Talvez a primeira impressão do leitor
seja de espanto e até mesmo de desaprovação.
Tentaremos esclarecer...
Se, como tudo indica, a ordem das coisas está em quem mais tem,
mais manda, então temos uma ordem que
legitima que alguns mandam e muitos obedecem.
O Natal,
nesse sentido, promove uma desordem. Jesus
é parte dos muitos que nada tem; que nada manda. Ele nasce entre os que nada
têm e tudo devem.
Logo no Magnificat (Lc 1,31-53), Lucas coloca na boca de Maria uma canção subversiva, contestatória, revolucionária. O
nascimento de Jesus passa a significar a inversão dos valores, outrora
considerados corretos; o nascimento passa a significar a redistribuição dos
bens. Para Lucas o nascimento de Jesus é um protesto, da parte de Deus, contra
o abuso do necessitado pelo rico; é, ao mesmo tempo, a libertação dos oprimidos
e dos fracos.
O “Cântico de Maria”, como também é conhecido, significa a quebra de barreiras e preconceitos contra a mulher e o início da igualdade nas relações de gênero. Ocorre o surgimento de novas relações, não mais baseadas na exploração e no descaso pelo outro, mas na equidade. Se outrora o orgulho, aquele que se considera acima dos outros, detinha o poder, ele é destronado; se outrora os poderosos (ricos) menosprezavam e condenavam o pobre ao descaso, agora ele é esvaziado a partir da sua própria arrogância. Os humildes, aqueles que, no entender de Lucas, não almejam o poder, são exaltados.
Para Lucas, o Natal é desordem. É a contestação da situação de exploração econômica, social e religiosa. O nascimento do menino é um nivelador das relações humanas; é a inversão da ordem; é o desmantelamento de estruturas de poder que oprime e marginaliza pessoas.
O “Cântico de Maria”, como também é conhecido, significa a quebra de barreiras e preconceitos contra a mulher e o início da igualdade nas relações de gênero. Ocorre o surgimento de novas relações, não mais baseadas na exploração e no descaso pelo outro, mas na equidade. Se outrora o orgulho, aquele que se considera acima dos outros, detinha o poder, ele é destronado; se outrora os poderosos (ricos) menosprezavam e condenavam o pobre ao descaso, agora ele é esvaziado a partir da sua própria arrogância. Os humildes, aqueles que, no entender de Lucas, não almejam o poder, são exaltados.
Para Lucas, o Natal é desordem. É a contestação da situação de exploração econômica, social e religiosa. O nascimento do menino é um nivelador das relações humanas; é a inversão da ordem; é o desmantelamento de estruturas de poder que oprime e marginaliza pessoas.
Eis a nova ordem. Na cidade de Belém começa a desordem. Lá começa a inversão das coisas.
O Natal
é uma provocação. Somos provocad@s a ver a vida de outro jeito; a sonhar
outros sonhos. Somos provocad@s a ver o mundo não mais pela lógica do poder que procura preservar
uma ordem onde a desumanização é uma
das principais características.
Neste Natal olhemos para aquele que nada é. Ele não ousou fazer assistencialismo,
mas agiu com solidariedade. O assistencialismo preserva a ordem acentuando a diferença dos que
nada têm com os que tudo têm. A solidariedade
se dá em se colocar ao lado da outra pessoa e estabelecer a igualdade.
Viva a desordem do Natal.
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