Preguei na comunidade esses dias sobre Oséias, um dos profetas menores. Tentei chamar atenção da congregação para a empatia de Deus no texto. Aquela figura simbólica de Oséias e Gômer, os dois filhos – Desfavorecida e Não Meu Povo – como mensagem de Deus para Israel. Com uma linguagem marital, o enredo quer mostrar uma história de amor e infidelidade: Oséias e Gômer, Deus e Israel. A forma como Deus ama seu povo, o modo como ele quer tratar seu povo, é surpreendente no texto.
O ápice disso esta no capítulo 11 versos 7 e 8: “meu coração está comovido dentro em mim, as minhas compaixões à uma se acendem”. A atribuição de emoções humanas a Deus é conhecido como antropopatismo. O texto de Oséias esta cheio disso, coisa linda de se ler.
A nossa teologia foi muito influenciada pela cosmovisão grega. Os gregos não aceitavam as emoções, as quais eles chamavam de pathos, como algo bom. Quando alguém era afetado por emoções e tinha seu interior modificado, logo se acreditava que essa pessoa era fraca. Portanto para os gregos, Deus não poderia ter sentimentos e muito menos pathos, pois eles acreditavam que a Divindade não poderia sofrer influência exterior. Já que ele é o causador de tudo, como poderia alguma coisa causar qualquer emoção em Deus. Aristóteles já havia formulado: “ele é o Motor Imóvel”; os estóicos não admitiam qualquer alteração na Divindade, mas apenas na criação.
Por este fato, que a tradição cristã se apegou demasiadamente no conceito de poder de Deus, formulando ideias como onipotência, onisciência, onipresença. A Bíblia está cheia de emoções atribuídas a Deus, os profetas falam disso com uma naturalidade incrível.
O filósofo e místico judeu Abraham Joshua Heschel (1907-1972) foi um dos líderes do movimento denominado hassidismo (tradução simples: piedoso). Uma visão mística de Deus a partir de dentro e não de fora da realidade. Neste processo de contemplação, Heschel formula três caminhos: o caminho do sentimento da presença de Deus no mundo; o caminho do sentimento de sua presença na Bíblia; o caminho de sua presença nos atos sagrados. Com a clara intenção de renovar a condição humana, no que ele chama de humanização, com o intuito de despertar a profundidade dessa condição humana no homem. Neste sentido, Heschel formula não uma teologia de Deus, mas uma antropologia de Deus: “a Bíblia é mais uma antropologia de Deus do que uma teologia do homem. Os profetas não falaram tanto do interesse do homem por Deus, como no interesse de Deus pelo homem”. E neste interesse de Deus pelo homem que a linguagem é puramente emocional, pois afinal de contas somos mais pathos que logos.
Caro Amigo,
ResponderExcluirHoje não consegui entender seu raciocínio, afinal você crê no poder de Deus ou acha que os atributos de poder é uma tradição israelita? Conheço teólogos, a maioria de pastores batistas, como Rene Kivitz que defende a teologia relacional, onde Deus não é tão Deus: o mar vermelho é uma ficção, o sermão do monte nunca existiu, foi uma comparação com os originais e uma alegoria à vida de Moisés. A teologia relacional é uma aberração do deísmo aberto, uma forma demoníaca de não crer no poder de Deus. Atualizo-me teologicamente lendo seus escritos. Mas para nosso povo, os cansados e oprimidos, temos que mostrar o Deus vivo, que não muda, que opera milagres, cura, liberta das garras satânicas. Quantos viciados em droga, álcool, prostitutas, miseráveis, famintos que estão esperando uma palavra de Poder. E cabem a nós mensageiros, embaixadores de Cristo, apresentar o evangelho que prospera, muda e liberta. Somente Jesus é a salvação. Meu irmão é necessário oração, jejum, oração no monte, joelho no chão para enfrentar endemoninhados e derruba-los pela unção do Espírito Santo. Lembre-se a teologia ou nos leva para perto de Deus ou nos distancia Dele. Tantos questionamentos filosóficos que não levam a lugar nenhum. Fica aqui uma sugestão: no próximo texto, compartilhe testemunhos de curas, fé, conversão, evangelização