="font-family: "Book Antiqua", serif; font-size: 12pt;">, um adágio e não uma insígnia. Um deles
foi John Gresham Machen. Este preferia dizer “cristianismo conservador”, ou,
simplesmente, “cristianismo”. Segundo ele, não havia a necessidade de acrescentar
mais um “ismo” dentre muitos que já havia. Mas o destacado teólogo Edward John Carnell
foi mais além. Ele procurou corrigir os erros dos fundamentalistas e passou a
interagir com a teologia ortodoxa de maneira inteligente. Assim, estudou
teologia no Seminário de Westminster, reconhecido centro do fundamentalismo,
mas fez o seu doutorado em teologia na Universidade de Harvard, estudando a
teologia de Reinhold Niebuhr. Este, professor no Union Theological Seminary, um
dos mais progressistas nos EUA. Além disso, Niebuhr era abertamente socialista,
mas não comunista. Carnell era um teólogo conservador, mas não mais fundamentalista.</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9526HsmzW-ZanVXZOhuh-8WovV7JcIsujuaXZPsWDfpVL4er8-u7JJUd83LQppdAW7_Wco83t4XUfPl9hQ3uYGWzIeJUhmIHT2QUKXlAFiwtQkgQaz_GSv7Wia-OIIu_lyYNXutTYlWR2/s636/biblia-1.jpg" style="clear: left; float: left; font-family: "Book Antiqua", serif; font-size: 16px; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="424" data-original-width="636" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9526HsmzW-ZanVXZOhuh-8WovV7JcIsujuaXZPsWDfpVL4er8-u7JJUd83LQppdAW7_Wco83t4XUfPl9hQ3uYGWzIeJUhmIHT2QUKXlAFiwtQkgQaz_GSv7Wia-OIIu_lyYNXutTYlWR2/s320/biblia-1.jpg" width="320" /></a><span style="font-family: "Book Antiqua", serif; font-size: 12pt;">Um
dos principais pontos que diferem fundamentalistas de conservadores está na
interpretação da Bíblia. Os primeiros “identificam ontologicamente
a palavra escrita na Bíblia com a Palavra divina, suspendendo, assim, a historicidade
do texto e reivindicando para os textos bíblicos, o caráter de autoridade final
da Escritura, graças à sua inerrância e expressão da verdade divina absoluta
(acima do contexto). O objetivo da hermenêutica bíblica, n</span><span style="font-family: "Book Antiqua", serif; font-size: 12pt;">o fundamentalismo, é
a escuta direta da Palavra de Deus que irá confirmar, ao final, as verdades
doutrinárias e morais componentes do ideário fundamentalista” (Júlio
Zabatiero). Nesse sentido, o texto bíblico é alçado à ídolo. Já para os
conservadores, há uma certa distinção na hermenêutica. Não afirma, de maneira peremptória,
“a inerrância, mas a infalibilidade das Escrituras em questões de doutrina e fé”
(Júlio Zabatiero). Para teólogos conservadores, há uma resistência quanto “à
tentação de identificar o próprio texto da Escritura com a revelação” (Alister
McGrath). Assim, temos, portanto, pastores e teólogos que são conservadores,
mas não são fundamentalistas. Billy Graham, por exemplo, que desbravou o mundo
com suas campanhas evangelísticas era conservador, mas nã</span><span style="font-family: "Book Antiqua", serif; font-size: 12pt;">o fundamentalista. Ele
recebeu apoio financeiro de instituições ecumênicas, transcendendo as
fronteiras do conservadorismo. John Stott, era conservador, mas não
fundamentalis</span><span style="font-family: "Book Antiqua", serif; font-size: 12pt;">ta. Foi respeitado por conservadores e progressistas porque soube
dialogar com ambos a partir das suas ideias e convicções.</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: Book Antiqua, serif;"><span style="font-size: 12pt;">O
cenário Batista está vendo surgir quem se </span>auto intitula<span style="font-size: 12pt;"> de “conservadores”,
mas são, de fato, “fundamentalistas”, não aceitando a diversidade do
modo de ser Batista. Advogam possuírem o único </span></span><i style="font-family: "Book Antiqua", serif; font-size: 12pt;">modo </i><span style="font-family: "Book Antiqua", serif; font-size: 12pt;">de ser Batista, julgando
que os demais precisam se submeter às suas interpretações, do contrário o expurgo
é a solução. Parecem desconhecer o </span><i style="font-family: "Book Antiqua", serif; font-size: 12pt;">éthos </i><span style="font-family: "Book Antiqua", serif; font-size: 12pt;">dos Batistas e de como
a diversidade é inerente ao seu sistema denominacional.</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Book Antiqua", serif; font-size: 12pt;">Cons</span><span style="font-family: "Book Antiqua", serif; font-size: 12pt;">ervadores
sabem o que significa ser </span><i style="font-family: "Book Antiqua", serif; font-size: 12pt;">Batista</i><span style="font-family: "Book Antiqua", serif; font-size: 12pt;">; fundamentalistas julgam ter a única </span><i style="font-family: "Book Antiqua", serif; font-size: 12pt;">interpretação </i><span style="font-family: "Book Antiqua", serif; font-size: 12pt;">para os Batistas. Na história dos Batistas sempre houve conservadores e progressistas.
Ambos, não obstante as tensões e conflitos, se trataram com certo respeito
porque sabiam o significa do </span><i style="font-family: "Book Antiqua", serif; font-size: 12pt;">ser </i><span style="font-family: "Book Antiqua", serif; font-size: 12pt;">Batista. Assim, Isaltin</span><span style="font-family: "Book Antiqua", serif; font-size: 12pt;">o Gomes Coelho
Filho era conservador, mas não fundamentalista; David Malta era progressista
para o seu tempo e foi reitor do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil
por longos anos; Ebenézer Soares Ferreira é conservador, mas não fundamentalista; Irland Pereira de Azevedo é conservador, mas não fundamentalista. A lista poderia continuar.</span></p>Alonso S. Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/07740830168120351568noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8413906797530071657.post-32079044584484177432020-08-01T18:10:00.013-07:002020-08-02T12:48:37.619-07:00EVANGÉLICOS: VISIBILIDADE, PODER POLÍTICO E INTOLERÂNCIA<p class="MsoNoSpacing"><i><span><font face="inherit">Uma
reação ao texto da jornalista Madeleine Lacsko</font></span></i></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span><font face="inherit">A
jornalista Madeleine Lacsko é colunista do jornal Gazeta do Povo (jornal que pretende
ser a voz da direita pensante no Brasil com seus colunistas identificados com o
conservadorismo). No dia 29 de Julho, a jornalista conhecida por seu trabalho
em diferentes empresas de comunicação como a Jovem Pan, por exemplo, publicou
um texto com o seguinte título: “Cristãos brasileiros não querem mais invisibilidade
nem levar desaforo para casa” (<a href="http://wwwibmi.blogspot.com/2020/08/cristaos-brasileiros-nao-querem-mais.html" target="_blank">ler o texto</a>). O seu texto está permeado por uma
reivindicação, qual seja, de que “a patrulha progressista vai ter de calçar as
sandálias da humildade e tratar evangélicos como seres humanos”. A partir disso,
Lacsko coloca o que considera uma violação dos Direitos Humanos (tema frequente
entre os progressistas que se identificam com a esquerda) quando afirma que a discriminação
e o preconceito para com os evangélicos configura, também, violação grave dos
Direitos Humanos quando esse segmento numeroso da sociedade brasileira passa
por situações vexatórias por serem evangélicos. O ambiente escolhido pela jornalista
para balizar essa denúncia é o acadêmico.</font></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span><font face="inherit">Segundo
Lacsko, em poucos lugares do ambiente acadêmico no Brasil o evangélico é
respeitado como tal como na “Labô da PUC-SP” – grupo de pesquisa liderado pelo
filósofo Luiz Felipe Pondé que reúne estudantes identificados com o espectro político
à direita, e se propõe a divulgar o conservadorismo no seu aspecto político-filosófico.
