4.9.09

OS PREGADORES ELETRÔNICOS

Os pregadores eletrônicos estão na TV praticamente todos os dias. O que estão fazendo pelo país? Qual tem sido a influência que esses homens televisivos têm dado ao país?

Pelo que se vêem, na agenda dos pregadores eletrônicos, os problemas nacionais não são objeto de atenção. Usam os meios de comunicação para promover seus impérios econômicos-midiáticos e não para emitir opinião que realmente importa para o país. Cada um procurado se dar bem nesse grande supermercado religioso. Lançando-se mão de instrumentos duvidosos e crendices esdrúxulas para atrair o povo.

Os pregadores eletrônicos estão na TV já algum tempo, e o que têm mudado no país com a presença deles? Antes alegava que os evangélicos precisavam de voz e imagem para serem ouvidos e pregarem a Palavra de Deus; diziam ainda que o Brasil seria de Jesus quando tivesse no Congresso Nacional homens comprometidos com Deus. O que vimos? Deputados com malas de dinheiro; um “bispo” Rodrigues investigado por participar da “máfia das sanguessugas”. Os pregadores eletrônicos estão na TV e cada um deles fala uma língua diferente para o público. Na Rede TV o horário dos “homens de Deus” começa cedo e vai até o horário da tarde, o que se ouve? A propaganda de produtos é escandalosa, é o “shop time” dos evangélicos; existe até mesmo grife evangélica; a ênfase nos milagres e curas como também no ganho financeiro; um Silas vendendo a “unção financeira” por R$ 900,00 dizendo que não estar nem aí para as críticas, logo ele que sempre criticou a teologia da prosperidade e os modos operacionais da IURD; um R. R. Soares conquistando mais “patrocinadores” para o seu Show da Fé; um Edir sendo investigado por lavagem de dinheiro, o que não é novidade nenhuma; um tal de Feliciano vendendo seus produtos e DVDs em que pula mais que pipoca, reivindicando um avivamento genuíno apenas no seu “ministério” e “programa”; um Valdomiro que quer a todo custo derrubar a empresa rival, a IURD, e para isso faz uma lavagem cerebral com pessoas de baixa renda vendendo óleo sagrado e reivindicando que somente na sua “igreja” a mão de Deus está.

Não esta se negando ter programas evangélicos, até porque a TV nos últimos anos foi muito democratizada devido a disputa de audiência entre as gigantes da telecomunicação como Globo, Record, Band, SBT e Rede TV. Esta se pedindo coerência. Fico contente em ver que os presbiterianos do Brasil têm um programa de TV e o Rev. Hernandes Dias Lopes trás uma palavra aos corações dos brasileiros sem pedir nada em troca; fico contente em ver que Dom Fernando, da Diocese de Santo Amaro, leva em seus programas convidados para falar de problemas que as pessoas enfrentam, não sendo, necessariamente espiritual. Enquanto isso os pregadores eletrônicos não se posicionaram frente aos problemas de ética e conduta no Congresso Nacional; não há uma fala consciente dos problemas sociais do país; não se vê reivindicação para melhorar escolas, estradas e acelerar a reforma política; se vê sim, nas eleições, conchavos e barganhas sendo firmadas para angariar votos dos “fiéis”.

Além disso, ainda há os membros de nossas igrejas que estão cada vez mais sendo pastoreados pelos pregadores eletrônicos, alguns até colocando em dúvida os fundamentos da sua fé.

Alguém poderia levantar a questão dizendo que escrevo isso porque os batistas não têm um programa de TV. Hoje os batistas não têm mesmo em rede nacional um programa de TV, apenas programas regionais. Um dia poderá ter, e quando tiver um espero que a principal postura seja ter coerência e o compromisso com os problemas do país, não para vender o evangelho, mas para transformar pessoas por ele.

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