Embora
haja um intenso marketing em torno da Cristolândia – projeto
social desenvolvido na área central de São Paulo conhecido como cracolândia pela Junta de Missões Nacionais em
parceria com a Primeira Igreja Batista de São Paulo – por parte da Convenção
Batista Brasileira, o fato é que o projeto da Missão Batista Cristolândia tem
ajudado e abençoado muita gente na região central de São Paulo envolvidas com
entorpecentes.
O motivo de escrever algo sobre
este tema é que esta semana chegou a minhas mãos um exemplar da revista A Pátria para Cristo da Junta de Missões Nacionais de n.º
255. O que me deixou extremamente contente foi uma matéria na Cristolândia em
que relata o procedimento da Missão Batista com a chegada da Polícia Militar no
local a fim de “limpar” a área central dos usuários de drogas. Diversos deles
foram para a Missão Batista Cristolândia a fim de encontrar ajuda. Além disso, a
matéria traz a foto do Pe. Júlio Lancelotti (Pastoral da Rua – Arquidiocese de
São Paulo) juntamente com uma defensora pública e a Missionária Elaine. Quero
destacar aqui as palavras do Pe. Lancelotti em relação ao que ele viu na
Cristolândia: “quero poder ser
digno de usar uma camisa amarela da Cristolândia, pois lá vi pessoas sendo
amadas, sentadas nas mesas e tomando as refeições dignamente”. Não apenas o Pe. Lancelotti apoia
o projeto Cristolândia, mas também o Pe. Mauro.
Por que destaquei isso?
Vejo dois fatos importantes aí.
A primeira é não apenas mostrar,
até porque os Batistas não têm e nunca tiveram o desejo de aparecer na mídia,
assim como outras denominações do protestantismo histórico, que o Cristianismo
não é dinheiro, não é corrente dos 318, não é campanhas financeiras, não é
apóstolos comprando fazendas milionárias. O Cristianismo é a ação da igreja no
mundo a partir dos valores do Reino de Deus. Cristianismo não se resume a um
punhado de pessoas que aglomeram os templos em busca de “bênçãos” ou “unções”
para a sua vida profissional ou física. Neste sentido a Missão Batista
Cristolândia chamou a atenção da mídia não pela sua arrecadação milionária ou
aquisição de propriedades gigantescas, mas por estarem realizando um trabalho
em um lugar onde de fato há pessoas que precisam!

Pastoral pública é
o agir da igreja na sociedade quando esta toma conhecimento de sua condição
pública de promotora da fé, de viabilizadora da graça e continuadora dos
valores do Reino de Deus.
Quando se olha as pessoas através
do pastoreio, assim como Jesus em Marcos 6,34, uma foto com o Pe. Júlio
Lancelotti não é problema algum. Numa pastoral
pública as confissões de fé
não são impedimentos para uma ação conjunta. Na pastoral pública o fundamentalismo deixa de existir
porque o interesse não mais reside no doutrinário ou dogmático, mas no ser
humano que é alvo da graça de Deus.
Com reconhecimento.
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