Fora desse espaço, segundo a jornalista, não é possível ver um ambiente de respeito
e aceitação dos evangélicos na academia. A USP, segundo ela, é um dos ambientes
mais hostis para os evangélicos: “Já experimentou entrar num Centro Acadêmico
da USP ou mesmo num encontro de ativistas de Direitos Humanos e dizer que é
crente? Boa sorte”. Nesse sentido, os evangélicos quando estudantes são taxados
de retrógados, imbecis e alvos de todo o tipo de deboche no contexto acadêmico.</font></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span><font face="inherit">(Caso
o leitor/a tenha chegado até aqui, é importante que tenha lido o texto da
jornalista, do contrário a reação a seguir não terá o seu devido contexto).</font></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><font face="inherit"><span></span></font></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsmuETdqwInChtIOsoKPpIg3uAk_E8oP07mZVD8NkFLwRSSrvVpAX3V6vTVbQJt4lXa3ZqYmGWkUL-_wAvZ-EoaXnjo5pqHdDZrhbjxJuh2lxy3M1x3Ik3HKkMxAHm72XF6uESrn_c1UJ9/s557/bancada-evangelica-557x417.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><font face="inherit"><img border="0" data-original-height="417" data-original-width="557" height="268" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsmuETdqwInChtIOsoKPpIg3uAk_E8oP07mZVD8NkFLwRSSrvVpAX3V6vTVbQJt4lXa3ZqYmGWkUL-_wAvZ-EoaXnjo5pqHdDZrhbjxJuh2lxy3M1x3Ik3HKkMxAHm72XF6uESrn_c1UJ9/w358-h268/bancada-evangelica-557x417.jpg" width="358" /></font></a></div><font face="inherit">Como
evangélica que é, Madeleine Lacsko sabe que o campo evangélico é complexo no
Brasil. Os dados mostram que a quantidade de evangélicos no país pode ultrapassar
os católicos daqui alguns anos. Com o crescimento, também cresce a demanda por
entender esse segmento da sociedade brasileira que é plural, dinâmico e, até mesmo,
confuso doutrinaria e liturgicamente para os desavisados quanto ao seu fracionamento.
Sendo assim, qualquer texto generalista sobre os evangélicos não alcança o seu alvo
estabelecido pelo autor/a. Quando Lacsko diz que os evangélicos precisam “calar
sobre sua religiosidade se quiser ter chances de ser levad[o] a sério na
universidade e na profissão”, a pergunta que se faz é: quais evangélicos? Seria
os evangélicos da periferia da cidade de São Paulo que enfrenta ônibus lotado
para trabalhar todos os dias e nem mesmo tem acesso a uma educação de qualidade
que favoreça uma possível classificação no vestibular da FUVEST? Ou seria os
evangélicos que frequentam uma igreja de bairro de classe média alta e que a maioria
dos membros é funcionário público, empresários e alguns CEOs de empresas
importantes no país? Ou ainda os evangélicos de igrejas históricas em que os
filhos cresceram estudando em um bom colégio confessional recebendo o devido preparo
para entrar em uma boa universidade ou até mesmo ingressar em um curso na universidade
vinculada à igreja? Quais evangélicos? O que tem acesso a universidade e sai
para curtir balada <i>gospel </i>com os amigos ou o evangélico que enfrenta a
desigualdade social na periferia? Além disso, sabemos por pesquisa recente que uma
parcela de jovens evangélicos que entram em uma universidade abandona suas
igrejas, porque não conseguem conciliar o ensino acadêmico com a orientação doutrinária
da comunidade de fé. Esse dado não foi considerado pela jornalista.</font><p></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span><font face="inherit">O
universo evangélico não pode ser classificado por um nicho e dele concluir que
há um padrão de tratamento quando duas das melhores universidade do país são de
confissão evangélica, Mackenzie e UMESP (sem mencionar as PUCs). Assim, não é
possível tornar uma experiência pontual e colocar como se fosse um comportamento
corriqueiro. Até porque, a face evangélica que a maioria das pessoas veem são a
dos televisivos e midiáticos, os tais “televangelistas” que contribuíram para
fomentar a opinião da maioria das pessoas de que todo pastor é ladrão e de que
todo crente é um trouxa por cair nos golpes dos estelionatários da fé. No mais,
um professor universitário bem informado sabe distinguir os evangélicos em seus
fracionamentos.</font></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span><font face="inherit">Outro
ponto no texto de Lacsko é a passagem da vitimização para a intimidação. A
vitimização se dá na universidade, segundo a jornalista, e a intimidação (não
levar desaforo para casa) se dá com a tomada do poder por um número
considerável de evangélicos quando integrados à política nacional. Para Lacsko,
os cristãos (leia-se evangélicos em todo o texto) podem agora reivindicar maior
respeito porque chegaram ao poder pela via da direita. Assim, segundo a
jornalista, “há muitos evangélicos na direita porque esta vertente política foi
a que primeiro considerou a hipótese de evangélicos também serem humanos e
abriu espaço para uma pauta de costumes em comum”. É bom lembrar que antes de
1964 havia uma disputa político-filosófica entre os evangélicos (esquerda e
direita) de forma mais civilizada. Isso mudou e muito depois de 1964 e uma ala
dos evangélicos passaram a se identificar com a direita porque esta, a direita
dos generais, comungava dos mesmos ideias: Deus, família e pátria. Essa ala dos
evangélicos se viram no espelho da política e se reconheceram alinhados com a
direita que tomou o poder em 1964. As pautas morais e o combate ao comunismo
(contexto de Guerra Fria) sob a influência dos evangélicos norte-americanos,
funcionou como discurso retórico para perseguir irmãos, colocá-los no exílio e
invocar as bênçãos de Deus sobre um regime autoritário que torturou e fez desaparecer
dezenas de pessoas. Não, definitivamente a direita não “foi a primeira que
considerou a hipótese de evangélicos também serem humanos”. Madeleine Lacsko talvez
não saiba que os evangélicos tidos como “progressistas” foram os primeiros a
elaborar uma teologia que enxergou o sofrimento humano causado pela ausência de
políticas públicas. Sim, foram os evangélicos da Confederação Evangélica do
Brasil, por exemplo, que apontou e denunciou a desigualdade social e as dificuldades para que seres humanos tivessem uma vida digna.</font></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span><font face="inherit">Agora
os evangélicos estão no poder. No atual governo há seis ministros evangélicos,
alguns deles em postos chaves como da Justiça e Educação. Conforme Lacsko, “com
o crescimento da população evangélica e a chegada de vários evangélicos a
postos de poder, os cristãos já têm força para dizer que estão cansados de
ouvir deboche e serem tratados como piada”. Como os evangélicos já desvirtuaram
e muito a mensagem do evangelho, é possível fazer o que a jornalista propõe:
exercer a força política para se afirmar como grupo hegemônico e assim não
levar mais desaforo para casa. A bancada evangélica já está fazendo isso. Não
apenas transformaram uma sala da Câmara dos Deputados em templo e sessões em
culto, como também procura a todo o custo se beneficiar do poder para continuar
fazendo <i>lobby </i>tendo a “massa cristã” como potencial “beneficiária”, praticando,
deste modo, uma política fisiológica nos corredores do poder.</font></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span><font face="inherit">Assim
como os progressistas precisam calçar as sandálias da humildade e reconhecer que
não entendem muito bem o complexo universo evangélico, os conservadores também.
