Os batistas não surgem nos Estados
Unidos. Apenas para deixar bem claro.
Os batistas aparecem na Inglaterra do
século XVII tendo como contexto os separatistas ingleses e, portanto, “os
batistas fazem parte da gênese do pensamento liberal inglês” (1) que eclodia na
época.

Os batistas ingleses aparecem na
história do cristianismo como um grupo que luta por liberdade religiosa e isso
custa a vida de um de seus líderes, Thomas Helwys que se manifestou com o livro
Uma breve declaração do mistério da iniquidade em 1612, “em que defendeu
liberdade religiosa para todos, incluindo os católicos romanos” (2).
Os batistas ingleses têm na sua gênese a diversidade que gera, naturalmente, divergências, mas mesmo assim convergiam em temas comuns e buscavam o diálogo, honrando assim o início do movimento batista. Aqui podem ser citados os batistas gerais e os batistas particulares, como exemplos. “Apesar da diferença quanto à teologia arminiana e calvinista, adotaram princípios e práticas semelhantes e se desenvolveram separadamente, até que em 1891 se uniram através da União Batista da Grã-Bretanha e Irlanda” (3).
Os batistas ingleses têm na sua gênese a diversidade que gera, naturalmente, divergências, mas mesmo assim convergiam em temas comuns e buscavam o diálogo, honrando assim o início do movimento batista. Aqui podem ser citados os batistas gerais e os batistas particulares, como exemplos. “Apesar da diferença quanto à teologia arminiana e calvinista, adotaram princípios e práticas semelhantes e se desenvolveram separadamente, até que em 1891 se uniram através da União Batista da Grã-Bretanha e Irlanda” (3).

Não por acaso que os batistas ingleses
vêm “participando ativamente em várias organizações do movimento ecumênico”
(5). Assim que o Conselho Mundial de Igrejas (CMI) foi organizado em 1948, os
batistas ingleses têm sua participação tendo, inclusive, um batista como
presidente do CMI, Ernest Payne (6).

A Aliança Batista Mundial vem procurando abrir diálogo com diferentes representações religiosas, não apenas o cristianismo, mas inclusive com este, principalmente com a Igreja Católica.
Em 2012 Timothy George (autor do livro muito conhecido por aqui, Teologia dos reformadores. São Paulo: Vida Nova, 2017), como presidente da Comissão de Doutrina e União Cristã da Aliança Batista Mundial, participou de um sínodo no Vaticano, e foi recebido pelo Papa Bento XVI.
Na recepção à delegação da BWA, Bento
XVI se dirige aos batistas da seguinte maneira: “Dou-vos minhas cordiais
boas-vindas, membros da comissão internacional patrocinada pela Aliança Batista
Mundial e pelo Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos.
Agrada-me que tenhais escolhido como lugar para vosso encontro esta cidade de
Roma, onde os apóstolos Pedro e Paulo proclamaram o Evangelho e coroaram seu testemunho
do Senhor ressuscitado derramando seu sangue. Espero que vossas conversas
tragam abundantes frutos para o progresso do diálogo e o crescimento do
entendimento e da cooperação entre católicos e batistas” (8).
A BWA tem protagonizado encontros e
diálogos fraternos com os católicos, unindo esforços em questões comuns. A
Aliança Batista Mundial congrega diferentes ramificações dos batistas e isso
favorece o diálogo.
A Convenção Batista Brasileira (CBB)
integra a BWA.
NOTAS
(1) AZEVEDO, Israel Belo de. A
celebração do indivíduo: a formação do pensamento batista brasileiro. São
Paulo: Vida Nova, 2004, p. 12.
(2) OLIVEIRA, Zaqueu Moreira de. Um
povo chamado batista: história e princípios. Recife: Kairós Editora, 2010,
p. 56.
(3) OLIVEIRA, 2010, p. 58-59.
(4) OLIVEIRA, Zaqueu Moreira de. Liberdade
e exclusivismo: ensaios sobre os batistas ingleses. Rio de Janeiro/Recife:
Horizonal/STBNB, 1997, p. 129.
(5) OLIVEIRA, 1997, p. 154.
(6) OLIVEIRA, 1997, p. 155.
(7) OLIVEIRA, 1997, p. 139.
(8) DISCURSO DO PAPA BENTO XVI AOS
MEMBROS DE UMA DELEGAÇÃO DA ALIANÇA BATISTA MUNDIAL. Disponível em: <https://w2.vatican.va/content/bened...>.
FOTOS
1 - Este ano o Conselho Mundial de
Igrejas (CMI) completa 70 anos.
2 - Rev. Martin Luther King no CMI em 1967. Ele pregaria na Assembleia do CMI no ano seguinte, se não tivesse
sido assassinado em 1968.
3 - Rev. Timothy George e o Papa Bento
XVI no Vaticano.
4 - Rev. Billy Graham e o Papa João
Paulo II no Vaticano (1981).