15.3.12

AS CONSEQUÊNCIAS DO “TOMA LÁ DÁ CÁ” DA POLÍTICA BRASILEIRA

Deu nos jornais. A bancada do PR passa a fazer oposição ao governo Dilma Rousseff. Para os desinteressados em política pode parecer apenas mais “bobagem” dos intermináveis fatos e boatos que movimentam o cenário da política brasileira. Mas não é! Esse fato revela algo que acontece em Brasília – o centro do poder – e em todo o lugar onde a política é manobra de poder e status, ou seja, isso só não ocorre em “lugar-nenhum”.

O que mais chamou a minha atenção é que o líder do PR (Partido Republicano) foi o líder do partido, a vossa excelência o senador Blairo Maggi (PR-MT), anunciar para todos que quisessem ouvir de que a bancada do seu partido estava passando para a oposição do governo Dilma. Logo pensamos se o senhor Maggi parasse a entrevista, está se tornando oposição porque não comunga das mesmas ideias; está se tornando oposição porque a bandeira ideológica de construção do país não é a mesma do partido e da presidente; decidiu virar oposição porque o partido não quer ser arrolado dentro de uma base governista por conta dos inúmeros casos de corrupção dos ministérios, inclusive com um membro do seu partido e ministro dos transportes, o senhor Alfredo Nascimento. Poderia ser qualquer coisa; qualquer desculpa; qualquer justificativa. Mas essa do senhor Maggi foi no mínimo descente:

O estopim para que o partido fosse para a oposição foi o fim das negociações com o governo sobre o comando do Ministério dos Transportes. Maggi disse que essa era a única pasta que interessava ao partido e que o governo “fechou as portas” quando decidiu que não entregaria o ministério novamente ao PR.

O PR, que ironicamente se chama Partido da República – é bom lembrar que República significa “coisa pública” – faz aquilo que todos os outros partidos, entre eles o PMDB – o partido mais promíscuo e interesseiro da política das últimas décadas – faz, ou seja, chantagem a fim de ter concessões; exigência para se aprovar matérias importantes para o Governo; negociação com emendas parlamentares e outras coisas que o grande público não fica sabendo por que tem uma mídia que, em alguns casos, não trabalha de forma imparcial. A diferença do PR para os outros partidos que compõem a chamada Base Governista é que o PR faz as coisas a “céu aberto”, enquanto os outros fazem no escurinho. Todos sabem o que acontece, mas ninguém que dizer como isso se dá nos bastidores.

Moral da história: não se é oposição por questões políticas ou bandeireiras partidárias. É como trocar de roupa, a que não agradou simplesmente se muda. Nesse caso se há um tema de suma importância para o país os nobres senadores do PR e outros não votariam com o Governo porque o Ministério dos Transportes não está no seu controle.
Essa é mais uma demonstração de que não se faz política pensando na “coisa pública” mesmo. Não é a República que interessa. Na real mesmo o que interessa são os acordos que favorecem interesses corporativos e partidários.

Alguém avise, por favor, ao senhor Maggi que aprendemos a lição em se tratando de política continua o velho “toma lá dá cá” de sempre.

Com indignação! É só isso que me resta.

3 comentários:

Osmari f.Ramos disse...

pois é pasto Alonso esse partido ainda não nasceu... pois até o PT que queria fazer tudo diferente entrou na onda da tradição do Brasil tomar
aqui e não dar lá ou melhor venha nós o vosso reino.

Anônimo disse...

Concordo com você!
Acho que o governo de Brasília deveria colocar um "Bom Ar" dos grandes na cidade, porque aquilo ali deve "feder" demais.
Alonso Gonçalves

jerielbrito disse...

Não é de admirar que isto está acontecendo. A politica brasileira é viciada nisto, quem sabe a reforma politica tão falada nos ultimos dias está cada vez mais proxima, resta saber se terão coragem de mudar o jeito de fazer politica no Brasil.