Uma
conversa entre pastores
Em conversa com um colega pastor, falávamos
de como o ministério tem seus bons momentos, sendo esses, os bons momentos,
relacionados com a promoção humana. Ambos concordávamos de que um ministério
pastoral “produtivo” precisava estar focado nos relacionamentos com efetiva
participação do pastor na vida dos integrantes da comunidade de fé e a
estrutura, obviamente importante, uma vez que estamos inseridos nela (prédio, recursos,
denominação), não constava como a primeira na nossa agenda, mas tendo o seu
lugar minimizado e o humano maximizado.

Ainda em conversa com esse colega, chegamos
no ponto de falar dos desafetos. Uma frase que chamou a minha atenção foi: “somos
colecionadores de desafetos”. Isso também! Concordei. Os pastores, na caminhada
ministerial, colecionam, não como mérito ou honra pessoal, inúmeras vitórias
quando envolvidos com pessoas que conseguem vencer suas dificuldades. Não obstante
a isso, ele também coleciona desafetos. Esses desafetos são originados, geralmente, por situações em que os envolvidos não gostaram ou não concordaram com certos posicionamentos do pastor. Há pessoas que nutrem desafetos com o pastor por
conta do sermão de domingo à noite; outros ainda porque o pastor não valorizou,
devidamente, o filho que é um “prodígio” na música; desafeto declarado porque a
visão ministerial do pastor não encontrou ressonância em um membro mais antigo
da comunidade. Enfim, esses são os possíveis desafetos que o pastor, ao longo
da sua trajetória, pode(rá) colecionar. Alguns desses desafetos causam danos,
outros são irrisórios, mas todos deixam, de alguma maneira, marcas.
Um amigo pastor no Nordeste, quando
conversou comigo sobre a sua saída da igreja da qual estava já algum tempo no
pastoreio, disse-me que deixou a igreja com algumas mágoas. O trato não foi
cordial para com ele e sua família. Mesmo assim, ele alertou: “deixei bons amigos
lá e isso que conta no final”. Por onde o pastor passa, deixa desafetos, mas
amigos também.
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