Julgar que todos os evangélicos são conservadores e de direita é um equívoco. Como
diria Ronaldo de Almeida, “nem todos os conservadores são evangélicos; nem
todos os evangélicos são conservadores”.</font></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span><font face="inherit">Madeleine
Lacsko, com o seu texto, contribuiu para o debate.</font></span></p><p class="MsoNoSpacing"><i>Alonso Gonçalves & Martin Barcala</i></p>Alonso S. Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/07740830168120351568noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8413906797530071657.post-63640452905693650542020-08-01T07:57:00.005-07:002020-08-01T08:02:43.413-07:00"CRISTÃOS BRASILEIROS NÃO QUEREM MAIS INVISIBILIDADE NEM LEVAR DESAFORO PARA CASA"<p style="background: white; margin: 0cm 0cm 4.5pt;"><span style="color: #1d2129;"><font face="georgia"><i></i></font></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><font face="georgia"><i><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1U23N1ql2aXu58hYP0XVFvLaXFm1LWWY9hyA-WrebvQsGpr7Np441Z7hgSWzlAtVYj0cLig-SJywrLZnBjguQY53o_QiOa2k2Y4dnqvY2FBCJSEQg3DmRHFtrodobSPX6Xk2tvcqhcJW-/s280/04a7502e7bd02cf73a0a039e6cf9d3c3.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="280" data-original-width="280" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1U23N1ql2aXu58hYP0XVFvLaXFm1LWWY9hyA-WrebvQsGpr7Np441Z7hgSWzlAtVYj0cLig-SJywrLZnBjguQY53o_QiOa2k2Y4dnqvY2FBCJSEQg3DmRHFtrodobSPX6Xk2tvcqhcJW-/s0/04a7502e7bd02cf73a0a039e6cf9d3c3.jpg" /></a></i></font></div><font face="georgia"><i>A patrulha progressista vai ter de calçar as sandálias da humildade e tratar
evangélicos como seres humanos</i></font><p></p><p style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background: white; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; margin: 4.5pt 0cm; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="color: #1d2129;"><font face="georgia">Por <b>Madeleine Lacsko</b><o:p></o:p></font></span></p>
<p style="background: white; margin: 4.5pt 0cm;"><span style="color: #1d2129;"><font face="georgia" size="2"><a href="https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/madeleine-lacsko/cristaos-brasileiros-nao-querem-mais-invisibilidade-nem-levar-desaforo-para-casa/" target="_blank">Texto publicado no jornal Gazeta do Povo (29 de Julho de 2020)</a></font></span></p><p style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background: white; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; margin: 4.5pt 0cm; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="color: #1d2129; font-family: georgia;">"Não me venha com isso de psicanálise que, para mim, é
igreja de rico." A frase de Manoel Fernandes, dono da Bites, uma das mais
respeitadas consultorias de Big Data do Brasil, arrancou risadas da plateia
forrada de intelectuais em uma palestra na PUC. As pessoas talvez tenham
gargalhado pelo inusitado, pelo saboroso sotaque nordestino do palestrante e
pela reação debochada de Luiz Felipe Pondé à provocação. O fato é que na
maioria dos ambientes intelectualizados do Brasil, você pode acreditar em
psicanálise e até em astrologia, tarô, runas, ler borra de café na xícara mas,
se for evangélico, é imbecil. (Diga-se de passagem, não no Labô da PUC, um dos
poucos locais em que evangélicos têm sua intelectualidade respeitada na academia
brasileira).</span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background: white; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; margin: 4.5pt 0cm; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="color: #1d2129;"><font face="georgia">O fenômeno de julgar inteligente ou mesmo aceitável a ideia de
resumir a natureza humana à racionalidade é recente. A própria Declaração
Universal dos Direitos Humanos, de 1948, estabelece em seu artigo 18 que a
religião é parte da dignidade humana. Proibir alguém de ter religião ou de
manifestar sua religiosidade em privado ou em público é violação de Direitos
Humanos. Essa proibição não é só colocar uma arma na cabeça, mas constranger,
difamar, ridicularizar ou gerar consequências nefastas para quem o faz. Já
experimentou entrar num Centro Acadêmico da USP ou mesmo num encontro de
ativistas de Direitos Humanos e dizer que é crente? Boa sorte.<o:p></o:p></font></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background: white; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; margin: 4.5pt 0cm; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="color: #1d2129;"><font face="georgia">"Toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de
consciência e de religião; este direito implica a liberdade de mudar de
religião ou de convicção, assim como a liberdade de manifestar a religião ou
convicção, sozinho ou em comum, tanto em público como em privado, pelo ensino,
pela prática, pelo culto e pelos ritos", diz o artigo 18 da Declaração
Universal dos Direitos Humanos.<o:p></o:p></font></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background: white; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; margin: 4.5pt 0cm; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="color: #1d2129;"><font face="georgia">Vemos ateus reclamando, muitas vezes até com razão, da
discriminação por não acreditarem em Deus - o que, afinal, é direito deles.
Esquecem, no entanto, que batem como leões e apanham como gatinhos. A massa
cristã brasileira sabe que precisa calar sobre sua religiosidade se quiser ter
chances de ser levada a sério na universidade e na profissão. Entre os
intelectuais existe a predominância do pensamento de que evangélicos são todos
estúpidos. Não que esse pessoal conheça evangélicos, estude o assunto ou já
tenha pisado numa igreja. Provavelmente eles viram alguns televangelistas e
misturaram no poço de arrogância e preconceito que cultivam na alma.<o:p></o:p></font></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background: white; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; margin: 4.5pt 0cm; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="color: #1d2129;"><font face="georgia">Com a chegada de muitos evangélicos ao poder, a fé cristã passou
a ser associada a uma vertente política, como se fosse possível submeter o mais
sublime da alma humana - que é a experiência individual da fé - a qualquer
coisa do mundo racional. Há muitos evangélicos na direita porque esta vertente
política foi a que primeiro considerou a hipótese de evangélicos também serem
humanos e abriu espaço para uma pauta de costumes em comum. E desse movimento
vêm duas distorções. A primeira é a ideia de que cristianismo tem a ver com a
direita. A segunda, bem mais divertida, é a "conversão" recente de
vários ateus com sede de poder. Amo perguntar onde congregam e ouvir de volta:
"como assim, congrega?". Gente que nunca pisou numa igreja agora se
diz cristã para se aproximar de poderosos.<o:p></o:p></font></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background: white; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; margin: 4.5pt 0cm; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="color: #1d2129;"><font face="georgia">Mas o fato é que a esmagadora maioria da população brasileira é
cristã. E, com o crescimento da população evangélica e a chegada de vários
evangélicos a postos de poder, os cristãos já tem força para dizer que estão
cansados de ouvir deboche e serem tratados como piada.<o:p></o:p></font></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background: white; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; margin: 4.5pt 0cm; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="color: #1d2129;"><font face="georgia">Há cristãos em todos os segmentos da sociedade brasileira, mas
há respeito apenas em nichos muito específicos. O mais respeitado por
intelectuais e progressistas é o dos não-praticantes que só não se dizem ateus
por causa do preconceito da família. O outro bem aceito é o que frequenta a paróquia
mais chique da cidade, no caso da minha São Paulo, a Nossa Senhora do Brasil. O
cristão cujo líder religioso faz declarações políticas lacradoras também é
respeitado na semana em que essa declaração é feita. Fora isso, todos imbecis,
principalmente se for pobre, aí é necessariamente explorado, um coitado.
Astrólogo, tarólogo, coach e terapeuta holístico não exploram ninguém, só
pastor.<o:p></o:p></font></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background: white; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; margin: 4.5pt 0cm; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="color: #1d2129;"><font face="georgia">A forma como a ministra Damares Alves é tratada pela imprensa
talvez seja o exemplo mais vivo desse preconceito religioso que, aliás, é crime
pendurado na Lei do Racismo junto com a homofobia. Ninguém lê o que ela propõe,
não se ouve o que ela fala, se confunde pregação antiga da igreja com política,
experiências transcendentais de fé são ridicularizadas e está tudo bem. Isso é
muito diferente de discordar. Tome-se por exemplo a questão da sexualidade na
adolescência e o início da vida sexual. Quantos noticiaram o que está nos
documentos e quantos noticiaram o que se imagina que pensem os crentes a
respeito do assunto?<o:p></o:p></font></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background: white; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; margin: 4.5pt 0cm; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="color: #1d2129;"><font face="georgia">Todo evangélico que não nasceu rico já teve de engolir seco
alguém falando os maiores absurdos sobre cristianismo, Bíblia e evangélicos
para não perder oportunidade profissional ou de estudar. Isso é uma violação de
direitos contra a qual muitos não puderam gritar e agora estão gritando,
inclusive na esquerda.<o:p></o:p></font></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background: white; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; margin: 4.5pt 0cm; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="color: #1d2129;"><font face="georgia">Foi extremamente importante a manifestação do rapper Emicida no
último Roda Viva, comandado pela jornalista Vera Magalhães. "Rapazeada,
primeiro barato, a igreja é coisa que salva vida pra caramba em volta da vida
das pessoas de quebrada, não dá para você entrar de sola desse jeito e ir
achando que todo irmão que está com a Bíblia embaixo do braço, que conseguiu
sair da droga, sair da cadeia, largar o crime, arrumar uma esposa, arrumar o
dente, parar de bater na mulher, etc, todas essas coisas, não dá para colocar
todas essas pessoas como se elas fossem o Edir Macedo ou o Silas
Malafaia", relatou o músico sobre o que disse num grupo de whatsapp de
apoio a Marcelo Freixo no Rio de Janeiro em que os integrantes subestimavam a
capacidade de raciocínio dos evangélicos.<o:p></o:p></font></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background: white; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; margin: 4.5pt 0cm; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="color: #1d2129;"><font face="georgia">Há, na elite econômica, cultural e intelectual brasileira a
mania do tratamento condescentente, que é um jeito de maltratar de forma
velada. Trata o outro como coitadinho por se considerar superior e o faz
unicamente por arrogância. Por que os progressistas julgam saber tanto sobre
evangélicos se não os conhecem, não estudam o tema e não se interessam por
descobrir? Porque se julgam intelectualmente acima deles, capazes de decidir
apenas pela racionalidade. É cada vez maior o número de jovens lideranças que
se rebela contra esse tipo de injustiça.<o:p></o:p></font></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background: white; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; margin: 4.5pt 0cm; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="color: #1d2129;"><font face="georgia">Tem chamado a atenção nos últimos dias na internet um vídeo do
estudante conhecido "Chavoso da USP", Thiago Torres. Ele tem 19 anos
e estuda ciências sociais na FFLCH, nasceu na Brasilândia, periferia de São
Paulo. É um ser tão raro na realidade uspiana que virou até matéria no
prestigioso "Jornal do Campus", onde publiquei minha primeira
reportagem na vida. Ele é dedicado, inteligente e competente e fez, para os
amigos progressistas, um longo compilado de textos e pesquisas da própria
esquerda sobre a importância da religião.<o:p></o:p></font></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background: white; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; margin: 4.5pt 0cm 0cm; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="color: #1d2129;"><font face="georgia">Ele já começa com uma estocada na turma que gosta de dizer que é
do bem mas debocha de evangélico: a matemática. Mostra a conta em que 90% dos
brasileiros se dizem cristãos e conclui que é uma sociedade cristã e, na
linguagem da esquerda, toda uma "classe trabalhadora" cristã.
