23.3.12

UMA PASTORAL PÚBLICA - O CASO DA CRISTOLÂNDIA DA JMN


Embora haja um intenso marketing em torno da Cristolândia – projeto social desenvolvido na área central de São Paulo conhecido como cracolândia pela Junta de Missões Nacionais em parceria com a Primeira Igreja Batista de São Paulo – por parte da Convenção Batista Brasileira, o fato é que o projeto da Missão Batista Cristolândia tem ajudado e abençoado muita gente na região central de São Paulo envolvidas com entorpecentes.

O motivo de escrever algo sobre este tema é que esta semana chegou a minhas mãos um exemplar da revista A Pátria para Cristo da Junta de Missões Nacionais de n.º 255. O que me deixou extremamente contente foi uma matéria na Cristolândia em que relata o procedimento da Missão Batista com a chegada da Polícia Militar no local a fim de “limpar” a área central dos usuários de drogas. Diversos deles foram para a Missão Batista Cristolândia a fim de encontrar ajuda. Além disso, a matéria traz a foto do Pe. Júlio Lancelotti (Pastoral da Rua – Arquidiocese de São Paulo) juntamente com uma defensora pública e a Missionária Elaine. Quero destacar aqui as palavras do Pe. Lancelotti em relação ao que ele viu na Cristolândia: “quero poder ser digno de usar uma camisa amarela da Cristolândia, pois lá vi pessoas sendo amadas, sentadas nas mesas e tomando as refeições dignamente”. Não apenas o Pe. Lancelotti apoia o projeto Cristolândia, mas também o Pe. Mauro.

Por que destaquei isso?

Vejo dois fatos importantes aí.

A primeira é não apenas mostrar, até porque os Batistas não têm e nunca tiveram o desejo de aparecer na mídia, assim como outras denominações do protestantismo histórico, que o Cristianismo não é dinheiro, não é corrente dos 318, não é campanhas financeiras, não é apóstolos comprando fazendas milionárias. O Cristianismo é a ação da igreja no mundo a partir dos valores do Reino de Deus. Cristianismo não se resume a um punhado de pessoas que aglomeram os templos em busca de “bênçãos” ou “unções” para a sua vida profissional ou física. Neste sentido a Missão Batista Cristolândia chamou a atenção da mídia não pela sua arrecadação milionária ou aquisição de propriedades gigantescas, mas por estarem realizando um trabalho em um lugar onde de fato há pessoas que precisam!

O segundo fato é que a Junta de Missões Nacionais, na pessoa do seu Executivo, Pr. Fernando Brandão, está direcionando o foco de Missões não mais baseado no meramente “evangelismo”. Embora essa palavra não faça parte do nosso vocabulário Batista, a Junta de Missões Nacionais e a Missão Batista Cristolândia, estão fazendo um trabalho que chamo de pastoral pública.

Pastoral pública é o agir da igreja na sociedade quando esta toma conhecimento de sua condição pública de promotora da fé, de viabilizadora da graça e continuadora dos valores do Reino de Deus.

Quando se olha as pessoas através do pastoreio, assim como Jesus em Marcos 6,34, uma foto com o Pe. Júlio Lancelotti não é problema algum. Numa pastoral pública as confissões de fé não são impedimentos para uma ação conjunta. Na pastoral pública o fundamentalismo deixa de existir porque o interesse não mais reside no doutrinário ou dogmático, mas no ser humano que é alvo da graça de Deus.

Com reconhecimento.

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