13.7.08

SOMOS DIFERENTES?

Conheço pessoas, e você também deve conhecer, que pratica coisas que discordamos e que achamos um absurdo. Alguém que compra algo mas não paga; alguém que sempre busca levar vantagens em tudo; discute com alguém e fala palavras horrendas para a outra pessoa; alguém que passa anos sem conversar com a outra pessoa porque em algum momento ela foi magoada e ofendida, e como não têm a prática de pedir desculpas ou perdão, fica ruminando aquilo por anos. Você deve conhecer pessoas assim. Na sua maioria são pessoas que não tiveram uma experiência com Deus por meio de Jesus Cristo, e para elas não faz a menor diferença fazer o contrário ou pensar diferente.

E nós, membros da Igreja que postulamos uma fé e afirmamos com o nosso hábito de vir ao templo de que participamos do Corpo de Cristo e que portanto temos uma "experiência" com Deus por meio de Cristo, somos realmente diferentes?

Em um dos textos do evangelho de Mateus, é nos apresentado uma ética ou um comportamento que deveria exceder ao daquelas pessoas que não têm um relacionamento com Deus. "Se vocês amam somente aqueles que os amam, por que esperam uma recompensa de Deus? (...) Se vocês falam somente com os seus amigos, o que é que fazem de mais?" (Mt. 5,43-48 - leia o texto inteiro).

Parece que não somos tão diferentes dos outros, que costumamos chamar de "incrédulos". Quando não gostamos de um irmão não falamos com ele, ainda mais se ele nos "ofendeu" de alguma maneira. Ele passa a não mais merecer a minha mão, nem mesmo os meus olhos em sua direção. E não há diálogo porque uma pessoa (irmão) assim não se pode conversar.

É sempre mais fácil conversar com quem não têm problema nenhum; amar alguém em que não há nenhum tipo de conflito. As pessoas que não postulam a mesma fé que nós fazem isso de uma maneira bem tranqüila, afinal de contas elas não têm Cristo como referencial de vida.

Estou me convencendo de que não somos diferentes. Às vezes fazemos a mesma coisa que aqueles que não conhecem a Deus, aliás se fazemos a mesma coisa, será que conhecemos este Deus apresentado por Jesus - tenho dúvidas. Acredito que seria mais sensato admitir de que não somos tão diferentes daqueles que não estão na Igreja, e que por isso não precisamos disfarçar uma "comunhão" medíocre e pecaminosa - pois é isso que é - quando participamos do Corpo de Cristo (Ceia do Senhor) e não reconhecemos aquele irmão como parte da comunhão o ignorando.

Amamos quem nos amam; falamos com quem são nossos amigos; e quem não é... dá licença! Porque por algum momento a pessoa deixou de ser digna do meu sorriso, aperto de mão e de um olhar. Se for assim não sei o que Cristo representa para nós - Cristo? Quem é este?

O que vemos são pessoas acostumadas com a Igreja e com a rotina do culto. É gente fria com Deus e imperceptíveis ao seu mover, mas se apega ao vir ao templo e isso basta. A reunião dos santos já não produz nenhum significado vivo. Senta-se no mesmo banco, pensa-se da mesma forma e age da mesma maneira sempre. Por isso a incapacidade de agir diferentemente daqueles que não conhecem a Cristo, se é que um dia o conheceram.

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