Liberdade de expressão, segundo a Declaração Universal dos Direitos Humanos, é
a de "não ser inquietado" por suas opiniões. Assim funciona também
para a religião. Se muita gente pisoteou evangélicos porque eles não tinham
força de fazer cumprir seus direitos fundamentais, parece que esta era começa a
terminar. Tomara".</font></span></p>Alonso S. Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/07740830168120351568noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8413906797530071657.post-60666050684644998612020-06-30T23:25:00.033-07:002020-07-06T10:20:43.252-07:00CEIA ONLINE EM TEMPOS DE REMOTE COMMUNION <div class="separator"><font face="trebuchet">Com o “culto online” pastores passaram a disputar espaço na rede, na tentativa de
atrair audiência </font><span style="font-family: trebuchet;">virtual para suas </span><i style="font-family: trebuchet;">lives </i><span style="font-family: trebuchet;">durante a pandemia. A </span><i style="font-family: trebuchet;">remote
communion </i><span style="font-family: trebuchet;">(comunhão a distância) </span><span style="font-family: trebuchet;">das igrejas ganhou incrementos para tentar segurar os irmãos
diante da tela. Assim, houve quem foi além e realizou até b</span><span style="font-family: trebuchet;">atismo remotamente. A partir
disso surgiram al</span><span style="font-family: trebuchet;">guns debates quanto a realização do “culto online” e a
possibilidade de “celebrar” a ceia. É possível realizar a ceia remotamente
também? Há algum impedimento bí</span><span style="font-family: trebuchet;">blico para tal ato? Com isso, alguns pastores
prontamente se recu</span><span style="font-family: trebuchet;">saram a fazer algo assim, enquanto outros assumiram o
desafio de “celebrar” a Ceia do Senhor virtualmente alegando que assim ajudariam
os membros da igreja a terem comunhão com Cristo e com os demais irmãos que
estavam fazendo o mesmo naquele exato momento. Antes de prosseguir com o
assunto, adianto que o texto não tem a intenção de dissuadir quem</span><span style="font-family: trebuchet;"> realiza a
ceia de maneira remota e considera o ato legítimo e necessário. Esse texto
surge a partir de questionamentos recebidos, procurando</span><span style="font-family: trebuchet;"> dial</span><span style="font-family: trebuchet;">og</span><span style="font-family: trebuchet;">ar </span><span style="font-family: trebuchet;">qu</span><span style="font-family: trebuchet;">anto à
legitimidade teológica de tal ação.</span></div><div class="separator"><p></p></div>
<p class="MsoNoSpacing"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjigJhVQhIVvFsmG7RIjz-GxfE8BYkim-B-Y8ucUHQfaYzdy7QIYfFO5Ik9vrFFxiffHYJsWeueoNdUKu0DANMXbrxOcwAQBOCG9V5X9XcL8j3XtaeTaJlmVabiEhxI5mEKpejYOqeamAT9/s860/iStock-655004526-860x390.jpg" style="clear: left; float: left; font-family: trebuchet; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="390" data-original-width="860" height="145" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjigJhVQhIVvFsmG7RIjz-GxfE8BYkim-B-Y8ucUHQfaYzdy7QIYfFO5Ik9vrFFxiffHYJsWeueoNdUKu0DANMXbrxOcwAQBOCG9V5X9XcL8j3XtaeTaJlmVabiEhxI5mEKpejYOqeamAT9/w320-h145/iStock-655004526-860x390.jpg" width="320" /></a><font face="trebuchet"><span>Num
primeiro momento, a realização da Ceia do Senhor em uma Igrej</span>a Batista (meu
lugar de fala) não tem a dimensão<span> sacramental como em outras comunidades de fé.
Por isso, os batistas não se referem à comunhão da mesa de “Santa Ceia”, mas
sim de Ceia do Senhor ou (melhor expressão na minha percepção) Celebração da
C</span></font><span style="font-family: trebuchet;">omunhão. Em uma Igreja Batista a Ceia do Senhor é tida como uma <i>ordenança </i>e
não como um s</span><span style="font-family: trebuchet;">acramento. A partir disso, não é possível dizer que os
participantes da comunhão (Ceia do Senhor) recebem algum tipo de graça quando
participam d</span><span style="font-family: trebuchet;">a </span><span style="font-family: trebuchet;">Ceia do Senhor, porque ela, a Ceia do Senhor, não proporciona </span><i style="font-family: trebuchet;">por
si mesma </i><span style="font-family: trebuchet;">um meio para assim receber. Nesse sentido, os batistas ingleses
(pioneiros) reconheceram o Batismo e a Ceia do Senhor como </span><i style="font-family: trebuchet;">ordenanças</i><span style="font-family: trebuchet;">. E
mesmo os batistas londrinos que aderiram alguns trechos da Confissão de Fé de
Westminster (presbiteriana), substituíram a palavra “sacramento” por “ordenanças”.</span></p><p></p>
<p class="MsoNoSpacing"><font face="trebuchet"><span>Uma
diferença import</span><span>ante entre sacramento e ordenança está na oficialização. Enquanto
o sacramento só é possível ser oficializado quando há um membro do clero
reconhecido para assim fazer, a ordenança não necessita de um membro ordenado
do clero para realizar o ato. Por que? Porque quando há um entendimento de que
a ceia é uma ordenança, assume-se que pode ser cumprida independentemente do
tempo-espaço, uma vez que é uma <i>ordem </i>de Jesus Cristo dada para todos,
não somente para os pastores ordenados. Esse é um ponto que deixa muitos
pastores ressabiados. Alguns acreditam piamente que somente eles, porque estudaram Teologia,
passaram pelo Concílio Examinatório e foram ordenados, podem celebrar a Ceia do
Senhor e realizar o Batismo. Assumem um certo sacramentalismo nesses atos, o
que não é possível a partir da tradição Batista. Nesse sentido, John Landers é
taxativo: “As ordenanças de Jesus Cristo são ordenanças de sua igreja. Elas
estão presentes onde <i>cristãos</i> se organizam segundo o padrão neotestamentário”.
