16.4.10

CONTRARIANDO A DONA FLORINDA

Um dia desses preguei um sermão na Memorial em que falava do encontro entre Pedro e Cornélio. O contexto é: Atos dos Apóstolos vem narrando como o Evangelho foi sendo levado a outros lugares. Passou por Samaria com Filipe e chega pela 1ª vez a um gentio, Cornélio.

Antes de Pedro se encontrar com Cornélio, ele tinha seus medos e preconceitos sobre os gentios. Judeu e gentio não se davam bem, havia discriminação, repulsa mesmo, ainda mais se este fosse romano, ou seja, chefe do exército invasor! Pedro, e muitos de Israel, desprezavam os gentios, achavam que Deus não se importava muito com eles! Pedro não era diferente. Ele precisou de uma visão para abrir os olhos e mesmo assim foi até a casa de Cornélio contra a sua vontade. Ele aprende que a dicotomia pureza/impureza não cabia mais no Deus de Jesus. Quantos não agem assim quando dizem: “Aquele ali nem Deus dá jeito”. Crentes não têm um relacionamento com pessoas que não são da Igreja, pois acham que são impuras, incrédulas, ímpias, e para alguns ainda, merecedoras do “inferno!” Quando na verdade a Igreja é lugar de impuros, de doentes e debilitados! Crentes que não vai em aniversários e encontros de pessoas que não pertencem à Igreja pois não quer se misturar, agindo como um puro. Pedro pensava assim! Não se misturar. Deus mostra a ele que é tarefa de todos o convívio com pessoas que não pertencem ao nosso meio. Não há mais separação entre puros e impuros, Deus deixa isso bem claro a Pedro.

Um judeu na casa de um gentio e ainda mais, comendo com ele! Isso era uma afronta, um total desrespeito! Era assim que Pedro via aquele encontro. É por isso que ele vai logo dizendo: “não é lícito um judeu ajuntar-se a um estrangeiro”. Pedro aprendeu na prática a bobagem que é o preconceito quando se conhece o Evangelho. Com isso Deus esta dizendo: o Evangelho é para todos, e não somente para os judeus, pois Deus ama a todos! E mais, Pedro viu muito bem que Deus “não faz acepção de pessoas”, para ele todos são iguais. Quem somos nós para negar a comunhão da Igreja a alguém? Quem somos nós para dizer: “este não pode ser membro da Igreja, aquele pode?”. Pedro se deu conta de que Deus estava agindo no meio dos gentios e disse: “pode-se recusar o batismo?” Ou seja, pode-se recusar a comunhão dessas pessoas? Não! Precisamos quebrar tabus como este: “não converso com católico”.

Deus não faz acepção de pessoas, Pedro aprendeu isso na prática. Para ele, sendo judeu, nunca poderia imaginar entrando na casa de um gentio, ainda mais romano. Não podemos ser partidários da ideia da dona Florinda (Programa do Chaves, SBT). Todas as encrencas do Kiko com o Seu Madruga acabam em tapas e bofetadas, e o ritual acaba com a famosa frase: “vamos tesouro, não se misture com essa gentalha (Florinda)”. Pelo contrário, é nossa tarefa testemunhar de Cristo no convívio com amigos, parentes e conhecidos que não frequentam a nossa Igreja! Misturar mesmo e não tratá-los como perdidos e estranhos. Somente assim seremos luz e sal da terra.

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