1.2.10

DESAFIOS À IDENTIDADE BATISTA

A Convenção Batista do Estado de São Paulo (CBESP) criou o Grupo Pró Visão Estratégica para estudar e apontar perspectivas no campo da unidade denominacional, identidade batista e história dos batistas. Neste intento, a CBESP denominou o dia sete de março para celebrar a unidade batista no Estado de São Paulo. Como batista achei a ideia e a iniciativa ótima, como pastor batista vou levar a comunidade que pastoreio a realizar isso, pois acho que sofremos de um déficit de memória muito grande. Uma gente que não sabe de onde os batistas vieram, os princípios defendidos, os homens e mulheres que deram suas vidas pela causa batista. De mais a mais, os protestantes sempre se preocuparam com a questão da identidade, até os pentecostais denominados clássicos estão se preocupando com sua história marcada por divisionismo, porque um grupo como os batistas não se preocuparia com isso? Aliás, é alarmante o número de cristãos batistas que não conhecem a história da denominação, isso precisa mudar e este projeto da CBESP veio em momento oportuno.

Não quero apenas apontar o mérito da iniciativa do celebrando a unidade, quero pensar em que sentido nossa denominação poderia contribuir; quais assuntos/temas merecem a nossa atenção; como dialogar com esta sociedade marcada pelo paradigma da pós-modernidade. Percebo que há no Estado de São Paulo muitos preocupados com isso. Ordens dos Pastores Batistas regionais estão elaborando estudos e grupos de reflexão sobre esta temática, sinal de que o assunto esta em voga.

Continuo batendo na tecla de que precisamos pensar o pluralismo teológico. Há uma escassez de abordagens em torno de outras vertentes teológicas; uma completa ignorância quanto à teologia latino-americana, ainda há uma produção de conteúdos importados da matriz, os EUA. O pluralismo teológico é um fato, é preciso abrir diálogo com outros segmentos do Cristianismo e contribuir com a herança batista. Ainda há poucos teólogos batistas na Academia pensando e produzindo teologia com qualidade, porque desde sempre a preocupação da educação teológica foi treinar pastores apenas.

Há necessidade de uma leitura dos tempos. Velhas respostas não satisfazem mais o homem pós-moderno. Sem prejudicar a identidade, é preciso ter um discurso que englobe os anseios da pós-modernidade e tenha o que dizer sobre: células-tronco; aborto; homossexualismo; corrupção na política; mídia; vida. Mas parece que a preocupação com esses e outros temas ainda não chegou à cúpula da denominação, a julgar pelo departamento editorial (JUERP) e sua grade curricular de periódicos para a Escola Bíblica Dominical onde os assuntos para os jovens/adultos, até 2016, abordam apenas temas bíblicos, e nenhum tema contemporâneo.

Espero que não apenas a unidade batista seja o ponto de discussão, mas também outros temas que exigem a nossa atenção.

2 comentários:

Unknown disse...

Prezado Pr. Alonso

Obrigado pelo envio do link, pois vou acompanhar os ensaios e textos propostos. Um grande abraço! No amor do Pai! Despeço-me. Pr. Geniton.

Alonso S. Gonçalves disse...

Obrigado pela sua participação.
Um forte abraço.