Nessa sentença, Landers deixa duas coisas muito claras: (i) as ordenanças
pertence à igreja, portanto, não pertence ao pastor ordenado; (ii) essas ordenanças
estão presentes quando cristãos (todos) se organizam a partir daquilo que o
Novo Testamento ensina sobre a reunião e ajuntamento da comunidade de fé. Aí
vem um outro ponto: como a igreja no Novo Testamento se organ</span><span>izava? Em casas! O
templo é algo que está fora das páginas do Novo Testamento. Até mesmo em Atos
dos Apóstolos quando ainda há uma relação com o templo, é dito que os cristãos
estavam de casa em casa partindo o pão (Ceia do Senhor na teologia lucana).</span></font></p>
<p class="MsoNoSpacing"><font face="trebuchet"><span>O
principal espaço de organização das igrejas no NT se deu nas casas. Vincent
Branick, estudioso das igrejas domésticas no Novo Testamento, afirma que “as residências
particulares garantiam privacidade, intimidade e estabilidade para os cristãos
primitivos”. Os irmãos se reuniam em suas casas, mas tam</span><span>bém com os demais
irmãos em um determinado momento para uma celebração maior. Por isso que em
Paulo, por exemplo, aparece a expressão </span><i>hole te ekklesia </i><span>– “igreja toda”
(1Co 14,23; Rm 16,23), mas também a expressão </span><i>ekklesia kat´oikon </i><span>–
igreja doméstica. Quando havia a celebração da comunhão (ceia), Paulo deixa
claro que os cristãos se reuniam no mesmo lugar para celebrar a Ceia do Senhor
(1Co 11,20), mas isso não significa que os cristãos não celebravam a ceia na
sua </span><i>ekklesia kat´oikon</i><span>.</span></font></p>
<p class="MsoNoSpacing"><font face="trebuchet"><span>Ainda
que a <i>ciberceia</i> possa ser uma modalidade que surge em tempos de pandemia
e a sua realização se faz a partir da necessidade de favorecer o ajuntamento
entre os irmãos, incorre em algumas questões que podem ser levantas a partir do
exposto até aqui: (i) </span><span style="text-indent: -36pt;">Uma
vez que o NT ensina que onde estiverem dois ou três reunidos a partir do nome
de Jesus ele estaria presente (Mt 18,20); (ii) </span><font style="text-indent: -36pt;"><span>Sendo
a Ceia do Senhor uma <i>ordenança </i>e não um sacramento na realidade eclesial
de uma Igreja Batista, portanto é tare</span></font><span style="text-indent: -36pt;">fa de todos e não apenas de um o seu cumprimento; (iii)</span><span style="text-indent: -36pt;"> Com isso, </span><span style="text-indent: -36pt;">o pastor não precisa ser, necessariamente, o realizador da Ceia do Senhor quando não é possível, o que significa que ele, o pastor, não precisa estar
presente para que uma das ordenanças seja cumprida.</span></font></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span><font face="trebuchet">A
partir disso, é possível intuir que a <i>ciberceia </i>não tem uma certa legitimidade
teológica para acontecer - ainda que a proposta e o ato da <i>ciberceia </i>possa
ser benéfico e haja testemunho do seu aspecto espiritual quando o pastor diz do
outro lado da tela o que cada um precisa fazer e o momento para se fazer. Dentro da perspectiva Batista e a partir do entendimento quanto à Ceia do Senhor enquanto ordenança e o sacerdócio universal de todos os crentes, não há nada que impeça que uma família que pertence a igreja e que se comprometeu em cultuar ao Senhor
na sua casa, e sentindo a necessidade de celebrarem a comunhão com
Cristo, realizar a Ceia do Senhor. Desse modo, a família está reafirmando a presença
de Jesus através da sua memória, ressignificando os seus passos na caminhada da
vida e reafirmando a esperança em Cristo.</font></span></p><p class="MsoNoSpacing"><b><font face="trebuchet">Referências</font></b></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span><font face="trebuchet">BRANICK,
Vincent. <i>A igreja doméstica nos escritos de Paulo</i>. São Paulo: Paulus,
1994.</font></span></p><p class="MsoNoSpacing"><font face="trebuchet"><span>LANDERS,
John. </span><i>Teologia dos princípios batistas</i><span>. 2. ed. Rio de Janeiro: JUERP,
1986.</span></font></p>Alonso S. Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/07740830168120351568noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8413906797530071657.post-5654660947224154642020-06-17T16:06:00.006-07:002020-06-18T07:27:25.664-07:00IGREJA BATISTA E RACISMO<div class="separator"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTW4idsb54dDki7vMXhMoLCldeGNKdzPeOZUEK5ivbyfu8eSzo6VVRUi6A54rRjnbCXMDZ5hG0yh7dpj_pCPD24sLv1NySjA9y5BLK3peXViTrgDY_DAN4IBNKoQzQEdhG1SVV1WSh1LpT/s696/images_89ea8b600f9bab5a8a97bbad28516a59-696x435.jpg" style="background-color: white; clear: left; float: left; font-family: trebuchet; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="435" data-original-width="696" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTW4idsb54dDki7vMXhMoLCldeGNKdzPeOZUEK5ivbyfu8eSzo6VVRUi6A54rRjnbCXMDZ5hG0yh7dpj_pCPD24sLv1NySjA9y5BLK3peXViTrgDY_DAN4IBNKoQzQEdhG1SVV1WSh1LpT/s320/images_89ea8b600f9bab5a8a97bbad28516a59-696x435.jpg" width="320" /></a></div><font face="trebuchet"><span style="font-size: 12pt;">Os batistas surgiram no Brasil a partir de
missionários estadunidenses que deixaram o seu país de origem por conta da
Guerra da Secessão. Um dos principais pontos da guerra foi a questão da abolição
da escravidão. Algo que o Sul jamais tolerou foi a possibilidade de se ver
livre da mão de obra escrava nas suas fazendas de algodão. </span><span style="font-size: 12pt;"> </span><span style="font-size: 12pt;">Os missionários racistas deram origem a uma
das maiores denominações do Brasil, ramo do protestantismo de missão com maior
capilaridade na sociedade brasileira depois dos pentecostais. Ain</span></font><font face="trebuchet"><span style="font-size: 12pt;">da ass</span></font><font face="trebuchet"><span style="font-size: 12pt;">im, o
rac</span></font><font face="trebuchet"><span style="font-size: 12pt;">ismo que trouxeram na bagagem foi patente no relacionamento dos missionários
com os chamados “nativos” brasileiros. Sobre o racismo dos missionários estadunidenses,
o pesquisador Dr. João B. Chaves publicará um livro onde recolhe documentos e correspondências
dos missionários com a Junta de Richmond. No livro, Chaves demonstra a maneira
como os missionários tratavam a questão dos negros no país e o racismo explícito
de muitos deles. O livro está para ser lançado com o seguinte título “O racismo
na história batista brasileira: uma memória inconveniente do legado missionário”
(Brasília: Novos Diálogos, 2020, no </span><i style="font-size: 12pt;">prelo</i><span style="font-size: 12pt;">). </span></font><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><font face="trebuchet">
<!--[endif]--><o:p></o:p></font></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><font face="trebuchet">O racismo faz parte da estrutura social brasileira.
Isso quer dizer que não está meramente nas piadas com pretos, antes domina as
relações sociais e determina as condições que favorece a desigualdade em
termos políticos, sociais e econômicos. As falas racistas e o comportamento
preconceituoso que corriqueiramente ganha notoriedade na impressa e redes
sociais, é mais uma mera manifestação de um fenômeno que é sistêmico e se faz
presente em todas as facetas do país, sendo que a violência policial e a
quantidade de presos pretos no sistema penitenciário brasileiro é a face mais visível
desse racismo sistêmico.</font></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><font face="trebuchet">O caso dos protestantismos no Brasil, não obstante
apenas os batistas, infelizmente reforçou o racismo sistêmico,
sendo, portanto, um dos pilares da estrutura racista que permeia o Estado
brasileiro. O protestantismo de cunho <i>étnico</i> tinha um claro objetivo: o
branqueamento da raça. O protestantismo se configurou no país a partir da “guerra
cultural”, demonizando as religiões de matriz africana. Por essa razão, que
o “samba, originalmente, era música do morro, de negro e pobre, e foi rejeitada
pelas igrejas protestantes, muito mais por racismo que por razões teológicas”
(ALENCAR, 2007, p. 79).</font></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><font face="trebuchet">A Igreja Batista, em específico, é resistente
quanto ao enfrentamento do racismo como tema inevitável quando da origem e formação
da denominação no país. Sempre foi um tema escamoteado e negligenciado por
lideranças denominacionais e pastores de igrejas locais. Um tema comumente ausente dos púlpitos
das igrejas e inexistente na literatura das conhecidas “Escolas Bíblicas
Dominicais”. Por conta disso, sabemos da dificuldade que há quando o assunto
surge em igrejas Batistas. Algum tempo atrás, um colega de ministério testemunhou
da sua dificuldade quando em Assembleia Geral a igreja elegeu membros negros para cargos da Diretoria Administrativa da igreja. Houve séria resistência
quanto a esse ocorrido, mas o pastor permaneceu firme no seu propósito de
integrar essas pessoas na liderança da comunidade.</font></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><font face="trebuchet">Em 2019, ocorreu algo ainda mais grave enquanto
denominação Batista no Brasil. A Juventude Batista Brasileira da CBB, no seu
congresso anual “Despertar”, organizou mesas de debates e falas sobre diferentes
assuntos. Dentre essas mesas estava uma em especial: “Descolonizando o olhar: o
racismo atinge a igreja?”. Os convidados foram Fabíola Oliveira e o pastor
batista Marco Davi Oliveira. Após o movimento contrário de um determinado grupo
ultraconservador que alegou “desvio doutrinário” na formação da mesa,
manifestando que eram desfavoráveis quanto a presença de Fabíola e Marco no
