Ainda que o foco das autoridades de
saúde esteja totalmente voltado para a preservação das vidas e setores da
economia, por outro lado, esteja fazendo os seus cálculos para saber quanto
perde e quanto ganha, tabelando quem paga mais a conta e quem ainda pode lucrar
com a tragédia, há algo que não está sendo dito porque também não vem ao caso:
o alívio que o planeta Terra vem tendo durante esses meses de isolamento
social.
Quem vem suportando há muito tempo um
vírus que tem uma capacidade impressionante de letalidade é a Terra. Desde que
esse vírus se desenvolveu com seus efeitos predatórios, o planeta não vem tendo
tanta oportunidade de respirar como tem tido nesses primeiros meses de 2020.
Esse vírus tem tentáculos por todos os lados do planeta e funciona como um
parasita que há séculos vem sugando as riquezas naturais como também seus
recursos fósseis.
Com o COVID-19, o planeta se viu mais
limpo, respirando melhor. Algo que não fazia há muito tempo. O vírus que o
atinge está em confinamento e por isso ele se viu mais leve, por enquanto.
Por conta do novo coronavírus, a China
fechou suas fábricas e lojas. Com restrições de viagens e o menor descolamento
possível, a China viu diminuir drasticamente o consumo de combustíveis fósseis
no país. Esse processo produziu uma queda de pelo menos 25% na emissões de
dióxido de carbono (CO₂) na China, segundo cálculos de Lauri Myllyvirta,
do Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo, com sede nos Estados Unidos.
“A demanda por eletricidade e produção industrial (da China) permanece bem
abaixo dos níveis normais, segundo vários indicadores”, disse Myllyvirta em uma
análise publicada no portal especializado Carbon Brief, no fim de
Fevereiro. “É provável que isso tenha eliminado um quarto ou mais das emissões
de CO₂ do país nas duas semanas seguintes ao feriado do Ano Novo chinês”,
completa o especialista. O mesmo deve ocorrer agora nos EUA com o isolamento
social do país até o final de Abril.
Outro país atingido de maneira
violenta pelo COVID-19 foi a Itália. Imagens de satélite que conseguem calcular
a incidência de dióxido de nitrogênio, substância formada a partir da combustão,
mostram que após um mês de quarentena, os índices de poluição caíram de
forma impressionante em toda Itália e, em especial, na região da
Lombardia, onde a crise começou.
As ruas estão vazias. Os carros, na
sua grande maioria, estão parados. São Paulo não registrou nenhum
engarrafamento. Um fato histórico!
O consumo diminuiu e assim diminuiu
significativamente o descarte indevido do lixo. Logo, os oceanos e os rios
agradecem por não receberem toneladas de plásticos e outros derivados,
resultado do alto nível de consumismo. Nos rios de Veneza (Itália), por
exemplo, os peixes voltaram a serem vistos. O que não ocorriam há muitos anos
porque a poluição da água não permitia visibilidade.
Houve um filósofo que estudou por
muito tempo os impactos do capitalismo no mundo (esse vírus propagado pelo
bicho “Homem”) e ele dizia que o modo de produção capitalista acabaria
destruindo as próprias fontes de sua riqueza: o ser humano e a natureza. O
COVID-19 está demonstrando que a humanidade pode ser melhor e o vírus que a infecta há muitos anos, pode ter uma vacina: o cuidado para com o planeta. Caso
essa vacina não seja tomada por uma parcela significativa dos seres humanos, o
planeta pode querer expulsar a humanidade porque só assim conseguirá expurga
esse vírus maléfico. E isso pode acontecer de maneira silenciosa.
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