18.1.11

O SACRAMENTO DO OUTRO

As pessoas na igreja estão sempre se questionando o que agrada a Deus. Agradar a Deus, geralmente, é procurar satisfazê-lo de alguma forma. Daí a variedade de ideias, preceitos que julgam agradar a Deus. Para alguns significa não ter nenhum relacionamento com pessoas que não sejam da igreja, isso é sinônimo de santidade. Quando aquela reunião com os colegas da empresa é recusada é sinal de santidade e proximidade com Deus. Outros ainda agradar a Deus é orar por duas horas, ler a Bíblia diariamente, não que isso não seja importante, mas isso é colocado como condição única de se agradar a Deus. Sem contar na confusão que há entre moralismo e santidade, não usar determinadas coisas é ser santo, por exemplo.

O texto de 1Jo traça um caminho interessante de relacionamento com Deus, de santidade, no sentido de se tornar mais semelhante a Deus. O autor de 1Jo afirma peremptoriamente que o relacionamento com Deus passa pelo outro. Deus sendo eterno dá algo de si mesmo, o amor. O que define Deus é o amor (3,16). O amor é vida eterna. A vida eterna se constrói em amor (3,14). Salvação aqui não é doutrina de preceitos e conceitos que carecem serem decorados, mas é a realização de uma vida em amor.

Para 1Jo o amor se mostra em serviço ao outro (3,17-18); no amor e no perdão ao outro é possível o relacionamento com Deus (4,7-21). Até mesmo o julgamento final, o critério será o amor (4,16-18).

O momento é de extremo egoísmo e individualismo nas igrejas. A igreja, como instituição, valoriza muito mais as regras e os códigos de conduta do que o amor ao próximo como sacramento perante Deus. Uma santidade baseada em preceitos e mandingas tidas como “evangélicas” estão norteando a caminhada de muitos. Os cultos são individualistas, onde o que ocorre é julgado se foi bom ou não apenas pelo aspecto subjetivo, e, quase nunca, coletivo.

Para a comunidade de 1Jo o amor é o fundamento da vida cristã. O único meio de se ter relacionamento com Deus, é por meio do outro; sem a mediação do irmão não pode haver conhecimento de Deus, neste sentido o outro se torna sacramento, no sentido de mediar a graça de Deus a nós. A salvação é concretizada pelo amor ao outro; a eternidade é possível apenas pelo amor ao outro; o julgamento perde a sua dimensão terrorista para aqueles que amam.

2 comentários:

Anônimo disse...

Graça e Paz!

Excelente explanação precisando andar com o outro não para questina-lo sua pecaminusidade mas mostra-lo que o poder do evangelho continua operando mudança, para tanto o outro precisa ver isso em nós. A salvação e um ato companhado de um prosesso de regeneração rumo a santificação. Não devemos ser uma ilha mas sairmos atrás de cada pessoa sendo tolerante como Jesus com seus discipulos, quando estes duvidaram. Tolerante com as multidões, quando não o entendiam. Tolerante conosco quando pecamos. Portanto precisamos viver em comunhão com Deus mas nunca esquecer do proximo até porque nosso alvo e levar o proximo a ter esta comunhão com Deus.
Um forte abraço! Feliz 2011
Pr.Ezequiel

IPORANGA EM FOCO disse...

Temos que buscar o Reino de Deus

O Reino de Deus está próximo, ele é o tesouro mais precioso para a humanidade. Esta proximidade, sinaliza a presença Divina muito junto de nós. Este Reino, não pode ser imaginado por fieis isolados que cumprem a doutrina para si e faz suas orações em particular para Jesus. Nós somos melhor reconhecidos em comunidades, que formam um corpo, onde cada um de nós é parte de um todo.
Melhor do que a forma particular de tentar agradar a Deus, é sair em busca do Reino. Isto é: ir ao seu encontro, ou entende-lo. Ele só pode ser descoberto através de um processo longo de evolução dentro da comunidade, construído, passo a passo, com a entrega total do ser e da alma ao amor, direcionado a partir do irmão mais humilde e coroado pela adoração ao Pai Supremo. O principal caminho é a conversão, que pode ocorrer pela Palavra; quando esta toca o coração, ou um destes choques emocionais forte, que acontecem em nossas vidas. Ninguém vai procurar conversão batizando-se em três ou quatro Igrejas. Ela pode ser alcançada em qualquer lugar que você esteja. A partir daí ninguém mais te segura. Viver no Reino de Deus é estar no paraíso ainda neste mundo. O congregado convertido demonstra sua condição através do prazer de seguir a doutrina e partilhar com amor e de tudo que agrada a Deus e ao próximo. Deus é Luz; é Coragem; é Paz. Ele nunca se afasta de nós. Quando vamos nos afastando Dele, ficamos cada vez mais longe da Luz e aos poucos somos engolidos pelas sombras frias da escuridão e do medo.
Todos nós somos missionários e temos dever de anunciar a boa nova do Reino até os confins da terra. Mãos a obra!
Amém!!