congresso da JBB, a direção da JBB decidiu desconvidá-los. Decisão que contou
com a participação da Diretoria da CBB. O caso ganhou repercussão e a Igreja
Batista passou a ser qualificada como “racista”. Um episódio lamentável e inconcebível
quando se trata do <i>ethos</i> dos Batistas e seu apreço pela democracia e o
lugar de fala dos seus membros.</font></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><font face="trebuchet">Essa semana mais um episódio execrável envolvendo
uma <i>live</i> do senhor Rodrigo Santos e sua esposa Jéssica Maciel e a citação de uma Igreja Batista.</font></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><font face="trebuchet">Na referida <i><a href="https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil/pastor-chama-fi%C3%A9is-pobres-de-encardidos-meio-sujos-e-diz-que-esposa-loira-se-destacou/ar-BB15CxvQ" target="_blank"><font color="#b51200">live</font></a></i>, Rodrigo (que se
apresenta como pastor) narra como conheceu a sua esposa, Jéssica (também
pastora) na cidade de Toledo/PR quando ambos frequentavam a Igreja Batista do
Calvário. Ele pontua que a igreja estava no lado pobre da cidade e afirma que
ficou surpreso em encontrar Jéssica ali. O que vem depois disso é repugnante e
demonstra mais uma vez o racismo estrutural e desumano que permeia a sociedade
brasileira e a igreja segue sendo um recorte disso. Rodrigo diz que na igreja a
maioria dos irmãos eram “encardidos”, “mais moreninho” e “meio sujo” e que sua
esposa, por ser loira, causou um certo destaque, além de ser ela da “Zona
Norte, zona mais nobre da cidade”.</font></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><font face="trebuchet">A Igreja Batista do Calvário reagiu e divulgou
uma <b>Nota de Esclarecimento</b> pela fala do então Pr. Rodrigo Santos. Segue:</font></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 6pt 70.9pt;"><i><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><font face="trebuchet">A Primeira Igreja Batista do Calvário
em Toledo, tem uma história de quase quatro décadas desenvolvendo suas
atividades religiosas e sociais em Toledo, localizada sua Sede na Grande
Pioneira.<o:p></o:p></font></span></i></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 6pt 70.9pt;"><i><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><font face="trebuchet">Por meio desta nota manifestamos
publicamente que não compartilhamos de forma alguma com quaisquer atitudes
preconceituosas, manifestação de racismo, desrespeito a individualidade ou manifestações
de ódio.<o:p></o:p></font></span></i></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 6pt 70.9pt;"><i><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><font face="trebuchet">À luz da Lei 7.716/1989 e do Estatuto
da Igualdade Racial (Lei 12.288/2010) definem o Racismo como crime inafiançável,
inaceitável e indefensável.<o:p></o:p></font></span></i></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 6pt 70.9pt;"><i><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><font face="trebuchet">A igreja, diante das repercussões
geradas pela “live do pastor Rodrigo dos Santos”, reafirma seu compromisso
institucional com a promoção da igualdade étnico-racial, sexual, religiosa,
repudiando toda e qualquer manifestação de preconceito, contra quem quer que
seja. Sendo que reconhecemos que todas as pessoas são iguais perante a Lei e o
Criador.<o:p></o:p></font></span></i></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 6pt 70.9pt;"><i><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><font face="trebuchet">Também informamos que o Sr. Rodrigo
dos Santos, foi membro de nossa igreja há tempos atrás, mas que atualmente (8
anos) reside fora do país e congrega em outro ministério onde atua como pastor.<o:p></o:p></font></span></i></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 6pt 70.9pt;"><i><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><font face="trebuchet">A nota de retratação foi postada em
nossa página em função de nossa igreja ter sido citada na live.</font></span></i></p><p style="background: white; margin: 0cm;"><font face="trebuchet"><br /></font></p><p style="background: white; margin: 0cm;"><font face="trebuchet">O racismo estrutural precisa ser combatido e denunciado.</font></p><p style="background: white; margin: 0cm;"><font face="trebuchet"><br /></font></p>
<p style="background: white; margin: 0cm;"><font face="trebuchet">O racismo é pecado e mata! Ainda estamos todos
consternados por um João Pedro, morto pela polícia na sua casa em Niterói; por
um George Floyd asfixiado por um policial branco em Minneapolis (EUA); e Miguel,
menino negro, que caiu do nono andar de um prédio em Pernambuco porque a patroa
da sua mãe permitiu que a criança de cinco anos de idade entrasse sozinho no
elevador e subisse para a morte. Por essa razão que quando se levanta o grito
de que “VIDAS NEGRAS IMPORTAM” não é apenas um discurso retórico. É a
constatação de que algumas vidas não importam tanto e que qualquer tentativa de
querer igualar as classes sociais como se as mesmas fossem homogêneas é
falaciosa. <o:p></o:p></font></p>
<p style="background: white; margin: 0cm;"><font face="trebuchet"> </font></p>
<font face="trebuchet"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">As igrejas Batistas precisam enfrentar esse
dilema social com honestidade e a partir de uma perspectiva bíblico-teológica,
denunciando o racismo como pecado! A atitude da Igreja Batista do Calvário em
Toledo com sua Nota de Esclarecimento é louvável, porque reafirma a luta
constante contra o racismo. É de se lamentar que o senhor Rodrigo passou pela
comunidade e não encontrou a glória de Deus no rosto daqueles irmãos. A igreja segue
seguindo Jesus de Nazaré que se sentou à mesa e andou com pessoas que não eram
bem vistas dentro de uma sociedade classista e preconceituosa, muito parecida
com a nossa. E foi para essas pessoas que ele disse: “</span><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">Bem aventur<span class="textexposedshow">ados vocês, os pobres [e pretos], pois a vocês pertence o
Reino de Deus” (Lc 6,20).</span></span></font><div><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span class="textexposedshow"><font face="trebuchet"><br /></font></span></span></div><div><font face="trebuchet"><b>Referência</b></font></div><div><font face="trebuchet">ALENCAR, Gedeon. <i>Protestantismo tupiniquim</i>: hipóteses sobre a (não) contribuição evangélica à cultura brasileira. 2. ed. São Paulo: Arte Editorial, 2007. </font></div>Alonso S. Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/07740830168120351568noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8413906797530071657.post-13657989132432660712020-05-17T16:45:00.002-07:002020-05-19T07:41:29.433-07:00BATISTAS E BOLSONARISTAS: COMPATÍVEIS? <span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: 12pt;">Antes
de mais nada é bom deixar claro o que seja o bolsonarismo. Trata-se de um fenômeno
social, que envolveu uma parcela da sociedade brasileira que nutria já algumas décadas
um discurso de extrema-direita, mas que depois das Eleições de 2018 houve uma radicalização
e uma organização como militância político-partidária, antes PSL e agora Aliança
pelo Brasil, que não se concretizou ainda como partido. Esse fenômeno social ganhou
proporção maior com o então candidato do PSL à presidência da República, Jair
Bolsonaro. Depois do pleito, tendo como resultado a eleição do atual
presidente, o bolsonarismo seguiu sendo um grupo com pautas antidemocráticas,
explicitadas em manifestações, como também um grupo com um braço paramilitar em
treinamento que não esconde o uso de armamento como pretexto para se defender
de um inimigo identificado como “esquerdistas” e “comunistas”. Além disso, esse
grupo tem o apoio e o alimento intelectual do seu principal guru, Olavo de
Carvalho, que vive já algum tempo nos EUA e de lá mexe algumas peças no
tabuleiro do governo. Daí que para alguns a expressão mais adequada seria “bolsolavismo”.
De qualquer forma, há pesquisadores que asseguram que o bolsonarismo é maior
que Jair Bolsonaro. Caso ele saia do governo, terminando o mandato ou sendo
retirado, o fenômeno social bolsonarismo irá perdurar.</span><br />
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikZxWNWt9zsDsOMk_d8GtZuH9iGvqtMIPfLjY4rD7snO27gWGEh5YZ0NarwfHV5WJ76OHjZouz9OzQG_if4I8FPcu3ZpnkvEvVGe_bKjbmn7dX1sstJADRZGQPWQZPCAbCqC9Zw665ZEVC/s1600/5e28d37c2400009003c972b4.jpeg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="960" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikZxWNWt9zsDsOMk_d8GtZuH9iGvqtMIPfLjY4rD7snO27gWGEh5YZ0NarwfHV5WJ76OHjZouz9OzQG_if4I8FPcu3ZpnkvEvVGe_bKjbmn7dX1sstJADRZGQPWQZPCAbCqC9Zw665ZEVC/s320/5e28d37c2400009003c972b4.jpeg" width="320" /></span></a></div>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt;">Além
desse dois aspectos desse fenômeno social chamado bolsonarismo – a militância raivosa
e o braço paramilitar –, há também o endosso acrítico de uma parcela da Igreja
Evangélica. Com uma pauta moral esbravejante nas falas de um Silas Malafaia e
um Marco Feliciano, apenas para citar esses dois como um estereótipo de que “evangélicos”
estamos nos referindo aqui, fez-se campanha para o então presidente e assumiu
definitivamente a face bolsoevangélica do Governo Federal, com ministros
evangélicos, bem como uma agenda presidencial voltada apenas para esse segmento
religioso do país, que é, por natureza, plural na sua religiosidade. A
narrativa é: “O Estado é laico, mas eu sou cristão” (leia-se, simpatizante dos evangélicos).
O fenômeno social do bolsonarismo capturou o desejo nutrido por anos de ter,
finalmente, um “presidente evangélico” e elegeu Bolsonaro como seu “messias”.
