Em outro texto, neste blog, justifiquei – antes
mesmo de Ricardo Gondim – o meu distanciamento da nomenclatura evangélico por entender que ele não cabe
mais como mediador de sentido.
Mas diante dos novos dados do IBGE, gostaria de
tecer algumas considerações quanto às implicações do crescimento dos evangélicos no país. Embora saiba que há
pouquíssimos leitores deste blog (nem todo mundo gosta de ler bobagens – risos)
aponto algumas coisas que considero pertinentes para o debate.

- Não há um entendimento de que a igreja tenha um
papel missionário holístico para a sociedade brasileira. As denominações não entram
em acordo quanto a isso. Enquanto um está preocupado em como arrebanhar empresários
para as suas reuniões, outras estão em busca de promoção própria. Não há
missão, sim competição; não há uma clara concepção missionária no sentido de
evidenciar os valores do Reino de Deus na sociedade, há proselitismo.
- Esses números, infelizmente, irá abastecer o marketing de alguns personagens do
cenário evangélico. Os números
servirão para que a Rede Globo coloque mais personagens evangélicos em suas novelas e contrate o maior número possível de artísticas
do mundo gospel para a sua gravadora,
a Som Livre. Isso porque o Jesus gospel está
em alta. Há
um comércio altamente lucrativo usando a marca Jesus. É um Jesus de vitrine, onde as pessoas se relacionam com ele
através dos produtos. O Jesus gospel é badalado; ele é aclamado; pula-se
nos estádios por ele; compram-se inúmeros produtos dele; há marcas de roupa,
cosméticos e até mesmo celulares dele. Não é discipulado. Não é seguimento do
Reino. É um Jesus para curtir.
O
número de evangélicos pode até ser
superior em 2050, mas tenho as minhas dúvidas se teremos uma igreja nos moldes
do Segundo Testamento (NT).
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