12.4.10

A CIDADE: ALVO DA GRAÇA DE DEUS

Sermão pregado na Segunda Igreja Batista em Jacupiranga/SP – 11/04/10

No segundo domingo de Abril estivemos (eu e Lívia) na Segunda Igreja Batista em Jacupiranga. Que Igreja! A hospitalidade, o carinho, a empatia, a disposição, a amizade, as conversas... Dizem que a Igreja é a cara do pastor, em relação à SIB em Jacupiranga posso dizer que isso corresponde. Uma Igreja em que seu pastor imprimiu seu modo de pensar e agir, encurtou as relações pastor-igreja com amor, distanciando a característica tão frequente em muitas igrejas em que o pastor faz questão de ser visto como o PASTOR, centralizador, e às vezes até, autoritário.

Pela manhã falamos sobre a “Educação cristã numa sociedade em mutação”. O objetivo era fazer um panorama da nossa cultura e apontar pistas de como o currículo da Escola Bíblica Dominical pode estar envolvido com as questões pertinentes da sociedade.

À noite, a mensagem foi o tema deste artigo baseada em Atos 18, 1-11.

Hoje se faz necessário a Igreja pensar a cidade de maneira integral. A concepção de pastoral precisa ser revista, pois se entende que cabe apenas ao pastor pastorear quando Igreja tem funções pastorais na cidade.

Geralmente há três posições da igreja em relação à cidade:
1 – Completa omissão: ignorando completamente as mazelas e os problemas da cidade;
2 – Conquista: com a preocupação de trazer pessoas para o templo; a mensagem é de que no templo, na Igreja física, as pessoas estarão salvas, e quem participa da Igreja é um agraciado.
3 – Pastoral da graça: uma Igreja que olha a cidade como alvo da graça de Deus não espera nada em troca quando age em função da cidade. É uma pastoral que leva a Igreja para a cidade e não quer trazer a cidade para a Igreja.

Para ter uma mentalidade de pastorear a cidade, é necessário modificar alguns comportamentos como: rever a teologia missionária que olha apenas o indivíduo com o objetivo de “ganhá-lo”. Para a Igreja ver a cidade como alvo da graça de Deus é preciso: quebrar a barreira dos puros/impuros. Aquilo que Paulo faz em Corinto quando deixa a sinagoga e vai em direção aos gentios, pessoas consideradas imundas aos judeus. A cidade de Corinto não é diferente de nossas cidades: uma cidade de comércio muito forte, com o seu porto que ligava a Europa à Ásia; uma cidade com vícios e promiscuidade; uma cidade orgulhosa e de religião desintegrada com cerca de 750 mil habitantes. É nesta cidade que o Senhor pede a Paulo para não se calar e falar. Para que uma pastoral aconteça na cidade, é preciso quebrar a ideia de que dentro da Igreja estão os salvos e lá fora os perdidos; dentro o amor e o perdão de Deus, lá fora a perdição e os pecadores. Quando a Igreja olha a cidade com alvo da graça de Deus ela oferece, por meio de uma pastoral comprometida, refrigério e descanso aos esgotados da cidade; ela é a humanização da cidade quando nesta reina a competição e na Igreja cooperação; quando na cidade reina a solidão na Igreja a comunhão. Isso será possível quando houver esta quebra de barreira de puro-impuros, salvos-pecadores.

Outra postura da Igreja que olha a cidade como alvo da graça de Deus é a clara noção do Reino de Deus. Reino de Deus não pode ser confundido com conquista, expansão territorial, ideias tão comuns na ação missionária. Reino de Deus é o domínio de Deus na cidade; são os valores como justiça, paz, vida e o amor de Deus. A Igreja é sinal do Reino de Deus quando luta contra a malignidade das estruturas políticas e sociais da cidade. Como sinal do Reino de Deus ela tem função profética de denunciar; chamar ao arrependimento; estar atenta à política da cidade. Onde reinar o mal, o Reino de Deus precisa se fazer presente. A ação missionária da Igreja não pode ser vista como avanço de território numa linguagem militar, mas sim como sinal da graça de Deus ao outro, essência do Evangelho.

Uma pastoral que olhe para a cidade como alvo da graça de Deus sua ação para a cidade não se resume aos seus chamados “cultos evangelísticos”, mas faz valer os valores do Reino de Deus como a igualdade; a denúncia da opressão; a solidariedade nos serviços públicos.

Ser sinal do Reino de Deus é agir pastoralmente na cidade entendendo que o Senhor tem muita gente na cidade são alvo do seu amor.

6 comentários:

Claudinei Paulino disse...

Para a SIB de Jacupiranga e para mim, como pastor e amigo, foi um privilégio e uma alegria desfrutar de sua presença e da Livia. Obrigado pela palestra e pela mensagem, que muito nos edificou. É sempre prazeroso ouvir e conviver com pessoas, cuja mente e coração ultrapassam seu tempo... Um forte abraço

Alonso S. Gonçalves disse...

Eu que agradeço.
Como é bom saber que há pastores que procuram levar a sua Igreja a pensar e agir, a SIB em Jacupiranga é uma delas.

Manoel do Carmo disse...

Graça e paz meu Pastor!
Obrigado pela oportunida que o senhor tem me dado de partilhar comigo, coisas a respeito de meu Deus. Em suas orações apresente a Deus minha vida, minha esposa e filhos
Quanto a comentar o texto, destaco sua peculiaridade em preparar a Igreja de Jesus para a missão que fora proposta, qual seja; ide e pregai o evangelho a todas as criaturas...
Um Forte abraço

Alonso S. Gonçalves disse...

Sem dúvida, estamos orando por vcs.
Sempre que puder, deixe um comentário no blog.

Um abraço!

Filipe B. Macedo disse...

Salve Alonso! Obrigado por seu texto sempre oportuno...incentiva a continuarmos por aqui contribuindo para o estabelecimento do reino de justiça!

Pax!

P.s. As coisas na igreja estão melhores...o céu estava negro...agora temos estrelas no céu...

(...) e vindo ao Sul de Minas, apeia prum cafézim minêro uai!!!

Alonso S. Gonçalves disse...

Olá.
Obrigado pelos comentários, é sempre bom discutir sobre o reino de Deus.

Agradeço!