Dessa forma, foi possível surgir, como em outras épocas da política nacional,
mas muito mais acentuado agora, um messianismo político-evangélico quando
passou a idolatrar o presidente da República como um “salvador” do país que
estava, segundo eles, indo a reboque quando um determinado partido no poder
pregava aborto, casamento entre pessoas do mesmo sexo, ideologia de gênero e militância
política de esquerda nas escolas e universidades. Assim, o bolsonarismo passou
a funcionar como um parasita que encontrou na Igreja Evangélica (parte dela e
alguns líderes) um fiel hospedeiro. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt;">Para
a surpresa de alguns, a decepção de outros e a resistência de uma maioria, o bolsonarismo
também conseguiu capturar mentes e almas entre os batistas. Não apenas membros,
mas pastores passaram a fazer parte da militância bolsonarista. Para citar um,
em específico, há o pastor Josué Valandro Jr., da Igreja Batista Atitude, no
Rio. No dia 19 de Agosto de 2018, o pastor chamou à frente o candidato do PSL à
presidência da República. Sua intenção era orar pelo candidato, uma vez que a
esposa do candidato era membro da referida igreja. Além de emitir a sua opinião
a favor do candidato, a vontade de Deus, segundo o pastor, pelo menos num
primeiro momento, já estava manifestada para ele: o presidente era o então candidato
ao seu lado. Mesmo que o pastor tenha dito que na igreja não havia “voto de
cabresto”, ele negou, pelo menos, dois princípios dos batistas. Um deles é
a separação entre Igreja e Estado. Por esse princípio, o candidato do PSL
não deveria estar à frente da igreja, a não ser que este fosse o presidente do
país. O segundo princípio, é a liberdade de consciência e opinião, que faculta
a todos o direito inalienável de decidir suas questões morais, éticas,
políticas e religiosas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt;">Os
batistas, para um rápido recurso da história, surgem como um grupo político-religioso
organizado que luta com veemência pela liberdade religiosa e, como
consequência, a separação entre Igreja e Estado, reivindicando, portanto, o
lugar do indivíduo como fator decisivo de consciência, opinião, crença e participação
política. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt;">Tendo
os batistas a sua gênese no movimento liberal inglês, eles participam dos
anseios e perspectivas de sua época, ou seja, liberdade religiosa e separação entre
Igreja e Estado. Esse ímpeto por liberdade levou o filósofo inglês John Locke a
dizer que “os batistas foram os primeiros proponentes de uma liberdade
absoluta, justa e verdadeira liberdade, liberdade igual e imparcial”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt;">Recentemente,
houve deliberada desconsideração ao <i style="mso-bidi-font-style: normal;">ethos</i>
histórico-político-teológico dos batistas e dos caros princípios fomentados
pelos batistas ingleses da liberdade de consciência e separação entre
Igreja-Estado. O <i style="mso-bidi-font-style: normal;">ethos</i> histórico-político-teológico
dos batistas se dá a partir do (i) livre exame da Palavra de Deus; (ii) da
liberdade de consciência; (iii) da responsabilidade pessoal para com a igreja
local e outras coirmãs; (iv) a responsabilidade civil para com o Estado; (v) a
separação entre Igreja e o Estado; (vi) e o amor, que gera conduta e respeito
para com o próximo, testemunho e ação no mundo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt;">A
partir disso, quem diz que é batista e tem nessa tradição o seu balizamento
para se identificar como tal, não poderia ser bolsonarista. Esses dois pontos
não são convergentes, antes são antagônicos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt;">O
ser batista não tem qualquer relação com quem defende o fim de instituições que
compõem o Estado Democrático de Direito, como o Supremo Tribunal Federal e o
Congresso Nacional. Os batistas não tem no seu histórico o fim do estrato
político, antes, foi a partir do estrato político que lutaram para que os
princípios que balizam o ser batista hoje fosse possível. Martin Luther King
Jr., para citar um exemplo, pastor batista ganhador do Prêmio Nobel da Paz em
1964, não fez qualquer tipo de manifestação contra as instituições políticas dos EUA. Diferente de Malcon X, Luther King não defendeu luta armada contra o
governo porque os direitos civis dos negros não estavam sendo respeitados a
partir da Constituição norte-americana. Antes, as batalhas se travaram no campo
político, mesmo sofrendo constantes atos de violência. É desse batista a
seguinte frase: “Através da legislação e de ordens judiciais procuramos regular
o comportamento”. Luther King nunca cogitou lutar fora do contexto político e
democrático. Portanto, batistas que se julgam bolsonaristas estão equidistantes do que é o espírito de luta e resistência que a tradição batista legou. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt;">O
ser batista não tem qualquer relação com quem defende a volta do Ato
Institucional número 5. O AI-5 é o ato mais cruel do período da Ditadura
Civil-Militar no país (1964-1985). O AI-5 estabelecia: “<a href="https://www.blogger.com/null" name="art5"></a>A suspensão
dos direitos políticos; suspensão do direito de votar e de ser votado nas
eleições sindicais; proibição de atividades ou manifestação sobre assunto de
natureza política; aplicação, quando necessária, das seguintes medidas de
segurança: a) liberdade vigiada; b) proibição de frequentar determinados
lugares”. Esse foi o AI-5 com todos os seus elementos de privação e violação de
direitos em nome de uma guerra contra o “comunismo” que nunca foi possível de
maneira direta no país. É esse mesmo Ato Institucional que é proclamado por bolsonaristas.
A incansável busca dos batistas se deu a favor da liberdade e isso custou a
vida de Thomas Helwys que morreu na prisão por defender o direito de dizer o
que pensava.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt;">Por
fim, ressalto a definição do ser batista de A. B. Langston: “Os batistas são um
povo que tem a coragem das suas convicções. Creem num indivíduo livre, numa
igreja livre, num estado livre; creem nos direitos iguais para todos e
privilégios especiais para ninguém; creem numa democracia política, religiosa,
social, econômica e educativa”. Quando que ser bolsonarista se enquadraria em
algo assim? Nunca!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt;">Democracia
combina com o ser batista, já com o bolsonarismo jamais!</span></div>
Alonso S. Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/07740830168120351568noreply@blogger.com79tag:blogger.com,1999:blog-8413906797530071657.post-42665141062353028972020-05-14T08:29:00.000-07:002020-05-14T08:29:13.896-07:00A "BOLSORRELIGIOSIDADE": A NOVA SEITA BRASILEIRA<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px;">
Religião é rede simbólica perpassada por memórias, metáforas, ritos e narrativas, cujo sistema interpreta o mundo e a realidade a partir do conjunto de valores e saberes partilhados por determinado grupo. Por vezes, o fiel se sente na obrigação de defender seus dogmas e verdades irredutivelmente, ao mesmo tempo em que precisa proteger seus líderes, dos quais aceitam acriticamente suas informações sagradas. No Brasil, temos testemunhado um tipo novo de fenômeno religioso: a bolsorreligiosidade. Em termos gerais, essa nova expressão de fé tem algumas características: moralismo intolerante, messianismo acrítico, monofonia, sacrificialismo violento, antipatia à ciência, dualismo e verborragia com indícios de pós-verdade.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKkM_UV4ndGmPAJ2z7yIrO2jf5ILcRQRdd1XbA8TjLQqeSWLVsmh_-MeaN_-Kgo7NuSBn12NmCHcAlkMYY2BOPqCu9vjAhHO3v8QKj5MxscAOLMH0UGlYmHyZuaPxZ2wCCx5-hwG-imv39/s1600/Religi%25C3%25A3o+e+JB.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="826" data-original-width="720" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKkM_UV4ndGmPAJ2z7yIrO2jf5ILcRQRdd1XbA8TjLQqeSWLVsmh_-MeaN_-Kgo7NuSBn12NmCHcAlkMYY2BOPqCu9vjAhHO3v8QKj5MxscAOLMH0UGlYmHyZuaPxZ2wCCx5-hwG-imv39/s320/Religi%25C3%25A3o+e+JB.jpg" width="278" /></a>A Bolsorreligiosidade defende conceitos pouco realistas de família tradicional, o que alimenta intolerância contra a pluralidade e modelos não adequados ao padrão idealizado. Por vezes, tem relações sincréticas com evangélicos fundamentalistas, o que alimenta um moralismo intolerante. É messianicamente acrítica, porque preserva um discurso messiânico tipicamente sebastianista. Bolsonaro é aceito como modelo de salvador, o qual representa a descontinuidade e novidade político-religiosas. O seu messias é blindado pela infalibilidade, o que desenvolve um sistema idólatra. Com pouco espaço para o contraditório, essa expressão religiosa é monofônica. Ou seja, os dogmas da bolsorreligiosidade não abrem espaços para o diálogo ou polifonia. A eliminação inquisitorial é seu modus operandi no trato com as heterodoxias. Consequentemente, tem traços da religiosidade sacrificial-violenta. Como as religiões primitivas, a bolsorreligiosidade tem na linguagem e práticas violentas a proteção de seu sistema de crenças e bens simbólicos. Qualquer ameaça é passível de punição. Por outro lado, nessa expressão de religiosidade o bolso-messias sacrifica-se pelos fiéis, porque é visto como um tipo de servo sofredor.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Comum nas expressões religiosas mais fundamentalistas, costuma relativizar o valor da ciência ou mesmo negá-la. Em sintonia com discursos e mentalidade medievais, essa expressão religiosa repetidamente desqualifica o saber científico. Na bolsorreligiosidade o obscurantismo e a ignorância são tratados como provas de fé e fidelidade. Naturalmente, nessa perspectiva, o mundo deixa de ser social e historicamente complexo, pois é dividido de maneira maniqueísta e dualista: nós x eles, bons x maus, cidadãos de bem x comunistas, fiéis ao Messias x marxistas. E, como estratégia de blindagem de suas contradições e legitimação das incoerências, usam-se expressões verborrágicas perpassadas por tendências comuns da “pós-verdade”: o real e verdadeiro serão sempre modelados pelas crenças do seu líder, mesmo que não haja qualquer fonte legítima ou plausível. Por ser fortemente retórica, as afirmações aceitas pelos seus fiéis não dependem de comprovação, bastam repetir discursivamente suas crenças.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-top: 6px;">
Por essa razão, precisamos, mais do que nunca, preservar no Brasil a inegociável separação entre religião e Estado.</div>
<div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
</div>
<div>
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="background-color: white; font-size: 14px;">Kenner Terra</span></span></div>
<div>
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="background-color: white; font-size: 14px;">Jornal A Gazeta </span></span></div>
Alonso S. Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/07740830168120351568noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-8413906797530071657.post-52998965779008398782020-05-02T15:58:00.001-07:002020-05-02T16:11:15.001-07:00DA ESTUPIDEZ<span style="font-family: "candara" , sans-serif; font-size: 12pt;">*</span><i style="font-family: candara, sans-serif; font-size: 12pt;">Dietrich Bonhoeffer</i><span style="font-family: "candara" , sans-serif; font-size: 12pt;"> (texto de 1943)</span><br />
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-family: "candara" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt;">A estupidez<b> </b>é mais perigosa que a <span style="font-family: "candara" , sans-serif;">maldade</span>. Contra o mal se pode
protestar; o <span style="font-family: "candara" , sans-serif;">mal</span> pode
ser exposto, revelado; pode também ser evitado, se necessário, até pela força;
o mal sempre carrega o germe da autodecomposição, deixando pelo menos um
desconforto naquele que o pratica. Diversamente, não há como se defender
da <span style="font-family: "candara" , sans-serif;">estupidez</span>.
Nada pode ser feito aqui com <span style="font-family: "candara" , sans-serif;">protestos</span> ou
com <span style="font-family: "candara" , sans-serif;">violência</span>;
razões não a convencem; simplesmente não se dá crédito a fatos que contradigam
o próprio <span style="font-family: "candara" , sans-serif;">preconceito</span> –
em tais casos, o estúpido se torna ainda mais resistente – e se esses fatos são
incontestáveis, podem com facilidade ser postos de lado como casos isolados e
sem sentido.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidp7TG4r2AnL6rZpV9zHDy2jJKm3SuZMwzAKKwfZCVlMwwwEWJc7-B79LIs7IsX-okHh67ONhBGM7O5XPlGyKa7_CKw0CYJ9UDiy3yM8lMz6lhVs8IKb0tIm32__C9HYxK447OEkhzZOHi/s1600/bonhoeffer-clean-face.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="576" data-original-width="768" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidp7TG4r2AnL6rZpV9zHDy2jJKm3SuZMwzAKKwfZCVlMwwwEWJc7-B79LIs7IsX-okHh67ONhBGM7O5XPlGyKa7_CKw0CYJ9UDiy3yM8lMz6lhVs8IKb0tIm32__C9HYxK447OEkhzZOHi/s320/bonhoeffer-clean-face.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="font-family: "candara" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt;">O estúpido,
ao contrário da pessoa má, sente-se completamente satisfeito consigo mesmo;
sim, ele até se torna perigoso, enfurecendo-se facilmente quando é refutado.
Portanto, a relação com o estúpido exige muito mais cautela do que com a pessoa
má. Nunca se há de convencer o estúpido pela razão – é inútil e perigoso. Para
saber lidar com a estupidez, é preciso antes procurar entender sua natureza.
Não se trata essencialmente de um <span style="font-family: "candara" , sans-serif;">defeito
intelectual</span>, mas algo que atinge a humanidade do sujeito.
Tanto é assim que existem pessoas de inteligência extraordinariamente ágil que
são estúpidas e pessoas intelectualmente pesadas que podem ser tudo, menos
estúpidas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-family: "candara" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt;">Para nossa surpresa, chegamos à seguinte
conclusão: parece que a <span style="font-family: "candara" , sans-serif;">estupidez</span> não
é propriamente um defeito congênito, mas um processo em que as pessoas se
tornam estúpidas sob certas circunstâncias, ou deixam-se fazer estúpidas de
forma recíproca. Também observamos que a estupidez aparece mais em pessoas ou
grupos propensos ou condenados a viver em comum do que em pessoas mais
fechadas, reservadas e solitárias. Assim, parece que a estupidez é um problema
mais sociológico do que psicológico. É uma forma especial de influência das
circunstâncias históricas sobre o homem, isto é, uma consequência psicológica
de certas circunstâncias externas. Em uma análise mais detalhada, verifica-se
que toda forte expansão externa do <span style="font-family: "candara" , sans-serif;">poder</span>,
seja <span style="font-family: "candara" , sans-serif;">política</span> ou <span style="font-family: "candara" , sans-serif;">religiosa</span>, golpeia um grande
número de pessoas com estupidez. Sim, parece que é uma lei psicológica e
sociológica. O poder de alguém precisa da estupidez de outrem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-family: "candara" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt;">O processo não é que, de repente, algumas
faculdades – como a intelectual - definhem ou fracassem, mas sim que a
independência interna da pessoa vai sendo roubada pela impressão esmagadora do
desenvolvimento do poder, até que – mais ou menos inconscientemente – essa
pessoa renuncia a encontrar seu próprio comportamento em relação às situações
que a vida lhe apresenta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-family: "candara" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt;">O fato de o estúpido ser muitas vezes teimoso não significa
que ele seja independente. Conversando com ele, você quase pode sentir que seu <span style="font-family: "candara" , sans-serif;">discurso</span> nem sequer tem a
ver com ele mesmo, com aquilo que o constitui. Trata-se de frases de efeito,
slogans e chavões que se apoderaram dele. Ele está enfeitiçado, cego, abusado e
maltratado em sua própria natureza. Tornando-se assim um instrumento sem
vontade própria, o estúpido será capaz de todo o mal e, ao mesmo tempo, incapaz
de reconhecer-se mau ou de reconhecer maldade em seus atos. Aqui está o perigo
de um abuso diabólico. Como resultado, as pessoas serão destruídas para sempre.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-family: "candara" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt;">Disso decorre que somente um ato de <span style="font-family: "candara" , sans-serif;">liberação</span> – e não um ato
de instrução – poderá superar a <span style="font-family: "candara" , sans-serif;">estupidez</span>.
Na grande maioria dos casos, para superar a estupidez, a pessoa terá de aceitar
que uma genuína libertação interior só se tornará possível após a libertação
externa; até então, sem essa condição, teremos que desistir de todas as
tentativas de convencer os estúpidos. A propósito, nesse estado de coisas, fica
bem claro que em tais circunstâncias é vão tentar saber o que "o
povo" realmente pensa, mesmo porque, ao mesmo tempo – nessas dadas
circunstâncias – qualquer resposta seria supérflua para o pensador e realizador
responsável.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-family: "candara" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt;">A <span style="font-family: "candara" , sans-serif;">Palavra da Bíblia</span> que diz que o temor de Deus
é o começo da sabedoria (Salmos 111: 10); diz que a liberação
interior dos humanos, para uma vida responsável diante de Deus, é a única
verdadeira superação da estupidez.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-family: "candara" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt;">De resto, esses pensamentos sobre a
estupidez são reconfortantes, pois não permitem tratar a maioria das pessoas
como estúpidas a todo custo. Realmente, isso dependerá da tendência dos <span style="font-family: "candara" , sans-serif;">Poderes Instituídos</span>, vale
dizer, se querem tornar seu povo estúpido ou se buscam a independência
interior e sabedoria de seus governados.</span></div>
Alonso S. Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/07740830168120351568noreply@blogger.com2